O Santander Brasil (SANB11) deu a largada na temporada de balanços dos grandes bancos em grande estilo, com um lucro líquido de R$ 4,340 bilhões no terceiro trimestre.
O resultado representa um avanço de 12,5% em relação ao mesmo período de 2020 e superou mais uma vez projeção média do mercado, que apontava para um lucro de R$ 4,172 bilhões.
Ao que tudo indica, Sérgio Rial deixará o cargo de CEO do Santander Brasil com o banco na liderança de rentabilidade entre as grandes instituições financeiras. O retorno sobre o patrimônio líquido atingiu 22,4% no terceiro trimestre, novo recorde.
Se a crise fiscal permitir, o mercado deve reagir bem aos números do Santander e impulsionar não só as ações do banco (SANB11) como de todo o setor na bolsa hoje.
Crédito e margem do Santander
Um dos destaques do balanço do Santander foi a margem financeira, a linha do balanço que contabiliza as receitas com a concessão de crédito menos os custos de captação, com um resultado de R$ 14,6 bilhões — alta de 17,6% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
A carteira de crédito ampliada do Santander atingiu R$ 526 bilhões em setembro, um avanço de 3,2% no trimestre e de 13,1% em 12 meses. As linhas que mais cresceram foram aquelas destinadas a pessoas físicas e pequenas e médias empresas, que contam com spreads maiores.
Além do avanço do crédito, a margem financeira do Santander foi turbinada pelos resultados da Tesouraria, que fez um resultado de R$ 2,5 bilhões — alta de 32,8% em 12 meses — mesmo com a forte turbulência nos mercados (ou apesar dela).
O índice de inadimplência acima de 90 dias na carteira do banco aumentou de 2,2% para 2,4% no trimestre, mas segue em níveis historicamente baixos.
As despesas com provisões para calotes no crédito atingiram R$ 3,7 bilhões, um aumento de 26,1% em relação ao período de julho a setembro do ano passado e de 10,6% no trimestre. O Santander, porém, informa no relatório que acompanha o balanço que o avanço se deu em linha com a carteira de crédito.
Fintechs, que fintechs?
Outro destaque do resultado do Santander foi a receita com prestação de serviços, que avançou 13,4% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, para R$ 4,8 bilhões.
O número chama a atenção porque é nessa linha do balanço que os bancos vêm sofrendo o ataque mais feroz das fintechs, as novas empresas de tecnologia financeira. Vale destacar, contudo, que a base de comparação é prejudicada pela crise provocada pela pandemia da covid-19.
As despesas administrativas e de pessoal do banco também avançaram, mas em um ritmo menor, de 7,4%, e atingiram R$ 5,5 bilhões.