Esquenta dos mercados: Ibovespa digere debate quente da Globo, mas deve embarcar na alta das bolsas internacionais hoje
O índice de inflação dos Estados Unidos é o número mais importante do dia e pode azedar a alta das bolsas nesta manhã
A última semana da campanha com vistas ao primeiro turno das eleições presidenciais parece ter durado uma eternidade, mas chega oficialmente ao fim nesta sexta-feira (30), diz o calendário. Mas tanto para quem acompanha o cenário político quanto para quem vive o dia a dia das bolsas e mercados financeiros pelo mundo, a última semana foi bem mais longa que de costume.
A turbulência nos mercados financeiros internacionais e o encerramento oficial da campanha para o primeiro turno trazem um alívio bem-vindo aos ativos de risco.
O fato é que o Brasil chega às vésperas das eleições presidenciais de 2022 mostrando alguns sinais de esgotamento. Até mesmo quem gosta de discutir política admite estar cansado.
Prova desse cansaço está estampada em um curioso recorte da pesquisa Genial/Quaest divulgada esta semana. Cerca de 50% dos entrevistados disseram “não aguentar mais” o assunto eleição. Não é sem motivo.
Afinal, a campanha eleitoral começou formalmente só no meio de agosto, mas o pontapé inicial foi dado há quase quatro anos, quando Jair Bolsonaro (PL) se elegeu.
Enquanto os candidatos trocam farpas e esbarram nos espinhos uns dos outros, quem deve segurar o volante do Ibovespa hoje é o cenário externo.
Leia Também
Afinal, as bolsas no exterior entraram ainda mais em terreno de urso após o pregão da última quinta-feira (29). A abertura de hoje, porém, é de leve alta, com a procura por pechinchas mantendo os índices estáveis pela manhã.
No pregão passado, o Ibovespa recuou menos do que seus pares no exterior — 0,73%, aos 107.664 pontos. O dólar à vista avançou 0,86%, a R$ 5,3955.
Saiba o que movimenta o dia das bolsas, dólar e Ibovespa:
Ibovespa tenta fôlego no final da corrida eleitoral
O presidente Jair Bolsonaro está em campanha praticamente desde a posse, em janeiro de 2019. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) colocou o bloco na rua assim que deixou a prisão, em novembro daquele mesmo ano.
Diante de tanta exposição de ambos e de uma polarização intensificada pela pandemia, Lula e Bolsonaro chegam às vésperas do primeiro turno muito à frente de outros candidatos.
Apesar de ambos estarem em lados opostos do campo político, quem fica no meio dessa disputa é a bolsa brasileira. Passados os riscos de uma ruptura política e turbulências com as bondades eleitorais, o Ibovespa tem espaço para voltar a subir sem a interferência do cenário doméstico.
Última fotografia do momento
Pesquisa Datafolha divulgada na noite de ontem mostra Lula com 50% das intenções dos votos considerados válidos. Bolsonaro tem 36%. Na disputa por um longínquo terceiro lugar, Ciro Gomes (PDT) registra 6% e Simone Tebet (MDB) aparece com 5%.
Nesta sexta-feira (30), o brasileiro ganha uma merecida folga. A campanha para o primeiro turno terminou oficialmente ontem. Hoje serão admitidos somente atos de encerramento de campanha.
Panorama do debate
Isso não deve diminuir em nada a repercussão do último debate entre presidenciáveis, transmitido na noite de ontem pela Rede Globo.
Repleto de direitos de resposta e carente de propostas, o debate pouco acrescentou.
Lula não teve a oportunidade de confrontar Bolsonaro diretamente. Bolsonaro, quando teve, a desperdiçou.
Indicadores que mexem com a bolsa
Mas nem só da expectativa com a eleição vai se alimentar o mercado hoje. No campo dos indicadores, os investidores estarão de olho na taxa de desemprego e nos números da relação dívida/PIB. Os dados sairão antes da abertura.
Permanece no radar também a palestra de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, no evento "DrumWave Day", em São Paulo.
Bolsas no exterior: respiro em uma semana cheia
No que depender das bolsas estrangeiras, o Ibovespa começa o dia no azul diante do alívio da pressão sobre os ativos de risco lá fora.
Enquanto as bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em queda devido aos dados locais mistos, os mercados da Europa abriram em alta, mas sem força o bastante para uma virada de tempo nos negócios por lá.
Já os futuros de Nova York seguem pelo mesmo caminho. Nesta última semana, as bolsas de Wall Street voltaram ao chamado território do urso, quando os índices recuam mais de 20% de suas máximas históricas.
Com isso, o bear market se faz cada vez mais presente e não deve dar muito espaço para uma recuperação ampla dos investidores.
Inflação dos Estados Unidos
O medo de uma recessão coloca ainda mais importância no dado desta sexta-feira. O índice de gastos com consumo pessoal — PCE, na sigla em inglês — será divulgado hoje e deve dar novas pistas sobre o futuro da inflação nos EUA.
A expectativa é de que o núcleo de preços avance 0,5% na base de comparação com o mês passado e acumule alta de 4,7% em relação aos últimos 12 meses.
Com o dragão batendo as asas por aí, o Federal Reserve (Fed, o Banco Central norte-americano) não deve dar trégua e manter os juros elevados por mais tempo.
De acordo com o plano de voo da autoridade monetária, o juro por lá só deve voltar a cair em 2024 — ou seja, as bolsas não devem sair da caverna do urso tão cedo.
Bolsa hoje: agenda do dia
- Zona do Euro: CPI e Núcleo do CPI (6h)
- IBGE: PNAD Contínua do trimestre (9h)
- Estados Unidos: PCE e Núcleo do PCE (9h30)
- Banco Central: Setor Público Consolidado (9h30)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, palestra sobre "O Futuro do Sistema Financeiro" no evento "DrumWave Day", em São Paulo (10h)
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
