🔴 SELECIONAMOS AS MELHORES RECOMENDAÇÕES DO BTG PACTUAL PARA VOCÊ – ACESSE GRATUITAMENTE

Vinícius Pinheiro

Vinícius Pinheiro

Diretor de redação do Seu Dinheiro. Formado em jornalismo, com MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela FIA, trabalhou nas principais publicações de economia do país, como Valor Econômico, Agência Estado e Gazeta Mercantil. É autor dos romances O Roteirista, Abandonado e Os Jogadores

ENTREVISTA

Gauss vê preferência do mercado por Bolsonaro contra Lula e aposta em dólar forte — menos contra o real

Fabio Okumura, sócio-fundador da Gauss e responsável pela gestão de R$ 2,5 bilhões, tem visão favorável para o país, mas diz que não tomaria posição de longo prazo com base no resultado das eleições

Vinícius Pinheiro
Vinícius Pinheiro
23 de agosto de 2022
6:17 - atualizado às 19:21
Montagem de Lula e Bolsonaro com prédios da Avenida Faria Lima ao fundo
Montagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro - Imagem: Montagem: Beatriz Azevedo

Shoppings lotados, trânsito nas ruas, trabalho no escritório… Quem apostou no “novo normal” deve estar frustrado ao constatar que a rotina não mudou muito depois que a pior fase da pandemia da covid-19 aparentemente ficou para trás. Essa retomada dos antigos hábitos deverá se refletir na economia e, claro, nos investimentos.

A visão é de Fabio Okumura, sócio-fundador da Gauss Capital. Para o experiente gestor, a escalada da inflação e outros fenômenos provocados pela crise do coronavírus não serão uma preocupação de longo prazo nos mercados.

“A gente deve voltar para o mundo pré-pandemia, com inflação baixa e crescimento abaixo do potencial, principalmente nos países desenvolvidos”, me disse Okumura, em uma entrevista no escritório da Gauss — feita presencialmente, aliás.

A variável que não estava no roteiro da crise de saúde e que pode fazer alguma diferença é o risco geopolítico que estourou com a invasão da Rússia à Ucrânia, de acordo com o sócio da Gauss, que possui R$ 2,5 bilhões sob gestão.

Isso porque o abalo nas relações entre os países tende a esfriar o processo de globalização, que torna as economias mais eficientes. “A gente vai ter um mundo um pouco diferente nesse sentido, e mais inflacionário.”

Gauss compra dólar — e real

Com esse cenário de longo prazo na cabeça, Okumura pilota um fundo que tem como característica estar em constante busca por oportunidades no mercado. “É por isso que os investidores nos pagam, nosso trabalho é ser dinâmico mesmo.”

Leia Também

Desde o início, em 2014, o principal fundo da Gauss entregou um retorno de 124,5% aos investidores, contra 85,9% do CDI. No acumulado dos últimos 12 meses, porém, está atrás do indicador de referência.

Quando conversamos pela primeira vez, ainda no início da pandemia, Okumura revelou uma estratégia que se mostrou valiosa: colocar o dinheiro para trabalhar. Agora, com os juros passando por um processo de ajuste no mundo inteiro, não existe uma aposta tão clara.

Neste momento, a Gauss tem entre as principais posições a compra de dólar contra uma cesta de moedas. Afinal, o processo de alta dos juros nos Estados Unidos tende a atrair recursos para a maior economia do mundo. Por consequência, esse movimento deve fortalecer a moeda do país de Joe Biden.

Ao mesmo tempo, o BC europeu deve ter mais dificuldades em coordenar o aperto monetário diante das situações particulares de cada economia. Desta forma, a tendência é que o euro perca ainda mais valor perante a moeda norte-americana.

Mas o dólar mais forte não necessariamente significa um real mais fraco. Ao contrário, o gestor vê espaço para o câmbio se valorizar, em meio ao cenário de juros altos e o bom desempenho das exportações brasileiras.

Apesar de acreditar na tendência favorável para o real, os fundos da Gauss não têm posição na moeda brasileira agora — e por uma boa razão. “É difícil ficar vendido em dólar no meio de uma eleição, mas aproveitamos todos os momentos de alta para vender.”

Fabio Okumura, sócio e diretor de investimentos da Gauss Capital
Fabio Okumura, sócio e diretor de investimentos da Gauss Capital

Gabarito para as eleições? Não, obrigado

Por falar em eleições, Okumura aponta que o mercado, de modo geral, ainda prefere Bolsonaro contra Lula, mesmo que sem o entusiasmo de quatro anos atrás.

Para ele, o desempenho positivo do Ibovespa nos dias em que sai uma pesquisa mais favorável ao atual presidente é um sinal dessa opção da Faria Lima.

Isso não significa uma convicção pessoal nem que uma eventual reeleição de Bolsonaro seria melhor para os ativos brasileiros que a volta do petista ao poder, de acordo com o gestor.

“Se eu tivesse um gabarito [com o resultado] das eleições, não saberia o que fazer. Ou melhor, talvez tomasse uma posição sabendo da preferência do mercado, mas seria um trade de curto prazo.”

Por outro lado, ele não se mostra pessimista com o país, seja qual for o resultado das urnas. Okumura está no grupo dos que esperam o fim do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) nos atuais 13,75% ao ano.

Como esse cenário já está embutido nos preços e há muita incerteza sobre a ponta longa da curva, a Gauss não tem hoje posições no mercado de juros no Brasil.

Agora, para o investidor pessoa física que estiver disposto a suportar a volatilidade, Okumura vê uma ótima oportunidade nos títulos públicos atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) de prazos mais longos, com vencimento em 2055.

Para a Gauss, é hora das incorporadoras na bolsa

O fim iminente da alta da Selic também é uma boa notícia para a renda variável, mas a Gauss prefere se posicionar de forma mais tática na bolsa brasileira.

De modo geral, Okumura até concorda com a tese de que as ações estão baratas na B3. No entanto, ele avalia que há opções ainda mais baratas pelo mundo.

No caso, a principal aposta da Gauss está na bolsa japonesa. A visão é a de que a inflação, ao contrário do que acontece em praticamente todo o mundo, é positiva para o país do sol nascente.

Aqui no Brasil, a principal posição em bolsa da gestora está no setor de construção, justamente um dos que mais apanhou com o aperto monetário.

Mas a expectativa de que os juros ainda permaneçam altos por um longo período não é ruim para as ações das incorporadoras?

“Tanto as empresas como os fundos imobiliários sofrem muito durante o processo de alta, mas o grande detrator de rentabilidade vem mais da incerteza de saber onde o juro vai parar do que o nível absoluto da taxa”, afirma Okumura.

Dentro do setor, o gestor cita as ações da Direcional (DIRR3). A companhia atende ao público de mais de baixa renda e, portanto, deve se beneficiar das benesses lançadas recentemente pelo governo.

O risco de o BC dos EUA exagerar na dose

Junto com a inflação, o maior receio dos investidores no mercado financeiro hoje é o de uma recessão nos Estados Unidos. Pois Fabio Okumura tem poucas dúvidas de que um período de contração da maior economia do mundo é inevitável.

Isso porque o Fed, o BC norte-americano, vem sofrendo uma pressão forte para atacar a inflação, tanto do mercado como do próprio governo. “A consequência disso é que eles vão afundar a economia.”

Por outro lado, a recessão que deve ocorrer já no começo de 2023 não deve ser tão forte. Mas é justamente na intensidade do remédio que mora um dos maiores riscos para o mercado hoje, segundo o gestor.

Em outras palavras, se o Fed decidir adotar uma postura ainda mais agressiva contra a inflação poderá derrubar ainda mais a economia. 

“Eu, como engenheiro, não teria essa pressa porque acho que a inflação vai voltar depois dos efeitos da covid. Mas está claro que o Fed está pensando com a cabeça de economista, que prioriza o combate à inflação.”

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
DECOLANDO

Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)

12 de junho de 2025 - 18:23

Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco

MEXENDO NA BOLSA

Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças

12 de junho de 2025 - 17:40

Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras

MOVIMENTO INÉDITO

Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria

12 de junho de 2025 - 16:49

Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3

NA MIRA DO LEÃO

Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras

12 de junho de 2025 - 15:48

O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso

MENOS RENDIMENTOS

Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto

12 de junho de 2025 - 13:52

Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores

DE CARA NOVA

Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11

12 de junho de 2025 - 13:02

Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial

AJUSTES NO PORTFÓLIO

Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3

12 de junho de 2025 - 9:16

O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?

ANOTE NA AGENDA

Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber

11 de junho de 2025 - 19:40

A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos

CARTA MENSAL

Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”

11 de junho de 2025 - 16:04

Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação

A MAIOR ALTA DO IFIX

Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje

11 de junho de 2025 - 12:19

Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII

DE OLHO NA CONTA

Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber

11 de junho de 2025 - 11:39

A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023

SEU MENTOR DE INVESTIMENTOS

Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu

11 de junho de 2025 - 10:39

Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas

QUE SE FAÇA LUZ

Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%

10 de junho de 2025 - 19:29

A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado

COMPRAR OU VENDER

Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta  preço-alvo das ações BBSA3

10 de junho de 2025 - 18:00

Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço

É A HORA

Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos

10 de junho de 2025 - 13:25

De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%

OPORTUNIDADE À VISTA

Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG

10 de junho de 2025 - 12:39

Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG

LEÃO COM MAIS APETITE

“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?

9 de junho de 2025 - 17:23

Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos

LÁ VAMOS NÓS DE NOVO…

FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda

9 de junho de 2025 - 17:14

De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF

É PARA COMPRAR

UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”

9 de junho de 2025 - 13:10

Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA

A ESTRATÉGIA DO FII

Maior fundo imobiliário de renda urbana da B3 vende imóvel locado pelo Insper por R$ 170 milhões; veja o que muda para os cotistas

9 de junho de 2025 - 12:11

O FII anunciou nesta segunda-feira (9) que firmou um acordo para a venda total do edifício localizado na Rua Quatá, em São Paulo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar