Com a vitória de Lula, um ‘bancão’ tradicional e resiliente é a ação favorita para novembro; veja os papéis mais recomendados por 14 corretoras
Com quatro indicações no total, a instituição financeira está no topo no pódio da B3 pela segunda vez neste ano

A disputa pelo título de Ação do Mês de novembro foi tão acirrada quanto as eleições de 2022. Assim como ocorreu com o pleito presidencial, a competição estava tecnicamente empatada até muito próximo do final da apuração.
E, como não há segundo turno para a escolha da queridinha dos analistas, parecia que o posto seria dividido entre cinco empresas — algo inédito desde que o Seu Dinheiro começou a compilar os papéis favoritos das corretoras.
Mas o cenário mudou com a chegada da última carteira recomendada do mês. A escolha da equipe de análise do Daycoval, que optou por incluir o Itaú Unibanco (ITUB4) no ‘top 3’ de novembro, deu ao “bancão” o título de ação mais recomendado para novembro.
Com quatro indicações no total, a instituição financeira está no topo no pódio da B3 pela segunda vez neste ano. Parece pouco para o maior banco privado do Brasil, mas ele bateu na trave e por pouco não levou o ouro em outras cinco ocasiões.
A volta à primeira posição também ocorre poucos dias antes de o mercado conhecer os resultados do terceiro trimestre do Itaú — o balanço será divulgado na próxima quinta-feira (10). E as perspectivas são boas: segundo dados do Banco Central, o crescimento do crédito continua em níveis saudáveis para todo o setor.
Mesmo com o fim do ciclo de alta da taxa Selic, os spreads bancários seguem em níveis recordes. Ou seja, a diferença entre os juros que o banco paga e os juros que ele cobra nunca foi tão alta.
Leia Também
Se a situação está tão boa para todo o segmento bancário, o leitor pode questionar por que outros grandes bancos também não aparecem no primeiro lugar da seleção com o Itaú.
Isso ocorre pois é quase um consenso entre os analistas que nomes como Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) terão o pior desempenho no terceiro trimestre, enquanto o nosso campeão do mês será o destaque positivo.
Solucionado o mistério, vale mencionar também quatro companhias que quase provocaram um congestionamento no pódio das corretoras. Com três recomendações cada, Lojas Renner (LREN3), PRIO (PRIO3), Totvs (TOTS3) e Vale (VALE3) dividem o segundo lugar.
Confira abaixo todas as ações apontadas pelas 14 corretoras consultadas pelo Seu Dinheiro:
Entendendo a Ação do Mês: todos os meses, o Seu Dinheiro consulta as principais corretoras do país para descobrir quais são suas apostas para o período. Dentro das carteiras recomendadas, normalmente com até 10 papéis, os analistas indicam os seus três prediletos. Com o ranking nas mãos, selecionamos os que contaram com pelo menos duas indicações.
Itaú Unibanco (ITUB4) — a ação do rei dos “bancões”
A volta do Itaú Unibanco (ITUB4) ao posto de queridinho das corretoras ocorre em um momento cheio de incertezas para o mercado acionário.
A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial não provocou o banho de sangue na bolsa que era esperado. Mas a certeza do petista no Planalto ainda gera dúvidas e faz com que os analistas se voltem para ações conhecidas pela boa gestão e resiliência.
“O conservadorismo do Itaú continua sendo sua principal vantagem frente a seus pares, e esse aspecto deve ser responsável pela divulgação de resultados sólidos no terceiro trimestre”, destaca o Pagbank Pagseguro, uma das instituições que recomenda as ações ITUB4 em novembro.
A divisão de serviços financeiros do Grupo UOL espera que o Itaú apresente um “crescimento saudável da carteira de crédito” no terceiro trimestre, além de manter as boas margens financeiras e a inadimplência em níveis adequados.
Por falar em previsões para os resultados do banco, as estimativas coletadas pela Bloomberg projetam um lucro de pouco mais de R$ 8 bilhões no período. Se confirmada, a cifra será a maior da história dos bancos brasileiros, com um crescimento de 18,5% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado.
O consenso de mercado prevê ainda que a qualidade dos ativos do Itaú deve permanecer melhor do que a dos concorrentes, mas com ligeiro aumento da inadimplência e das provisões.
Lojas Renner (LREN3), PetroRio (PRIO3), Totvs (TOTS3) e Vale (VALE3): as outras campeãs do mês
Além do Itaú, que é o grande destaque da seleção, outras quatro ações conquistaram a preferência dos analistas em novembro.
A Lojas Renner (LREN3) havia sido a campeã do mês passado e perdeu a posição para o banco, mas segue bem avaliada pelos analistas.
Um ponto que chama a atenção é a diversificação da varejista de moda, que negocia as marcas Renner, Camicado, Youcom, Ashua, Realize, Repasse e Uello em lojas físicas e digitais.
O calendário de eventos do próximo trimestre também é positivo. “As perspectivas continuam sendo favoráveis, dada a sazonalidade do período com datas como a Copa, Black Friday e Natal, que geram um aumento na demanda”, argumenta o PagBank.
Outra ação bem cotada para novembro é a da PRIO (PRIO3). A ex-PetroRio conquistou um lugar de destaque entre as petroleiras nacionais com sua estratégia de investir e revitalizar poços com reservas já comprovadas.
A escolha técnica tira a empresa da rota de competição direta com a Petrobras (PETR4), gigante absoluta do setor e focada no pré-sal, e proporciona bons resultados.
Dentro dessa linha, a companhia também se desfez recentemente de sua fatia de 10% no Campo de Manati, no litoral da Bahia. O negócio reforça o foco em ativos que compõem o cerne do seu negócio e rendeu R$ 124 milhões aos cofres da PRIO.
Além dos setores mais tradicionais da economia, uma representante da tecnologia — segmento que ainda não havia aparecido entre os favoritos do mês neste ano — também recebeu três indicações em novembro: a Totvs (TOTS3).
A companhia é líder em softwares de gestão empresarial no país e, na visão da Guide, já é um dos players mais bem posicionados no setor, com bons números e forte crescimento demonstrados nos últimos resultados.
Os analistas das corretoras argumentam ainda que as investidas da Totvs com outras grandes companhias mostram que a empresa tem potencial para explorar novos negócios. A Techfin, por exemplo, joint venture criada em parceria com Itaú, recebeu o sinal verde do Cade em outubro.
Por fim, uma velha conhecida dos leitores da Ação do Mês completa o quarteto de “quase-campeãs” de novembro.
Apesar de não dominar mais o primeiro lugar depois de ter seus resultados afetados pela queda do minério de ferro e do níquel no mercado internacional, a Vale (VALE3) ainda aparece entre a queridinha das corretoras.
A justificativa por trás da manutenção da companhia no pódio é o seu bom desempenho operacional e a remuneração aos investidores, seja por meio dos dividendos ou recompra de ações.
“O foco da mineradora deverá continuar sendo sua política de retorno aos acionistas sem deixar em segundo plano os investimentos em sua capacidade de produção”, prevê a Elite Investimentos
Repercussão — (quase) tudo verde entre as ações recomendadas
O Ibovespa subiu 5,45% em outubro, por isso não é surpresa que o desempenho da maior parte das ações recomendadas para o mês tenha sido positivo.
A Lojas Renner (LREN3), campeã do mês, registrou ganhos de 6,9%, mas o destaque ficou por conta da Weg (WEGE3) e sua alta de 24,6%.
Outra performance que chama a atenção é a da ação da PRIO (PRIO3). A petroleira, que é uma das ações mais recomendadas para novembro, subiu quase 24% no período. Veja a lista completa:
Compensação de prejuízos para todos: o que muda no mecanismo que antes valia só para ações e outros ativos de renda variável
Compensação de prejuízos pode passar a ser permitida para ativos de renda fixa e fundos não incentivados, além de criptoativos; veja as regras propostas pelo governo
Com o pé na pista e o olho no céu: Itaú BBA acredita que esses dois gatilhos vão impulsionar ainda mais a Embraer (EMBR3)
Após correção nas ações desde as máximas de março, a fabricante brasileira de aviões está oferecendo uma relação risco/retorno mais equilibrada, segundo o banco
Ações, ETFs e derivativos devem ficar sujeitos a alíquota única de IR de 17,5%, e pagamento será trimestral; veja todas as mudanças
Mudanças fazem parte da MP que altera a tributação de investimentos financeiros, publicada ontem pelo governo; veja como ficam as regras
Banco do Brasil (BBAS3) supera o Itaú (ITUB4) na B3 pela primeira vez em 2025 — mas não do jeito que o investidor gostaria
Em uma movimentação inédita neste ano, o BB ultrapassou o Itaú e a Vale em volume negociado na B3
Adeus, dividendos isentos? Fundos imobiliários e fiagros devem passar a ser tributados; veja novas regras
O governo divulgou Medida Provisória que tira a isenção dos dividendos de FIIs e Fiagros, e o investidor vai precisar ficar atento às regras e aos impactos no bolso
Fim da tabela regressiva: CDBs, Tesouro Direto e fundos devem passar a ser tributados por alíquota única de 17,5%; veja regras do novo imposto
Governo publicou Medida Provisória que visa a compensar a perda de arrecadação com o recuo do aumento do IOF. Texto muda premissas importantes dos impostos de investimentos e terá impacto no bolso dos investidores
Gol troca dívida por ação e muda até os tickers na B3 — entenda o plano da companhia aérea depois do Chapter 11
Mudança da companhia aérea vem na esteira da campanha de aumento de capital, aprovado no plano de saída da recuperação judicial
Petrobras (PETR4) não é a única na berlinda: BofA também corta recomendação para a bolsa brasileira — mas revela oportunidade em uma ação da B3
O BofA reduziu a recomendação para a bolsa brasileira, de “overweight” para “market weight” (neutra). E agora, o que fazer com a carteira de investimentos?
Cemig (CMIG4), Rumo (RAIL3), Allos (ALOS3) e Rede D’Or (RDOR3) pagam quase R$ 4 bilhões em dividendos e JCP; veja quem tem direito a receber
A maior fatia é da Cemig, cujos proventos são referentes ao exercício de 2024; confira o calendário de todos os pagamentos
Fundo Verde: Stuhlberger segue zerado em ações do Brasil e não captura ganhos com bolsa dos EUA por “subestimar governo Trump”
Em carta mensal, gestora criticou movimentação do governo sobre o IOF e afirmou ter se surpreendido com recuo rápido do governo norte-americano em relação às tarifas de importação
Santander Renda de Aluguéis (SARE11) está de saída da B3: cotistas aprovam a venda do portfólio, e cotas sobem na bolsa hoje
Os investidores aceitaram a proposta do BTG Pactual Logística (BTLG11) e, com a venda dos ativos, também aprovaram a liquidação do FII
Fundo imobiliário do segmento de shoppings vai pagar mais de R$ 23 milhões aos cotistas — e quem não tem o FII na carteira ainda tem chance de receber
A distribuição de dividendos é referente a venda de um shopping localizado no Tocantins. A operação foi feita em 2023
Meu medo de aviões: quando o problema está na bolsa, não no céu
Tenho brevê desde os 18 e já fiz pouso forçado em plena avenida — mas estou fora de investir em ações de companhias aéreas
Bank of America tem uma ação favorita no setor elétrico, com potencial de alta de 23%
A companhia elétrica ganhou um novo preço-alvo, que reflete as previsões macroeconômicas do Brasil e desempenho acima do esperado
Sem dividendos para o Banco do Brasil? Itaú BBA mantém recomendação, mas corta preço-alvo das ações BBSA3
Banco estatal tem passado por revisões de analistas depois de apresentar resultados ruins no primeiro trimestre do ano e agora paga o preço
Santander aumenta preço-alvo de ação que já subiu mais de 120% no ano, mas que ainda pode se valorizar e pagar dividendos
De acordo com analistas do banco, essa empresa do ramo da construção civil tem uma posição forte, sendo negociada com um preço barato mesmo com lucros crescendo em 24%
Dividendos e recompras: por que esta empresa do ramo dos seguros é uma potencial “vaca leiteira” atraente, na opinião do BTG
Com um fluxo de caixa forte e perspectiva de se manter assim no médio prazo, esta corretora de seguros é bem avaliada pelo BTG
“Caixa de Pandora tributária”: governo quer elevar Imposto de Renda sobre JCP para 20% e aumentar CSLL. Como isso vai pesar no bolso do investidor?
Governo propõe aumento no Imposto de Renda sobre JCP e mudanças na CSLL; saiba como essas alterações podem afetar seus investimentos
FIIs e fiagros voltam a entrar na mira do Leão: governo quer tirar a isenção de IR e tributar rendimentos em 5%; entenda
De acordo com fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a tributação de rendimentos de FIIs e fiagros, hoje isentos, entra no pacote de medidas alternativas ao aumento do IOF
UBS BB considera que essa ação entrou nos anos dourados com tarifas de Trump como um “divisor de águas”
Importações desse segmento já estão sentindo o peso da guerra comercial — uma boa notícia para essa empresa que tem forte presença no mercado dos EUA