Bradesco BBI volta a cobrir Gafisa após o longo inferno astral da construtora, com recomendação neutra
Depois de quase quebrar e sair do radar dos analistas, Gafisa volta a ser notada, mas turnaround ainda é considerado incompleto

Após uma sucessão de crises e de quase ter ido à bancarrota após ter sido tomada de assalto pelo investidor coreano Mu Hak You, a Gafisa finalmente está voltando a ser notada pelos analistas de ações.
O Bradesco BBI emitiu um relatório anunciando o reinício de cobertura da construtora especializada nos segmentos de médio/alto padrão, destacando o seu bem-sucedido turnaround, mas ainda assim mantendo uma recomendação apenas neutra para os papéis (GFSA3).
Ainda assim, o preço-alvo estimado pelos analistas do Bradesco BBI para a ação da Gafisa é de R$ 5,50, ou seja, com um potencial de alta de 34% frente ao seu preço atual.
"Nós acreditamos que a relação risco-retorno da ação está bem equilibrada neste momento, daí nossa recomendação neutra. Mas reconhecemos que evolução positiva em direção aos objetivos de turnaround dos administradores, embora ainda seja cedo para considerá-los atingidos", diz o relatório.
Os analistas retomaram a cobertura dado o aumento do volume médio de negociação dos papéis, atualmente em R$ 21 milhões por dia. Após a derrocada da empresa em 2018, com o episódio Mu Hak, a Gafisa foi saindo do radar dos analistas.
Hoje, no site de Relações com Investidores da companhia, há apenas duas casas cobrindo o papel: a Planner, que detém participação relevante na incorporadora, e a Nord Research, casa de análise independente.
Leia Também
Para o Bradesco, de fato os executivos que assumiram na era pós-Mu Hak tiveram "conquistas notáveis" à frente da construtora, mas ainda há muito a ser feito para "reconstruir" a empresa.
Os analistas destacam que a relação entre dívida e patrimônio líquido da Gafisa caiu de 162% em 2019 para apenas 40% atualmente, um endividamento muito mais fácil de manejar.
Mas que uma recomendação de compra ainda demandaria alguns "gatilhos": uma retomada efetiva dos lançamentos residenciais, a entrega da sua estratégia de fusões e aquisições e a diversificação para propriedades geradoras de renda - "todos os quais factíveis, mas não óbvios", dizem.
Em termos de preço e na situação atual, os analistas do Bradesco BBI enxergam Gafisa no mesmo patamar que outras ações de construtoras que eles cobrem, como Moura Dubeux e Helbor, porém com mais riscos de execução na estratégia de fusões e aquisições.
Da frigideira para o fogo
Desde 2008, quando decidiu comprar a Tenda, a Gafisa já passava por momentos difíceis. Após problemas de integração com sua subsidiária de imóveis populares e uma forte crise econômica em 2015 e 2016 que pegou o mercado imobiliário de jeito, a companhia ficou frágil e os preços das suas ações despencaram.
Como a Gafisa não tinha controlador definido, após a queda dos preços dos papéis, o investidor coreano Mu Hak You, por meio da sua gestora GWI, passou a comprar ações da construtora em bolsa até conseguir assumir o controle.
Mu Hak já era bem conhecido pelo seu jeito temerário de tocar os negócios, e sua entrada na Gafisa, mudando toda a alta administração e fazendo uma série de barbeiragens com o caixa da empresa, deixou o mercado de cabelo em pé.
A passagem do furacão coreano pela construtora foi breve: começou no fim de 2018 e terminou no início de 2019. Mas foi o suficiente para fazer um tremendo estrago que, com pandemia no meio do caminho, ainda por cima, levaria anos para ser consertado.
Com a saída da GWI, que precisou vender sua participação, a Planner, que representa um grupo de investidores, se tornou a principal acionista do negócio. Pouco tempo depois, o empresário Nelson Tanure, conhecido pela sua atuação à frente de empresas em apuros, como a Oi, passou a integrar o conselho de administração da Gafisa. Com isso se iniciou o longo turnaround, ainda em curso.
Os analistas do Bradesco BBI chamam atenção para a redução do endividamento e por quase toda a dívida da empresa ser, hoje, relacionada a seus projetos. Mas lembram que ainda há muito a se fazer, como a compra de terrenos, o aumento dos lançamentos e a aceleração do crescimento via fusões e aquisições.
Para considerar o turnaround completo e, assim, ter uma visão mais positiva em relação à empresa, o Bradesco considera necessário, ainda, que a Gafisa atinja margens mais saudáveis, além de conseguir integrar negócios que venha a adquirir.
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Fundos imobiliários: ALZR11 anuncia desdobramento de cotas e RBVA11 faz leilão de sobras; veja as regras de cada evento
Alianza Trust Renda Imobiliária (ALZR11) desdobrará cotas na proporção de 1 para 10; leilão de sobras do Rio Bravo Renda Educacional (RBVA11) ocorre nesta quarta (30)
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Natura (NTCO3): proposta de incorporação é aprovada por unanimidade; confira o que muda para os investidores
Agora, o processo precisa do aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para ser concluído
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis
Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025
A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos