Caso Natura (NTCO3): após fiasco do ‘vazamento’ do balanço, diretora de relação com investidores renuncia ao cargo
Em 20 de abril, o Seu Dinheiro mostrou que a Natura (NTCO3) teve reuniões com o sell side para ‘alinhar as expectativas’ para o balanço
Envolta numa crise de governança corporativa e amargando perdas de mais de 30% na bolsa apenas em 2022, a Natura (NTCO3) anunciou mudanças em sua diretoria estatutária. Viviane Behar de Castro, que ocupava o cargo de diretora de relação com investidores há quase cinco anos, renunciou ao cargo; Guilherme Castellan, atual CFO da companhia, vai acumular os dois postos.
A troca no comando do departamento de RI acontece após um episódio bastante controverso envolvendo a comunicação da Natura com o mercado: em 20 de abril, véspera do feriado de Tiradentes, circularam boatos de que o balanço da empresa no primeiro trimestre de 2022 teria 'vazado' — e que os números não seriam positivos.
Mas, conforme revelado pelo Seu Dinheiro, o que aconteceu foi mais grave: a Natura, por meio de sua área de relação com investidores, estava conduzindo reuniões com o 'sell side' — jargão usado para identificar os analistas de grandes bancos e corretoras. E esses encontros serviriam para "alinhar as expectativas" em relação aos resultados trimestrais.
Ou seja: a Natura estava entrando em contato com esses grandes analistas e passando uma espécie de previsão informal quanto ao seu desempenho financeiro, mostrando números muito aquém do que essas casas vinham projetando. E, dada a discrepância entre estimativas e realidade, um forte movimento vendedor de NTCO3 se formou.
Somente naquele pregão, as ações da empresa recuaram mais de 15% — novamente, vale lembrar que o mercado estaria fechado no dia seguinte, em função do feriado. Rapidamente, entidades que defendem boas práticas de governança corporativa e os interesses dos acionistas minoritários na bolsa passaram a criticar a Natura.
Afinal, o episódio mostrava uma clara falta de isonomia: informações sensíveis foram repassadas de maneira extraoficial para apenas um pequeno grupo de agentes do mercado financeiro; quem não teve acesso a esses dados, não teve condições de agir com a mesma agilidade diante da queda brusca nas ações NTCO3.
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Sem grandes explicações
Segundo documentos arquivados na CVM nesta manhã de terça-feira (31), Viviane Behar entregou sua carta de renúncia no dia anterior. A íntegra do documento não foi disponibilizada, e a Natura (NTCO3) também não revelou o teor da comunicação — a empresa diz apenas que a executiva "irá se dedicar a outras funções no grupo".
Antes de sua chegada à Natura, Behar esteve por pouco mais de um ano no comando do RI do Fleury (FLRY3); anteriormente, ocupou o mesmo cargo na Redecard S.A., onde permaneceu por oito anos.
Já Guilherme Castellan, o CFO e novo diretor de RI, juntou-se à Natura em 2021 e ocupará as duas funções até o dia 30 de abril do ano que vem, data de término do mandato da atual diretoria.
Natura (NTCO3): repercussões do caso
Dada a queda intensa das ações no dia 20 de abril, a Natura (NTCO3) se viu forçada a dar explicações oficiais. No dia 21 — portanto, feriado —, pouco antes de meia-noite, a empresa finalmente veio a público para comentar o caso e confirmar os números passados com exclusividade ao 'sell side' no dia anterior.
O balanço da companhia no primeiro trimestre foi reportado no dia 5 de abril e, em linhas gerais, ratificou o quadro pouco animador desenhado pela companhia. Enfrentando dificuldades nas operações da Avon, a Natura teve prejuízo de R$ 643 milhões no período, uma perda quatro vezes maior que a vista nos primeiros três meses de 2021.
Por mais que boa parte da reação negativa ao balanço tenha sido antecipada, o mercado continuou castigando os papéis NTCO3: no pregão do dia 6 de maio, houve uma baixa de quase 5%; desde o começo de 2022, a queda acumulada já chega a 33% — as ações tem o oitavo pior desempenho de todo o Ibovespa no ano.
No lado regulatório, a CVM mostra que há dois processos em aberto relacionados à Natura: um do dia 28 de abril e, outro, do dia 6 de maio. Ambos estão classificados como 'denúncia' — o teor e o andamento desses autos não é público.
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