Dois anos após a China fazer as primeiras notificações sobre uma pneumonia desconhecida, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta o mundo para um tsunami de casos de covid-19 por conta circulação simultânea das variantes Delta e Ômicron do novo coronavírus.
“Delta e Ômicron são ameaças gêmeas que estão elevando os casos a números recordes, o que, mais uma vez, causa picos nas hospitalizações e mortes”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Durante a última coletiva do ano, ele repetiu o apelo para que os países compartilhem vacinas para que a fase mais aguda da pandemia seja superada em 2022. Segundo o chefe da OMS, caso isso não aconteça, há risco de as vacinas perderem sua eficácia contra as variantes.
Recado ao Brasil
As autoridades da OMS reconheceram que a situação da pandemia de covid-19 no Brasil está melhor, mas alertaram que o país não está livre de novas ondas de casos.
“[A situação no país parece] muito melhor no presente momento, mas a vacinação, especialmente dos vulneráveis, não deve ser deixada para trás”, disse Ghebreyesus.
Ele reforçou ainda a necessidade de o Brasil implementar as conhecidas medidas de saúde pública para conter a disseminação do novo coronavírus no país.
Já o diretor do programa de emergências da OMS, Mike Ryan, afirmou que uma onda de casos deve tomar conta do mundo, e o Brasil não está fora disso.
Segundo ele, essa situação pode agravar a condição do sistema de saúde público. “Se a onda não vier, melhor, mas estejam preparados”, disse Ryan.
A covid-19 em números
Em seu boletim sobre a semana de 20 a 26 de dezembro, a OMS diz que foram registradas no Brasil mais 997 mortes por covid-19, um aumento de 42% em relação à semana anterior. O número de infecções em nível global subiu 11% no mesmo período.
Mais de 280 milhões de pessoas foram contaminadas pelo novo coronavírus desde que a pandemia começou, em dezembro de 2019. Desse total, 5,4 milhões pessoas morreram.
Os Estados Unidos seguem com o maior número acumulado de mortes, com 810 mil. Na sequência aparecem Brasil e Índia, com 618 mil e 480 mil, respectivamente.