Com peso das provisões, lucro do Itaú cai 34,6% em 2020 e soma R$ 18,536 bilhões
O lucro menor também derrubou a rentabilidade do maior banco privado brasileiro, de 23,7% em 2019 para 14,5% no ano passado
Sob o peso de bilhões de reais em provisões para fazer frente a perdas com a crise do coronavírus, o Itaú Unibanco registrou lucro líquido recorrente de R$ 18,536 bilhões em 2020. Parece bom, mas trata-se de uma queda de 34,6% em relação ao ano anterior.
No quarto trimestre, o lucro do maior banco privado brasileiro atingiu R$ 5,388 bilhões, um recuo de 26,1% na comparação com o mesmo período de 2019. O resultado ficou pouco abaixo das expectativas do mercado de R$ 5,440 bilhões.
O lucro menor também derrubou a rentabilidade do Itaú, de 23,7% em 2019 para 14,5% no ano passado.
Vale lembrar tanto o resultado do quarto trimestre como o de 2020 não incluem o ganho de R$ 3,2 bilhões com a venda da participação 5% na XP Investimentos em uma oferta de ações realizada em dezembro, que o banco classificou como não-recorrente.
O resultado contábil — que inclui a receita com a XP mas também outros gastos como a doação de quase R$ 1 bilhão feita pelo banco para o tratamento da covid-19 — foi de R$ 7,592 bilhões no quarto trimestre e de R$ 18,909 bilhões em 2020.
Os acionistas do Itaú aprovaram no domingo a separação da participação remanescente na corretora em uma nova empresa, batizada de XPart. Mas essa companhia deve ter vida curta, já que a XP propôs absorvê-la em troca de uma participação direta em ações ou BDRs (recibos de ações) da corretora.
Leia Também
“Fico satisfeito por constatar que fomos capazes de responder aos desafios extraordinários trazidos pela pandemia, sem comprometer nosso foco em satisfação de clientes, transformação digital e eficiência”, afirmou o presidente do Itaú, Candido Bracher, que deixará o cargo. Para o lugar dele, o banco escolheu Milton Maluhy.
Provisões e inadimplência
As despesas com provisões para perdas no crédito foram as principais responsáveis pelo lucro menor do Itaú no ano passado. No total, o chamado custo do crédito do banco avançou 66,4% em relação a 2019, para R$ 30,2 bilhões.
Mas apesar das provisões maiores, a inadimplência acima de 90 dias na carteira do Itaú ficou relativamente bem comportada e encerrou o ano em 2,3%, abaixo dos 3% do fim de 2019 e 0,1 ponto percentual acima do índice de setembro passado.
A expectativa é que o índice de calotes aumente neste ano, com o fim do período de carência dado pelos bancos para o pagamento das parcelas dos financiamentos durante a crise.
Crédito e spread
Ao contrário de crises anteriores, quando os bancos pisaram no freio do crédito, desta vez as instituições aproveitaram a demanda para avançar nos financiamentos.
O saldo da carteira de crédito do Itaú encerrou o ano em R$ 869,5 bilhões, o que representa um avanço de 20,3% em relação ao fim do ano passado e de 2,7% no trimestre.
O problema para o banco é que esse aumento no crédito se deu em um contexto de maior pressão sobre os spreads. A margem financeira, que inclui as receitas com a concessão de financiamentos menos os custos de captação, caiu 6,1% em 2020, para R$ 70,1 bilhões.
Tarifas e despesas
A crise e a concorrência com as novas empresas de tecnologia financeira (fintechs) também colocaram pressão nas receitas com prestação de serviços e seguros do Itaú. Elas somaram R$ 43,3 bilhões em 2020, com queda de 1,3% em relação ao ano anterior.
O banco procurou compensar as receitas menores apertando o cinto. As despesas operacionais e com pessoal do Itaú registraram queda de 0,9% no ano passado, para R$ 50,1 bilhões.
Leia também:
- Acredite se quiser: lucro dos bancos vai cair em 2020; saiba o que esperar dos balanços
- VÍDEO: Seu Dinheiro fala sobre os melhores e piores investimentos de janeiro
- Grandes bancos privados fecham mil agências e cortam 11 mil vagas em 2020
- Nubank recebe aporte de US$ 400 milhões em nova rodada de investimento
Bancos oferecem uma mãozinha para socorrer os Correios, mas proposta depende do sinal verde do Tesouro Nacional
As negociações ganharam fôlego após a entrada da Caixa Econômica Federal no rol de instituições dispostas a emprestar os recursos
Mais de R$ 9 bilhões em dividendos e JCP: Rede D’Or (RDOR3) e Engie (EGIE3) preparam distribuição de proventos turbinada
Os pagamentos estão programados para dezembro de 2025 e 2026, beneficiando quem tiver posição acionária até as datas de corte
BRK Ambiental: quem é a empresa que pode quebrar jejum de IPO após 4 anos sem ofertas de ações na bolsa brasileira
A BRK Ambiental entrou um pedido na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para realizar um IPO; o que esperar agora?
Os bastidores da nova fase da Riachuelo (GUAR3), segundo o CEO. Vale comprar as ações agora?
Em entrevista ao Money Times, André Farber apresenta os novos projetos de expansão da varejista, que inaugura loja-conceito em São Paulo
O rombo de R$ 4,3 bilhões que quase derrubou o império de Silvio Santos; entenda o caso
Do SBT à Tele Sena, o empresário construiu um dos maiores conglomerados do país, mas quase perdeu tudo no escândalo do Banco Panamericano
Citi corta recomendação para Auren (AURE3) e projeta alta nos preços de energia
Banco projeta maior volatilidade no setor elétrico e destaca dividendos como diferencial competitivo
De sucos naturais a patrocínio ao campeão da Fórmula 1: quem colocou R$ 10 mil na ação desta empresa hoje é milionário
A história da Monster Beverage, a empresa que começou vendendo sucos e se tornou uma potência mundial de energéticos, multiplicando fortunas pelo caminho
Oi (OIBR3) ganha mais fôlego para pagamentos, mas continua sob controle da Justiça, diz nova decisão
Esse é mais um capítulo envolvendo a Justiça, os grandes bancos credores e a empresa, que já está em sua segunda recuperação judicial
Larry Ellison, cofundador da Oracle, perdeu R$ 167 bilhões em um só dia: veja o que isso significa para as ações de empresas ligadas à IA
A perda vem da queda do valor da empresa de tecnologia que oferece softwares e infraestrutura de nuvem e da qual Ellison é o maior acionista
Opportunity acusa Ambipar (AMBP3) de drenar recursos nos EUA com recuperação judicial — e a gestora não está sozinha
A gestora de recursos a acusa a Ambipar de continuar retirando recursos de uma subsidiária nos EUA mesmo após o início da RJ
Vivara (VIVA3) inicia novo ciclo de expansão com troca de CEO e diretor de operações; veja quem assume o comando
De olho no plano sucessório para acelerar o crescmento, a rede de joalherias anunciou a substituição de sua dupla de comando; confira as mudanças
Neoenergia (NEOE3), Copasa (CSMG3), Bmg (BMGB4) e Hypera (HYPE3) pagam juntas quase R$ 1,7 bilhão em dividendos e JCP
Neoenergia distribui R$ 1,084 bilhões, Copasa soma R$ 338 milhões, Bmg paga R$ 87,7 milhões em proventos e Hypera libera R$ 185 milhões; confira os prazos
A fome pela Petrobras (PETR4) acabou? Pré-sal é o diferencial, mas dividendos menores reduzem apetite, segundo o Itaú BBA
Segundo o banco, a expectativa de que o petróleo possa cair abaixo de US$ 60 por barril no curto prazo, somada à menor flexibilidade da estatal para cortar capex, aumentou preocupações sobre avanço da dívida bruta
Elon Musk trilionário? IPO da SpaceX pode dobrar o patrimônio do dono da Tesla
Com avaliação de US$ 1,5 trilhão, IPO da SpaceX, de Elon Musk, pode marcar a maior estreia da história
Inter mira voo mais alto nos EUA e pede aval do Fed para ampliar operações; entenda a estratégia
O Banco Inter pediu ao Fed autorização para ampliar operações nos EUA. Entenda o que o pedido representa
As 8 ações brasileiras para ficar de olho em 2026, segundo o JP Morgan — e 3 que ficaram para escanteio
O banco entende como positivo o corte na taxa de juros por aqui já no primeiro trimestre de 2026, o que historicamente tende a impulsionar as ações brasileiras
Falta de luz causa prejuízo de R$ 1,54 bilhão às empresas de comércio e serviços em São Paulo; veja o que fazer caso tenha sido lesado
O cálculo da FecomercioSP leva em conta a queda do faturamento na quarta (10) e quinta (11)
Nubank busca licença bancária, mas sem “virar banco” — e ainda pode seguir com imposto menor; entenda o que está em jogo
A corrida do Nubank por uma licença bancária expõe a disputa regulatória e tributária que divide fintechs e bancões
Petrobras (PETR4) detalha pagamento de R$ 12,16 bilhões em dividendos e JCP e empolga acionistas
De acordo com a estatal, a distribuição será feita em fevereiro e março do ano que vem, com correção pela Selic
Quem é o brasileiro que será CEO global da Coca-Cola a partir de 2026
Henrique Braun ocupou cargos supervisionando a cadeia de suprimentos da Coca-Cola, desenvolvimento de novos negócios, marketing, inovação, gestão geral e operações de engarrafamento
