🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Jasmine Olga

Jasmine Olga

É repórter do Seu Dinheiro. Formada em jornalismo pela Universidade de São Paulo (ECA-USP), já passou pelo Centro de Cidadania Fiscal (CCiF) e o setor de comunicação da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

VENDER OU COMPRAR?

3 razões para comprar dólar agora e não mais tarde, segundo quem aposta na alta da moeda contra o real

Para analistas e gestores que veem o real forte como um fenômeno transitório, é hora de aproveitar a queda do dólar para manter ou aumentar a exposição na moeda norte-americana

Jasmine Olga
Jasmine Olga
30 de março de 2022
6:05 - atualizado às 22:33
dólar na carteira
Notas de dólares - Imagem: Shutterstock

Não há como negar que o primeiro trimestre do ano tem sido muito diferente do que a maior parte das projeções no mercado financeiro indicavam. Mas no quesito surpresas, poucas superam a forte queda do dólar em relação ao real, mesmo diante de um conturbado cenário de guerra no leste europeu e a proximidade das eleições presidenciais. 

Em um momento em que se esperava cautela e corrida para ativos de segurança, o Brasil foi surpreendido com a entrada de mais de R$ 90 bilhões de investimento estrangeiro no país, a maioria em direção aos pesos-pesados da bolsa – as companhias produtoras de commodities. O resultado é uma alta de 14% do Ibovespa e uma valorização de quase 15% do real em 2022

Depois de contar para você a visão de quem acredita que essa não é a hora de comprar dólar, agora é a vez de ouvir o outro lado. 

Para esta matéria, eu conversei com gestores e analistas que veem a queda da moeda norte-americana como uma oportunidade de compra — seja como proteção, investimentos no exterior ou em preparação para uma possível viagem futura. 

Confira as razões que levam Marcello Negro, gestor de multimercados da Fator Administração de recursos; Victor Benndorf, Diretor na Benndorf Consultoria; e Bruno Di Giacomo, CIO da Blackbird Investimentos, a entrarem do time dos que apostam no dólar. 

1) O fôlego das commodities pode acabar a qualquer momento

O segundo semestre de 2021 foi difícil para as empresas de mineração e siderurgia, grandes representantes entre as exportadoras brasileiras — que trazem dólares para o país.

Leia Também

Para refrescar a memória: nos últimos meses do ano passado, a incorporadora Evergrande assustou o mercado com sua potencial falência com bilhões de dólares em dívidas, e o governo chinês impôs diversas restrições à produção de aço. 

Em 2022 a página virou. A possível ruína da Evergrande deixou de ser um problema que ameaça o mercado financeiro de forma estrutural, e a China tem se mostrado disposta a continuar estimulando a economia local. 

A demanda por commodities, em especial o petróleo, aumentou ainda mais com a guerra entre Rússia e Ucrânia.

A disparada dos preços das matérias-primas atraiu um grande fluxo de dinheiro estrangeiro para a bolsa brasileira. A enxurrada de dólares na B3 ajudou a derrubar as cotações do dólar. 

O grande fluxo estrangeiro que tem sustentado o mercado brasileiro até aqui vai ao encontro principalmente das ações ligadas ao setor de commodities. Porém, na visão dos analistas consultados, é pouco provável que o ritmo se sustente nos próximos meses. 

Para Marcello Negro, da Fator Administração de recursos, os efeitos da guerra sobre os preços das commodities não deve ser de alta tão relevante nos próximos meses.

Um eventual acordo de paz na Ucrânia, por exemplo, pode fazer com que o movimento visto até aqui se inverta. Nos últimos dias, as negociações entre os governos de Kiev e de Moscou avançaram, e um encontro entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin pode ocorrer nos próximos dias.

2) A diferença de juros deve diminuir — e fortalecer o dólar

Outro ponto importante que faz com que os especialistas não acreditem em uma valorização mais expressiva do real são os sinais de que o ciclo de alta da Selic deve ser encerrado em breve. 

Na última semana, o presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto, afirmou em duas ocasiões diferentes que uma alta adicional de juros na reunião de junho seria improvável, aumentando as apostas de que a taxa básica deve parar em 12,75% ao ano. 

Para os analistas, o diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos tem sido atrativo até agora, mas a aceleração esperada para o aperto monetário do Federal Reserve no segundo semestre deve interromper o fluxo abundante de dólares que hoje entram no país, o que deixa o cenário mais propenso a uma desvalorização do real do que o contrário. 

3) O Brasil está longe de ser um porto seguro

Até agora, o Brasil tem se mantido majoritariamente na contramão dos mercados internacionais, superando máximas enquanto o restante do mundo sente o peso do conflito que se desenrola no leste europeu e dos próximos passos do Federal Reserve. Mas isso não significa que o país é um porto seguro diante das incertezas globais. 

Para Victor Benndorf, o Brasil surgiu como oportunidade em um momento em que mercados que poderiam ser boas opções atravessam um momento turbulento — com a Rússia em guerra e a China cercada por incertezas econômicas e geopolíticas.

Além disso, o analista não enxerga uma melhora estrutural significativa que ajude a explicar a valorização do real. Embora a parte fiscal esteja sendo compensada pela balança comercial positiva, a saúde das contas públicas ainda está longe do que era antes da pandemia.

O fator eleição também não é deixado de fora e pode ter implicações no cenário fiscal, já que os dois principais candidatos no páreo exibem tendências populistas. 

Dólar: Hora de comprar 

Com um cenário menos otimista para o real em mente, os especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro apontam que é hora de colocar mais dólar na carteira. 

Para a Blackbird, o ponto de entrada atual até a faixa dos R$ 5 é atrativo. Em vez de simplesmente comprar a moeda, a gestora de fortunas prefere “colocar o dólar para trabalhar”, ou seja, investir em ativos em moeda estrangeira e que gerem fluxo de caixa — como ações, por exemplo.

Marcello Negro, da Fator, também aponta que esse é o momento para aumentar a fatia de proteção da sua carteira ou se preparar para uma viagem ao exterior. Embora veja espaço para o enfraquecimento do real, o gestor não crê que o dólar deve voltar às máximas. 

Diante da incerteza que cerca o ambiente, o investidor precisa estar atento às mudanças de cenário e não se apegar eternamente ao conceito de “longo prazo”, já que as coisas podem mudar rapidamente, segundo Victor Benndorf, diretor da Benndorf Consultoria. “É preciso sempre monitorar os níveis do ativo e entender os catalisadores do cenário global. Diversificação segue sendo muito importante”.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DERRETENDO

Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?

29 de abril de 2025 - 17:09

Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado

CHINA NO VOLANTE

Salão de Xangai 2025: BYD, elétricos e a onda chinesa que pode transformar o mercado brasileiro

29 de abril de 2025 - 8:16

O mundo observa o que as marcas chinesas trazem de novidades, enquanto o Brasil espera novas marcas

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

ABRINDO OS TRABALHOS

Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos

28 de abril de 2025 - 6:05

Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central 

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

VIVENDO O HYGGE

O turismo de luxo na Escandinávia é diferente; hotéis cinco-estrelas e ostentação saem do roteiro

25 de abril de 2025 - 8:02

O verdadeiro luxo em uma viagem para a região escandinava está em praticar o slow travel

METAL AMARELO

Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?

24 de abril de 2025 - 14:51

Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano

LADEIRA ABAIXO

Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs

24 de abril de 2025 - 14:17

Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius

TÁ CHEGANDO

OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações? 

24 de abril de 2025 - 10:45

Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar

24 de abril de 2025 - 8:11

China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia

23 de abril de 2025 - 8:06

Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell

MERCADOS

Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284

22 de abril de 2025 - 17:20

Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados

SELIC VS DÓLAR

Banco Central acionou juros para defender o real — Galípolo detalha estratégia monetária brasileira em meio à guerra comercial global

22 de abril de 2025 - 15:50

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Gabriel Galípolo detalhou a estratégia monetária do Banco Central e sua visão sobre os rumos da guerra comercial

DE VOLTA AO JOGO

Bitcoin engata alta e volta a superar os US$ 90 mil — enfraquecimento do dólar reforça tese de reserva de valor

22 de abril de 2025 - 14:31

Analistas veem sinais de desacoplamento entre bitcoin e o mercado de ações, com possível aproximação do comportamento do ouro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell

22 de abril de 2025 - 8:11

Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar