‘Vai se criando um clima terrível’ para o Fed — e as bolsas globais desabam com a cautela; Ibovespa recua mais de 2% antes de votação da PEC da Transição
O Ibovespa encerrou em queda de 2,25%, aos 109.401 pontos. A força exibida pela economia dos Estados Unidos pressionou o dólar à vista, que subiu 1,30%, a R$ 52829.
					A goleada de 4 a 1 do Brasil sobre a Coreia do Sul, logo após a derrota na última rodada da fase de grupos, serviu para convencer a torcida e aliviar o coração daqueles que esperavam que o bordão cunhado por Galvão Bueno durante a clássica derrota da amarelinha para a seleção alemã em 2014 fizesse uma aparição.
Essa pode até ter sido a realidade dentro de campo, mas não no mercado financeiro. Ao longo de todo o dia, foi se criando um clima “terrível” para o próximo encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Na semana passada, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, fez questão de acalmar o mercado ao dizer que vê espaço para uma redução do ritmo de aperto monetário já na reunião de dezembro — mas desde então, dois dos principais indicadores econômicos dos Estados Unidos mostraram uma resiliência muito maior do que o inicialmente projetado.
Na sexta-feira (02), a surpresa foi com o mercado de trabalho, e hoje foi a vez de o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês), um importante termômetro da atividade de serviços, vir acima do esperado.
Apesar de o Fed deixar claro que é preciso um conjunto de indicadores e não apenas um número isolado para desviá-lo do plano traçado, e as apostas para o próximo encontro permanecerem em uma elevação da taxa básica em 0,50 p.p., os investidores já começam a projetar que um ciclo estendido de alta de juros não deve ser descartado.
Os índices em Wall Street afundaram mais de 1% com a cautela — e o Ibovespa acompanhou, ainda que o dia tenha sido positivo para as commodities metálicas. Por aqui, as atenções estão na PEC da Transição, que deve ser votada amanhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
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Sem o samba e a desenvoltura dos gramados, o Ibovespa encerrou em queda de 2,25%, aos 109.401 pontos. A força exibida pela economia dos Estados Unidos pressionou o dólar à vista, que subiu 1,30%, a R$ 5,2829.
A má notícia
O dado econômico que jogou água no chope dos mercados hoje foi o do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês).
O indicador, que é um importante termômetro de crescimento, foi de 56,5 em outubro, indicando uma expansão da atividade de serviços — o esperado pelo mercado, no entanto, era de um recuo.
Com a atividade mais forte, o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, dado na semana passada, perde força, e os investidores voltam a prever um ciclo mais longo de aperto monetário. Confira o desempenho dos principais índices americanos:
- Nasdaq: -1,93%
 - Dow Jones: -1,40%
 - S&P 500: -1,79%
 
Data marcada
A sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que irá votar a PEC da Transição, já tem dia para acontecer.
O presidente da Casa, Davi Alcolumbre, agendou para amanhã (6), às 9h30. O relator será Alexandre Silveira, do PSD.
A tendência é que o mercado permaneça pressionado até que se tenha mais clareza sobre qual texto será aprovado pela casa. Enquanto espera, o mercado de juros segue pressionado:
| CÓDIGO | NOME | ULT | FEC | 
| DI1F23 | DI Jan/23 | 13,66% | 13,66% | 
| DI1F24 | DI Jan/24 | 14,00% | 13,82% | 
| DI1F25 | DI Jan/25 | 13,13% | 12,90% | 
| DI1F26 | DI Jan/26 | 12,85% | 12,59% | 
| DI1F27 | DI Jan/27 | 12,76% | 12,47% | 
Commodities mistas
Sinais de que a China está reduzindo as restrições impostas pela pandemia do coronavírus impulsionaram as commodities metálicas nesta tarde.
A animação dos investidores, no entanto, não foi sentida no mercado de petróleo. O barril da commodity fechou o dia em queda superior a 3%, repercutindo o início do teto de US$ 60 por barril para o petróleo russo e a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+) de não cortar a produção, como era esperado pelo mercado.
Sobe e desce do Ibovespa
A pressão no dólar e a perspectiva mais otimista com a economia chinesa animou as commodities metálicas, mas foram as exportadoras de papel e celulose que levaram a melhor no dia — que foi de poucas altas. Confira os melhores desempenhos da sessão:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR | 
| KLBN11 | Klabin units | R$ 20,26 | 2,22% | 
| SUZB3 | Suzano ON | R$ 52,51 | 2,20% | 
| USIM5 | Usiminas PNA | R$ 7,59 | 1,07% | 
| RADL3 | Raia Drogasil ON | R$ 23,49 | 0,69% | 
| CSNA3 | CSN ON | R$ 14,53 | 0,14% | 
Com a alta dos juros futuros e a pressão maior na bolsa, as ações mais sensíveis ao movimento da curva acabaram penalizadas. Os papéis da Positivo (POSI3) também repercutem a possível saída da empresa do índice Bovespa na próxima atualização da carteira. Confira os piores desempenhos do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR | 
| POSI3 | Positivo Tecnologia ON | R$ 8,00 | -11,50% | 
| QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 5,84 | -9,74% | 
| TOTS3 | Totvs ON | R$ 27,78 | -8,01% | 
| LREN3 | Lojas Renner ON | R$ 20,57 | -7,80% | 
| ECOR3 | Ecorodovias ON | R$ 4,00 | -7,41% | 
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