Ibovespa é atropelado por fuga de risco global e afunda 10% no mês; dólar volta a encostar em R$ 5
O mês de abril interrompeu o que vinha sendo um ano positivo para o Ibovespa, mas as bolsas em Nova York também viveram momentos complicados
Abril acabou, mas não vai deixar saudades – nem aqui e nem em Wall Street. De cabo a rabo, o mês que passou foi marcado por tensão e perdas para a bolsa brasileira. Não por acaso o principal índice da B3 teve o pior resultado mensal desde o pico da pandemia e as bolsas americanas tiveram um desempenho só comparado à crise de 2008.
Com a economia chinesa mais uma vez afetada pelo coronavírus e a imposição de isolamentos populacionais severos, e os sinais cada vez mais claros de que o Federal Reserve deve mais uma vez acelerar o ritmo da elevação dos juros americanos, os investidores voltaram a ter calafrios.
O mercado brasileiro já estava até desacostumado a atravessar um período tão árduo. Depois de três meses de abundância de dinheiro gringo entrando no país, chegou a hora de acompanhar o restante das bolsas globais nas preocupações.
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Com menos investimento estrangeiro e dúvidas sobre como as exportadoras de commodities vão se comportar diante de uma possível desaceleração chinesa, o Ibovespa recuou 10,10% no mês, diminuindo os ganhos do ano para meros 2,91%.
O dólar, que nas últimas semanas tinha feito o investidor sonhar com cifras cada vez mais baixas, também não aguentou o ritmo alucinante de queda e subiu 3,81% no mês, voltando a encostar na casa dos R$ 5.
Entre um morde e assopra e outro do cenário macroeconômico, a temporada de balanços também puxa os investidores de volta à realidade. Enquanto algumas big techs trouxeram euforia para a bolsa, outras fizeram com que o Nasdaq, já baqueado pela iminente elevação de juros nos EUA, sofresse com verdadeiros banhos de sangue.
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Hoje, a recuperação na cotação do minério de ferro e do petróleo fez que o Ibovespa sonhasse com um fim de abril mais agradável, mas o principal índice da bolsa brasileira foi atropelado pela queda de mais de 4% do índice de tecnologia de Nova York e de desempenhos igualmente ruins do S&P 500 e do Dow Jones.
Na B3, a queda foi de 1,86%, aos 107.876 pontos – a mínima do dia. O dólar à vista, depois de oscilar entre perdas e ganhos ao longo de todo o dia, fechou em leve alta de 0,06%, a R$ 4,9427. No mercado de juros, a antecipação pelas reuniões de política monetária da semana que vem falou mais alto, com um movimento de leve alta.
| CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
| DI1F23 | DI jan/23 | 13,03% | 13,04% |
| DI1F25 | DI Jan/25 | 12,04% | 12,03% |
| DI1F26 | DI Jan/26 | 11,89% | 11,84% |
| DI1F27 | DI Jan/27 | 11,85% | 11,83% |
A dúvida de milhões
A guerra na Ucrânia está longe de ser superada e a prorrogação do conflito ainda pode gerar muitos desdobramentos negativos para a economia europeia e global, mas o olhar dos investidores não esteve voltado para o leste europeu nas últimas semanas. O grande temor do mercado reside na China.
O país tem adotado uma política severa de contenção para o coronavírus e voltou a impor um isolamento social severo nas principais cidades do país. A economia, que já demonstrava sinais de desaquecimento, voltou a sofrer e a preocupação com a demanda por produtos e commodities pesou sobre o valor das ações e dos ativos.
O governo chinês, no entanto, colocou panos quentes nos temores que cercam a paralisação dos seus principais centros financeiros. Ainda assim, nem todo mundo está confiante de que as medidas adotadas para suportar a economia chinesa consigam mitigar totalmente os efeitos negativos de uma desaceleração econômica.
Sobe e desce do Ibovespa
O fechamento da venda de 90% da fatia da Petrobras no campo de Albacora Leste para uma subsidiária da PetroRio fez com que a PRIO3 fosse a ação com melhor desempenho na semana.
A transação está avaliada em US$ 2,2 bilhões. Deste total, US$ 292,7 milhões serão pagos na data de celebração do contrato e outros US$ 1,66 bilhão no fechamento. Além disso, até US$ 250 milhões virão de pagamentos contingentes, que dependem das cotações futuras do Brent.
Na sequência, o setor de shoppings e a Embraer se beneficiaram de balanços corporativos bem recebidos pelo mercado. Confira as maiores altas da semana:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARSEM |
| PRIO3 | PetroRio ON | R$ 26,70 | 9,07% |
| RRRP3 | 3R Petroleum ON | R$ 46,23 | 6,37% |
| MULT3 | Multiplan ON | R$ 24,65 | 4,76% |
| IGTI11 | Iguatemi ON | R$ 20,99 | 3,86% |
| EMBR3 | Embraer ON | R$ 14,21 | 3,72% |
Com o forte recuo das ações no Nasdaq e o avanço dos juros, o setor de consumo e tecnologia foi mais uma vez muito impactado. Confira também as maiores quedas do Ibovespa no período:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARSEM |
| HAPV3 | Hapvida ON | R$ 8,77 | -13,43% |
| MGLU3 | Magazine Luiza ON | R$ 4,88 | -12,07% |
| BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 15,17 | -11,85% |
| SOMA3 | Grupo Soma | R$ 12,08 | -11,57% |
| RAIL3 | Rumo ON | R$ 16,37 | -10,40% |
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