Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior permanecem pressionadas antes da inflação dos EUA na sexta-feira; Ibovespa acompanha reunião sobre ICMS e petróleo acima de US$ 120
A proposta para redução do imposto estadual fica no radar dos investidores por mais um dia e deve afetar os negócios hoje
O cabo de guerra sobre o teto de 17% na cobrança do ICMS sobre combustíveis e energia elétrica continua no zero a zero. No meio disso, a bolsa local permanece pressionada, com uma nova rodada de negociações marcada para esta quarta-feira (08).
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), marcou para hoje uma reunião com governadores na tentativa de encontrar uma saída para o barateamento da gasolina, diesel e gás de cozinha via abatimento de impostos.
Pesa contra a proposta o fato de que os representantes dos estados não conheçam a totalidade da medida para recompensar as perdas da arrecadação. Mesmo durante o anúncio, não foi dito de onde sairão os recursos e nem o montante exato destinado para tapar o burado nas contas públicas.
Ainda hoje, o senador e relator do projeto, Fernando Bezerra (MDB-PE), apresenta um parecer para a proposta de teto de 17% sobre o ICMS. Mas o impasse envolvendo o tributo estadual segue ao longo do dia, o que deve penalizar os negócios mais um pregão.
Na sessão de ontem (07), o Ibovespa encerrou o pregão em queda de 0,11%, aos 110.069 pontos. A moeda norte-americana, por sua vez, fechou o dia em alta de 1,64%, a R$ 4,8742.
Confira o que deve movimentar o dia para a bolsa, o dólar e o Ibovespa:
Leia Também
Proposta de baratear combustíveis agita Ibovespa
Não se fala sobre outro assunto em Brasília: o pacote de desoneração para baratear o preço da gasolina e diesel é o assunto do momento nos corredores do Planalto.
Os ecos desses debates chegam até o centro de São Paulo, sede da bolsa brasileira. As incertezas envolvendo o projeto mantém os investidores tensionados desde o anúncio de segunda-feira (06).
Isso porque a proposta de limitar o ICMS é uma faca de dois gumes: por um lado, o impacto deve ser positivo na inflação; por outro, os governadores entendem que os estados podem ficar “ingovernáveis” com a menor arrecadação, nas palavras do presidente do Comitê Nacional de Secretários da Fazenda (Comsefaz), Décio Padilha.
Bondade ou interesse?
É preciso destacar que a medida vem na esteira de um “pacote de bondades” do presidente da República, Jair Bolsonaro — que já zerou a alíquota federal do gás de cozinha e prometeu reajustes aos servidores públicos.
Bolsonaro vive uma crise de popularidade, pressionado principalmente pelo desemprego e inflação, de acordo com uma das pesquisas feitas pelo Datafolha.
Reduzir o preço dos combustíveis seria uma forma de tentar sustentar o voto dos eleitores, mas analistas do mercado entendem que o impacto das medidas não deve acontecer tão rapidamente para as eleições.
E o impacto nas contas públicas
Além disso, abrir mão de impostos significa reduzir a arrecadação dos entes federativos, que conseguiram fechar as contas no azul em 2021 devido à ajuda do governo federal.
A pandemia de covid-19 afetou o caixa dos estados, que precisaram recorrer aos recursos da União para sustentarem suas máquinas. Uma nova medida que volte a reduzir a arrecadação pode exigir um pedaço ainda maior do já apertado Orçamento federal.
Já o petróleo...
A alta dos combustíveis é motivada principalmente pelo petróleo em alta, que disparou principalmente após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.
As cotações mais altas podem amenizar os efeitos de uma redução tributária nos preços — em outras palavras, os combustíveis podem não ficar mais baratos se o petróleo continuar caro.
Por volta das 7h50, o barril do petróleo Brent, utilizado como referência internacional, é negociado em alta de 1,21%, cotado a US$ 121,78.
Problemas de todos os lados
Ao mesmo tempo, o presidenciável à frente das pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também não agradou o mercado nos últimos dias.
A prévia do programa para diretrizes econômicas de um possível novo mandato do petista não é exatamente um afago aos investidores. Entre as propostas, estão a revogação do teto de gastos, da reforma trabalhista e oposição às privatizações — inclusive da Eletrobras.
De avião para o exterior: as bolsas por lá
Se o cenário doméstico não é lá dos mais favoráveis, o exterior permanece pressionado por mais um dia.
Quem se salvou na madrugada desta quarta-feira foram as bolsas da Ásia e Pacífico. Os índices encerraram o pregão em alta após o alívio da China contra as empresas de tecnologia. O relaxamento das restrições contra a covid-19 também ajudou no bom sentimento dos investidores.
Já na Europa, o cenário não é dos melhores. Às vésperas da decisão de juros do Banco Central Europeu, a OCDE confirmou as previsões mais pessimistas para a economia mundial.
Powell e o morde e assopra
Os futuros de Nova York apontam para uma abertura negativa por mais um dia. Os investidores aguardam os dados inflacionários, medidos pelo CPI, na próxima sexta-feira (10).
De acordo com especialistas ouvidos pelo Yahoo Finance, a decisão de maior aperto monetário por parte do Banco Central americano e retirada de estímulos da economia não deve interferir tanto assim na questão dos empregos por lá.
Isso porque na última leitura do payroll, os analistas enxergam que há mais vagas do que trabalhadores disponíveis para trabalhar — isso, é claro, ressaltando que existem diferenças por setor.
Estímulos, economia e juros
Com os dados de emprego mais fortes do que o esperado, a retirada de estímulos pode acontecer de maneira mais intensa sem afetar os dados de trabalho ou consumo. Vale ressaltar que a inflação dos EUA já é a maior em mais de 40 anos, o que também tem pressionado o presidente Joe Biden.
Na agenda do dia, permanece em foco a participação da Secretária do Tesouro, Janet Yellen, no Senado americano. Ela discursa sobre o orçamento para 2023 nos Estados Unidos.
Agenda do dia
- Zona do Euro: PIB do 1º trimestre (6h)
- França: OCDE divulga relatório com perspectiva econômica (6h)
- FGV: IGP-DI de maio e IPC-S de junho (8h)
- Estados Unidos: Estoques no atacado em abril (11h)
- Estados Unidos: Secretária do Tesouro, Janet Yellen testemunha no Comitê de Assuntos Tributários da Câmara sobre orçamento para ano fiscal 2023 (11h)
- Congresso Nacional: Governadores e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, têm reunião sobre ICMS (sem horário específico)
- Congresso Nacional: Senador Fernando Bezerra (MDB-PE), apresenta parecer sobre proposta de teto de 17% do ICMS (sem horário específico)
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
