Tá difícil viver de renda: empresas cortaram R$ 38 bilhões em dividendos na pandemia
Muitas companhias optaram por distribuir menos dinheiro aos acionistas e preservar o caixa durante a crise econômica
Quem aguarda pela distribuição de proventos das empresas para engordar seu patrimônio provavelmente se decepcionou em 2020. A crise econômica causada pela pandemia de covid-19 levou muitas companhias a revisarem o volume de dividendos pagos aos seus acionistas no ano passado.
Um levantamento feito pela consultoria de informação financeira Economática, com 246 companhias negociadas na Bolsa de Valores, mostrou que a queda nos pagamentos somou R$ 38 bilhões, um recuo de quase 30% na comparação com 2019.
Sem considerar a Vale, que sozinha distribuiu mais de R$ 18 bilhões, as companhias pagaram R$ 91,3 bilhões aos acionistas em 2020. No ano anterior, esse número estava na casa dos R$ 129,1 bilhões.
Precauções sobem e dividendos descem
Uma das explicações para essa queda está na incerteza sobre os impactos gerados pela pandemia. Diante do cenário instável, a estratégia de muitas empresas foi preservar o caixa e fazer poupança para conseguir atravessar com segurança a turbulência do momento.
O advogado Luiz Eduardo Corradini, sócio do escritório Cascione Pulino Boulos, destaca que a pandemia começou a se agravar exatamente na época em que as empresas estavam deliberando sobre o pagamento dos dividendos.
Leia Também
Pelas regras, elas têm até o fim de abril para definir os volumes em assembleias - período em que boa parte do país estava em lockdown no ano passado. "Por isso, muitas companhias decidiram pagar o valor mínimo de dividendos, que normalmente é de 25% sobre o lucro líquido", diz Corradini.
Ele explica que, além do valor mínimo, as administrações definem um adicional sobre esse porcentual, que pode chegar a 50%. Mas, por causa do grau de incerteza, a maioria revisou os estatutos e diminuiu porcentuais.
Bancos puxam a queda
O gerente de relação institucional e comercial da Economática, Einar Rivero, destaca que o setor bancário teve forte impacto na redução da distribuição de dividendos. Segundo o levantamento, um conjunto de 20 instituições financeiras analisadas pela consultoria cortou em R$ 28 bilhões os proventos pagos em 2020.
Nesse caso, houve uma determinação do Conselho Monetário Nacional (CMN) para restringir a distribuição de dividendos ao limite mínimo previsto nos estatutos das instituições. O objetivo era preservar recursos para empréstimos ou para perdas futuras com o aumento da inadimplência.
O Bradesco, por exemplo, reduziu de R$ 15,8 bilhões, em 2019, para R$ 5,54 bilhões o volume distribuído no ano passado. Ao mesmo tempo, a instituição reforçou com R$ 25,8 bilhões, contra R$ 14,4 bilhões em 2019, as provisões para perdas de crédito em níveis superiores a anos anteriores, preparando-se para uma possível inadimplência decorrente da pandemia.
As exceções
Apesar da queda no volume consolidado, algumas empresas seguiram na direção contrária e elevaram o pagamento de dividendos. Para Michael Viriatto, professor do Insper, a distribuição de lucros muitas vezes segue a estratégia de dar estabilidade na remuneração dos acionistas, garantindo a atratividade do papel entre investidores.
Além disso, alguns setores tiveram desempenho positivo no ano passado, apesar da pandemia. É o caso da Vale, que foi retirada do levantamento para não distorcer o resultado. No ano passado, a empresa elevou em 2.591% o volume distribuído após reverter um prejuízo de R$ 8,7 bilhões, em 2019, e lucrar R$ 24,9 bilhões.
A B3 também engordou os pagamentos aos acionistas. "Os altos volumes negociados em nossas plataformas ao longo do ano contribuíram para um sólido desempenho financeiro e geração de caixa robusta, que totalizou R$ 6,1 bilhões no ano", disse a empresa.
Outra que ampliou os pagamentos foi a JBS. Segundo a Economática, a empresa distribuiu R$ 1,4 bilhão em 2020, ante R$ 15 milhões do ano anterior. Para este ano, a JBS declarou em nota que vai propor um valor ainda maior, de R$ 2,5 bilhões.
Com informações do Estadão Conteúdo
Hasta la vista! Itaú (ITUB4) vende ativos na Colômbia e no Panamá; entenda o plano por trás da decisão
Itaú transfere trilhões em ativos ao Banco de Bogotá e reforça foco em clientes corporativos; confira os detalhes da operação
Virada de jogo para a Cosan (CSAN3)? BTG vê espaço para ação dobrar de valor; entenda os motivos
Depois de um ano complicado, a holding entra em 2026 com portfólio diversificado e estrutura de capital equilibrada. Analistas do BTG Pactual apostam em alta de 93% para CSAN3
Atraso na entrega: empreendedores relatam impacto da greve dos Correios às vésperas do Natal
Comunicação clara com clientes e diversificação de meios de entregas são estratégias usadas pelos negócios
AUAU3: planos da Petz (PETZ3) para depois da fusão com a Cobasi incluem novo ticker; confira os detalhes
Operação será concluída em janeiro, com Paulo Nassar no comando e Sergio Zimerman na presidência do conselho
IPO no horizonte: Aegea protocola pedido para alterar registro na CVM; entenda a mudança
A gigante do saneamento solicitou a migração para a categoria A da CVM, passo que abre caminho para uma possível oferta pública inicial
Nelson Tanure cogita vender participação na Alliança (ALLR3) em meio a processo sancionador da CVM; ações disparam na B3
Empresa de saúde contratou assessor financeiro para estudar reorganização e possíveis mudanças no controle; o que está em discussão?
Pílula emagrecedora vem aí? Investidores esperam que sim e promovem milagre natalino em ações de farmacêutica
Papéis dispararam 9% em Nova York após agência reguladora aprovar a primeira pílula de GLP-1 da Novo Nordisk
AZUL4 dá adeus ao pregão da B3 e aérea passa ter novo ticker a partir de hoje; Azul lança oferta bilionária que troca dívidas por ações
Aérea pede registro de oferta que transforma dívida em capital e altera a negociação dos papéis na bolsa; veja o que muda
Hapvida (HAPV3) prepara ‘dança das cadeiras’ com saída de CEO após 24 anos para tentar reverter tombo de 56% nas ações em 2025
Mudanças estratégicas e plano de sucessão gerencial será implementado ao longo de 2026; veja quem assume o cargo de CEO
Magazine Luiza (MGLU3) vai dar ações de graça? Como ter direito ao “presente de Natal” da varejista
Acionistas com posição até 29 de dezembro terão direito a novas ações da varejista. Entenda como funciona a operação
Tupy (TUPY3) azeda na bolsa após indicação de ministro de Lula gerar ira de conselheiro. Será mais um ano para esquecer?
A indicação do ministro da Defesa para o conselho do grupo não foi bem recebida por membros do colegiado; entenda
Santander (SANB11), Raia Drogasil (RADL3), Iguatemi (IGTI11) e outras gigantes distribuem mais de R$ 2,3 bilhões em JCP e dividendos
Santander, Raia Drogasil, JHSF, JSL, Iguatemi e Multiplan somam cerca de R$ 2,3 bilhões em proventos, com pagamentos previstos para 2025 e 2026
Eztec (EZTC3) renova gestão e anuncia projeto milionário em São Paulo
Silvio Ernesto Zarzur assume nova função na diretoria enquanto a companhia lança projeto de R$ 102 milhões no bairro da Mooca
Dois bancos para lucrar em 2026: BTG Pactual revela dupla de ações que pode saltar 30% nos próximos meses
Para os analistas, o segmento de pequenos e médios bancos concentra oportunidades interessantes, mas também armadilhas de valor; veja as recomendações
Quase 170% em 2025: Ação de banco “fora do radar” quase triplica na bolsa e BTG vê espaço para mais
Alta das ações em 2025 não encerrou a tese: analistas revelam por que ainda vale a pena comprar PINE4 na bolsa
Tchau, B3! Neogrid (NGRD3) pode sair da bolsa com OPA do Grupo Hindiana
Holding protocolou oferta pública de aquisição na CVM para assumir controle da Neogrid e cancelar seu registro de companhia aberta
A reorganização societária da Suzano (SUZB3) que vai redesenhar o capital e estabelecer novas regras de governança
Companhia aposta em alinhamento de grupos familiares e voto em bloco para consolidar estratégia de longo prazo
Gafisa, Banco Master e mais: entenda a denúncia que levou Nelson Tanure à mira dos reguladores
Uma sequência de investigações e denúncias colocou o empresário sob escrutínio da Justiça. Entenda o que está em jogo
Bilionária brasileira que fez fortuna sem ser herdeira quer trazer empresa polêmica para o Brasil
Semanas após levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos, a fundadora da Kalshi revelou planos para desembarcar no Brasil
Raízen (RAIZ4) precisa de quase uma “Cosan” para voltar a um nível de endividamento “aceitável”, dizem analistas
JP Morgan rebaixou a recomendação das ações de Raízen e manteve a Cosan em Neutra, enquanto aguarda próximos passos das empresas