Ibovespa novamente contraria exterior, sobe mais de 1% e fecha acima dos 108 mil pontos; dólar cai abaixo de R$ 5,50
Mesmo com dia negativo em Nova York, Ibovespa é impulsionado pelas commodities; varejistas e techs se recuperam com alívio nos juros futuros
Entre importar o otimismo ou o pessimismo do exterior, a bolsa brasileira tem preferido a primeira opção, nos últimos dias. Em mais um dia negativo para as bolsas americanas, o Ibovespa novamente nadou contra a maré vermelha e fechou em alta, impulsionado pelo avanço dos preços das commodities - sobretudo do minério de ferro.
Com a perspectiva de que a China manterá estímulos à economia, o que aquece a demanda pelo minério, os preços da matéria-prima tiveram novas altas, o que impulsionou os papéis de mineradoras e siderúrgicas por aqui.
Mas houve outras condições que ajudaram os mercados locais. Nos Estados Unidos, os juros dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano, tiveram dia de forte alívio, contribuindo para o enfraquecimento do dólar e dos juros futuros locais. A moeda americana terminou o dia em baixa de 1,70%, cotada a R$ 5,4659.
Não que as perspectivas da política monetária do país tenham mudado. Pelo contrário, não houve qualquer novidade, de ontem para hoje. Mas, após a forte alta nas taxas vista ontem, o mercado passou por um ajuste.
Essa descompressão nos juros contribuiu para as ações de techs e varejistas empreenderem uma forte recuperação no mercado doméstico.
Em Wall Street, porém, o clima foi de cautela. Com a expectativa de aperto monetário, os investidores até começaram o pregão impulsionando as bolsas para cima, com reações positivas a balanços de empresas como Procter & Gamble, Morgan Stanley e Bank of America.
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Porém, na parte da tarde, os principais índices de Nova York passaram a oscilar entre altas e quedas, até finalmente fecharem no vermelho. O Dow Jones caiu 0,96%, o S&P 500 recuou 0,97%, e o Nasdaq fechou em baixa de 1,15%.
O Ibovespa, por outro lado, passou o dia inteiro em alta superior a 1%, negociando na faixa dos 108 mil pontos. Ao final da sessão, o índice tinha alta de 1,26%, a 108.013 pontos.
Quanto aos mercados de juros e câmbio, um fator local também pode ter contribuído para as quedas na tarde de hoje: os acenos ao centro feitos pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Veja como fecharam os principais vencimentos dos contratos de juros futuros:
- Janeiro/23: queda de 12,097% para 12,045%;
- Janeiro/25: queda de 11,473% para 11,28%;
- Janeiro/27: queda de 11,452% para 11,29%;
- Janeiro/31: queda de 11,571% para 11,45%.
Commodities
Hoje, a alta nos preços das commodities foi realmente o tema do dia na bolsa brasileira. O minério de ferro deu um salto durante a madrugada, tanto em Dalian (alta de 3,90%) quanto em Qingdao (salto de 2,80%), ambas províncias da China, beneficiando as mineradoras e siderúrgicas.
A Vale (VALE3) fechou em alta de 2,20%, a R$ 88,21, a CSN Mineradora (CMIN3) subiu 1,39%, a R$ 7,30, e a Gerdau Metalúrgica (GOAU4) teve avanço de 2,45%, a R$ 12,11.
Já a CSN (CSNA3) teve ganho de 2,64%, a R$ 26,47, a Usiminas (USIM5) avançou 1,27%, a R$ 16,75, e a Gerdau (GGBR4) se valorizou 1,54%, a R$ 29,04.
O petróleo também foi destaque, renovando máximas em sete anos. O barril do tipo Brent, referência para os preços da Petrobras, fechou com ganho de 1,06%, a US$ 88,44, enquanto o WTI subiu 1,14%, a US$ 85,80.
Mesmo assim, as ações da Petrobras fecharam em leve baixa. A alta da commodity, porém, é uma tendência. Em relatório publicado hoje, a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que a demanda global por petróleo pode atingir os níveis pré-pandemia ainda em 2022.
Ainda nesta semana, o Goldman Sachs divulgou projeção de que as cotações podem atingir os US$ 100 o barril neste ano.
Ao mesmo tempo, há preocupações pelo lado da oferta, com uma série de conflitos em países produtores: as tensões entre Rússia e Ucrânia, a recente explosão no principal oleoduto que liga Iraque e Turquia, o atentado terrorista realizado ontem ao aeroporto internacional da capital dos Emirados Árabes Unidos e os conflitos no Cazaquistão.
Um Lula de centro?
Na tarde de hoje, o ex-presidente Lula defendeu uma aliança presidencial da esquerda à centro-direita, disse esperar que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, esteja com ele na eleição e afirmou estar conversando com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, para ter o partido a seu lado na campanha.
A postura aparentemente conciliadora pode ter contribuído para o alívio nos juros, segundo alguns agentes de mercado, sinalizando que talvez o favorito nas pesquisas eleitorais tenha alguma responsabilidade fiscal caso vença o pleito deste ano.
A pressão dos servidores públicos federais por reajustes salariais saiu um pouco da pauta. Mas, até sexta-feira (21), o presidente Jair Bolsonaro deverá sancionar o Orçamento de 2022, decidindo se, afinal, haverá reajuste para as categorias policiais, como ele havia acenado. Ou seja, o tema deve voltar à atenção dos mercados ainda nesta semana.
Sobe e desce do Ibovespa
Entre as maiores altas do Ibovespa hoje, destacaram-se ações que vem sendo muito prejudicadas pela alta nos juros, e hoje se beneficiaram do alívio das taxas futuras: varejistas, techs e construtoras.
Veja as maiores altas do Ibovespa no dia:
| CÓDIGO | AÇÃO | VALOR | VARIAÇÃO |
| LWSA3 | Locaweb ON | R$ 8,64 | +12,65% |
| AMER3 | Americanas S.A. ON | R$ 33,20 | +9,90% |
| LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 6,28 | +9,41% |
| BIDI11 | Inter unit | R$ 22,50 | +8,70% |
| CYRE3 | Cyrela ON | R$ 14,75 | +7,59% |
Veja também as maiores quedas:
| CÓDIGO | AÇÃO | VALOR | VARIAÇÃO |
| EMBR3 | Embraer ON | R$ 20,58 | -2,79% |
| COGN3 | Cogna ON | R$ 2,20 | -2,22% |
| AZUL4 | Azul ON | R$ 25,27 | -1,33% |
| YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 19,37 | -1,32% |
| BEEF3 | Minerva ON | R$ 9,87 | -1,30% |
*Com Estadão Conteúdo e Bloomberg.
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