Semana de maldade: o ano não acabou
Enquanto nos distraímos com elucubrações sobre 2023, deixamos de viver 2022 e escapamos à história sendo construída

Só ouço falar em 2023. “As melhores ações para…”, “onde investir em…”, “para onde vai o dólar…”, “o cenário para renda fixa…” tudo sobre 2023. Consigo entender, mas a imanência pede passagem.
Este é um Day One sobre 2022. O meu último do ano, mas ainda sobre 2022. Também não é sobre retrospectiva, porque, sejamos sinceros, a História é interessante, ajuda a entender a caminhada e permite traçar prognósticos (sem a compreensão do passado, impossível contemplar um futuro), mas não paga conta.
E, meu caro, os boletos não tiram férias. Ao contrário, parecem nutrir uma crueldade especial neste momento; se somar matrícula escolar com IPVA dá quase uma PEC da Transição.
Por mais difícil que tenha sido o ano (o sétimo pior de toda série histórica da Goldman Sachs, iniciada em 1900), não podemos fugir dele antes do real anoitecer. “Two minutes to midnight”. Ainda restam dois minutos para meia-noite e havemos de aproveitá-los. Enquanto nos distraímos com elucubrações sobre 2023, deixamos de viver 2022 e escapamos à história sendo construída.
Ações: não é uma semana qualquer
Os retornos em Bolsa não são lineares e graduais. Ao contrário, movimentos se dão em saltos súbitos, grandes, exponenciais e muitas vezes aleatórios. A realidade objetiva é que ainda falta uma semana. E não se trata de uma semana qualquer.
Primeiramente, a liquidez é bem menor. Um ou outro comprador/vendedor faz preço, de forma deliberada ou não. Ah, e deliberações não faltam. Abre-se a caixa de ferramentas e de maldades para guiar small e midcaps para níveis mais reconfortantes para as cotas anuais a serem anunciadas e as taxas de performances a serem apuradas. A governança a gente vê depois.
Leia Também
Lula defende redução da jornada 6x1 em discurso do Dia do Trabalhador
A posição técnica é bastante favorável. Quase ninguém tem Bolsa. O investidor pessoa física volta ao paraíso do CDI. Os multimercados e High frequency estão, na melhor das hipóteses, observando de fora, quando não apostando na queda — a posição short (vendida) na Bolsa brasileira está na máxima histórica.
O gringo, que queria enamorar-se por Lula, se assustou rapidinho e bateu em retirada; se engana quem espera a fidelidade de um casamento católico em Bolsa. Em mercados de baixa liquidez e muito shorteados, qualquer soluço vira correria.
Sem ingenuidades, claro. “Can't start a fire without a spark”, resume Bruce Springsteen. Precisamos de um trigger, um catalisador.
Cá estamos “Dançando no Escuro”, impossibilitados de penetrar no futuro e cravar uma rota para o preço das ações no curto prazo. O ponto central deste texto, no entanto, é que qualquer fagulha pode despertar um movimento intenso nestes últimos três pregões restantes. Pede-se aquele último minuto de estamina, guarda alta até o final.
Conheci muita gente brilhante com grande iniciativa; a amostra de pessoas realmente bem-sucedidas, contudo, é bem menor, porque ela requer terminativa. “O ponta precisa acompanhar o lateral adversário até o final." Uma lição de vida levada aos investimentos. Ou talvez seja o oposto, sei lá.
Na política, a transição
Há uma frase atribuída a Harold Wilson dizendo que “uma semana é longo prazo em política”. E essa é a semana da transição.
Ainda que Brasília esteja em recesso, nomes integrantes da equipe e das estatais devem surgir; aparecem notícias de planos econômicos e, sobretudo, fiscais, com grande capacidade de impactar o preço dos ativos; alianças devem ser construídas e outras desfeitas, dando um pouco de cor sobre a cara real do novo governo.
Hoje, estamos todos debruçados sobre a difícil tarefa de destacar o ruído do sinal.
Quando, em 10 de dezembro de 2002, o presidente Lula anunciou o nome de Antonio Palocci como seu ministro da Fazenda, completou a informação com a seguinte frase, ipsis verbis: "Meu governo vai pautar-se pela responsabilidade fiscal, pelo combate à inflação e pelo respeito aos contratos e acordos. Essas são as bases para a retomada do desenvolvimento sustentado".
Em discurso no National Press Club, concluiu: "estejam seguros de que todas as instituições e empresas responsáveis, interessadas na prosperidade e nos ganhos que advêm do crescimento econômico, encontrarão no Brasil um ambiente seguro e estável para investir”.
ESTÁ GOSTANDO DESTE CONTEÚDO? Tenha acesso a ideias de investimento para sair do lugar comum, multiplicar e proteger o patrimônio
Talvez ele tenha se esquecido, talvez mudado de opinião, mas foi esse caminho que fez de seu primeiro governo um grande sucesso, ajudado pelas commodities caras diante da entrada da China no comércio internacional e pela Grande Moderação, o período conhecido pela baixa volatilidade dos juros, da inflação e do crescimento no exterior.
Pode ser expectativa ingênua, possivelmente algum tipo de torcida (por que as pessoas se enganam dizendo para si e para os outros que conseguem blindar totalmente seus próprios vieses e identificar com precisão onde começa a torcida e onde termina a razão?); porém, foi também prestes a entrar no seu primeiro governo que Lula sinalizou claramente a direção (àquela altura ortodoxa) de seus próximos quatro anos. Seria diferente agora?
Notícias surgem quando a expectativa é baixa
Ao mesmo tempo, corre o cenário corporativo. Sobram anúncios de dividendos e juros sobre capital próprio nesta época; deals são acelerados para planejamento tributário e fiscal. As notícias surgem quando a expectativa é baixa.
A imprensa noticia que Guararapes procura um sócio, mas a verdade é que todo o setor tem se falado. Há boas empresas, marcas excelentes e amplas possibilidades de sinergia, enquanto as companhias negociam em níveis extremamente depreciados em Bolsa.
O Natal e o Réveillon são datas propícias para frases de efeito. Muitos adoram repetir, preferivelmente citando a sabedoria de Warren Buffett ou algum outro megainvestidor descolado, coisas como: “seja medroso quando os outros forem gananciosos, e seja ganancioso quando todos estiverem com medo”; “compre ao som dos canhões, venda ao som dos violinos”; “compre quando houver sangue nas ruas”; “Bolsa você compra quando o juro está alto, porque aí as ações estão baratas”.
Quantos desses repetidores de frases clichês são realmente capazes de apertar o botão quando a oportunidade lhes aparece?
No jogo 6 das finais da NBA em 1993, todos esperavam que Michael Jordan arremessasse a última bola, a chance derradeira de o Chicago Bulls passar à frente do Phoenix Suas naquela partida.
A bola, no entanto, caiu nas mãos de John Paxson, no que viria a se transformar em um dos lances épicos da história da competição. Paxson chutou e converteu a cesta, faltando menos de quatro segundos para terminar o jogo. Até hoje, ele é lembrado por ter aproveitado aquela oportunidade, aquela única oportunidade…
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Haddad prepara investida para atrair investimentos em data centers no Brasil; confira as propostas
Parte crucial do processamento de dados, data centers são infraestruturas que concentram toda a tecnologia de computação em nuvem e o ministro da Fazenda quer colocar o Brasil no radar das empresas de tecnologias
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Guido Mantega vai ficar de fora do conselho da Eletrobras (ELET3) e governo busca novo nome, diz jornal
Há cinco dias da assembleia que elegerá os membros do conselho da empresa, começa a circular a informação de que o governo procura outra opção para indicar para o posto
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis
Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025
A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos
Desempenho acima do esperado do Nubank (ROXO34) não justifica a compra da ação agora, diz Itaú BBA
Enquanto outras empresas de tecnologia, como Apple e Google, estão vendo seus papéis passarem por forte desvalorização, o banco digital vai na direção oposta, mas momento da compra ainda não chegou, segundo analistas
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.