🔴 E-BOOK GRATUITO: CONFIRA OS PRINCIPAIS MOMENTOS DOS 100 PRIMEIROS DIAS DO GOVERNO TRUMP – BAIXE AGORA

Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

TREASURIES NA BERLINDA

Por que a China e o Japão estão se desfazendo – em grande escala – de títulos do Tesouro do Estados Unidos

Volume de Treasuries em poder da China e do Japão estão nos níveis mais baixos em anos com alta da inflação e aumento dos juros nos EUA

guerra comercial
Em meio a controvérsias, Treasuries proporcionam relação ganha-ganha entre Estados Unidos e China.

A China e o Japão estão vendendo em larga escala seus monumentais estoques de Treasuries, como são conhecidos os títulos da dívida dos Estados Unidos.

Dados divulgados esta semana pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos revelam que o Japão detinha US$ 1,212 trilhão em Treasuries no fim de maio.

Trata-se do nível mais baixo desde janeiro de 2020. Ainda assim, o governo japonês se mantém como maior credor externo dos EUA.

O caso da China salta ainda mais aos olhos. Segundo o mesmo relatório, o volume de Treasuries nas mãos de Pequim estava em US$ 980,8 bilhões.

Este é o sexto mês seguido de queda nos estoques chineses de Treasuries, muito abaixo do recorde de US$ 1,317 trilhão registrado em novembro de 2013.

Estoque de Treasuries da China cai a menos de US$ 1 trilhão pela primeira vez desde 2010

Também é a primeira em 12 anos que a China detém menos de US$ 1 trilhão em Treasuries. Mais precisamente, isso não acontecia desde maio de 2010.

Leia Também

"Japão e China estão vendendo em continuidade às tendências recentes", disse Gennady Goldberg, estrategista sênior de taxas da TD Securities em Nova York.

“Mas se você olhar o ritmo, certamente houve uma desaceleração. Nada como o observado em março”, prosseguiu ele.

Por que os maiores credores dos EUA estão vendendo Treasuries?

Especialistas consideram que as vendas de Treasuries por seus maiores credores visa a reduzir as perdas, uma vez que, diante da alta das taxas, os preços dos títulos caíram.

No caso específico da China, a intenção do governo vai também na direção de diversificar suas posições de longo prazo em moeda estrangeira.

O movimento ocorre em um momento no qual a inflação nos Estados Unidos encontra-se nos maiores níveis em mais de 40 anos.

Numa tentativa tardia de debelar o incêndio provocado pelo dragão da inflação, o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) promove um agressivo aperto monetário.

Zhou Maohua, analista macroeconômico do Everbright Bank, considera que "a queda dos preços das Treasuries, a crescente pressão inflacionária nos Estados Unidos e os consequentes aumentos agressivos das taxas de juros são as principais causas" da venda dos títulos.

Para a China, Estados Unidos atravessam crise de confiança

A situação demonstra também a falta de confiança de Pequim na pujança econômica norte-americana.

“Reduzir a participação na dívida dos Estados Unidos tem sido uma exigência da opinião pública chinesa”, escreveu Hu Xijin, comentarista do jornal chinês Global Times, do qual os artigos de opinião costumam estar alinhados com a visão do governo.

“O povo chinês está perdendo a confiança na economia norte-americana e em sua credibilidade. Portanto, é melhor deixar que aliados dos Estados Unidos detenham mais dívida norte-americana”, prosseguiu.

Por que a China empresta tanto dinheiro para os Estados Unidos

O Japão é um dos maiores aliados externos dos Estados Unidos. Já a China é hoje o principal rival geopolítico dos norte-americanos.

Por que então os chineses emprestam tanto dinheiro para os Estados Unidos?

Porque os títulos da dívida norte-americana funcionam como uma espécie de porto seguro para as reservas cambiais chinesas.

À primeira vista, essa interdependência constitui uma situação de ganha-ganha.

Enquanto a China garante mercado para seus produtos, os EUA se beneficiam dos preços mais baixos das importações.

Em resumo, Pequim empresta dinheiro a Washington na expectativa de que os Estados Unidos possam continuar comprando os bens que a China produz.

Na prática, enquanto a China mantiver sua economia orientada à exportação, mantendo um superávit comercial relevante com os EUA, ela provavelmente continuará acumulando dólares e Treasuries.

Quais os riscos dessa interdependência?

Apesar de ser considerada uma relação ganha-ganha, essa interdependência também tem seus pontos fracos.

Não faz muito tempo que o ex-presidente norte-americano Donald Trump deflagrou uma guerra comercial contra a China com o discurso de recuperar empregos nos Estados Unidos.

A tensão arrefeceu um pouco sob Joe Biden, mas o momento é de desconfiança mútua.

Afinal, a ascensão geopolítica chinesa é vista como um problema por Washington.

Nos corredores diplomáticos comenta-se que toda vez que os norte-americanos reclamam do câmbio defasado aos chineses, a resposta vem acompanhada de insinuações de que Pequim poderia simplesmente se desfazer de uma hora para outra de todas as suas Treasuries.

Pode parecer tudo muito etéreo, mas o cumprimento dessa ameaça representaria destruição econômica mútua. E ninguém em sã consciência desejaria isso.

Em um ritmo mais lento, como vem acontecendo, os riscos se diluem. Especialmente pelo fato de os Estados Unidos serem, na prática, o único país apto na atualidade a imprimir dinheiro infinitamente sem que isso resulte em um surto inflacionário.

*Com informações da Reuters, da CNBC e do Global Times.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
POLÊMICA A JATO

Trump e o Boeing: por dentro da controvérsia (e da possível aeronave) que família real do Catar ofereceu aos EUA

13 de maio de 2025 - 18:25

Segurança, legalidade e carpetes felpudos: o que está por trás da luxuosa e polêmica aeronave que a família real do Catar ofereceu a Donald Trump

MERCADOS HOJE

Ibovespa dispara quase 3 mil pontos com duplo recorde; dólar cai mais de 1% e fecha no menor patamar em sete meses, a R$ 5,60

13 de maio de 2025 - 18:15

A moeda norte-americana recuou 1,32% e terminou a terça-feira (13) cotada a R$ 5,6087, enquanto o Ibovespa subiu 1,74% e encerrou o dia aos 138.963 pontos; minério de ferro avançou na China e CPI dos EUA veio em linha com projetado

INTERNACIONAL

Unidos contra Trump? Lula e Xi aproveitam encontro na China para mandar mensagem aos EUA

13 de maio de 2025 - 13:45

Sem mencionar o nome do republicano, o presidente chinês, Xi Jinping, também comentou sobre a política tarifária dos EUA

EXPECTATIVAS DESANCORADAS

Ata do Copom: Juros podem até parar de subir, mas Galípolo e diretores do BC jogam água fria sobre momento da queda da Selic

13 de maio de 2025 - 11:42

Copom volta a sinalizar que o fim do atual ciclo de aperto monetário está perto do fim, mas uma alta residual da taxa de juros ainda segue na mesa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA

13 de maio de 2025 - 8:22

Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido

A VEZ DA OMODA E JAECOO

Por dentro do Omoda 5 e do Jaecoo 7, apostas das jovens marcas chinesas para conquistar o Brasil

13 de maio de 2025 - 8:16

Duas novas marcas chinesas, mas que pertencem a um grupo conhecido, chegam ao Brasil com produtos elogiáveis a preços competitivos

Insights Assimétricos

Depois do incêndio, EUA e China aparecem com baldes d’água: o que está em jogo no cessar-fogo da guerra comercial

13 de maio de 2025 - 6:08

A reação brasileira ao armistício tarifário tem sido, no mínimo, peculiar. Se por um lado a trégua parcial afasta o fantasma da recessão global e reacende o apetite por commodities, por outro, uma série de forças contrárias começa a moldar o desempenho do mercado local

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O elogio do vira-lata (ou sobre small caps brasileiras)

12 de maio de 2025 - 20:00

Hoje, anestesiados por um longo ciclo ruim dos mercados brasileiros, cujo início poderia ser marcado em 2010, e por mais uma década perdida, parecemos nos esquecer das virtudes brasileiras

É BOM OU RUIM?

Trégua entre EUA e China evita catástrofe, mas força Brasil a enfrentar os próprios demônios — entenda os impactos do acordo por aqui

12 de maio de 2025 - 17:53

De acordo com especialistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, o Brasil poderia até sair ganhando com a pausa na guerra tarifária, mas precisaríamos arrumar a casa para a bolsa andar

SAIA JUSTA

Apple avalia aumentar preço da nova linha de iPhones enquanto evita apontar o verdadeiro “culpado”

12 de maio de 2025 - 17:23

Segundo o jornal The Wall Street Journal, a Apple quer justificar possível alta com novos recursos e mudanças no design dos smartphones a serem lançados no outono dos EUA

MEME RALI

Criptomoedas (inclusive memecoins) disparam com avanço de acordos comerciais; Moo Deng salta 527% em uma semana

12 de maio de 2025 - 15:48

Mercado de memecoins ganha fôlego após alívio nas tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e outras potências globais

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) toca os US$ 105 mil; XRP lidera ganhos após trégua na guerra comercial entre China e EUA

12 de maio de 2025 - 14:30

Mercado de criptomoedas ganha força após EUA e China reduzirem tarifas comerciais e abrirem caminho para novas negociações; investidores voltam a mirar recordes

RENDIMENTO NA LUPA

É o ano dos FIIs de papel? Fundos imobiliários do segmento renderam 4,4% em 2025, mas FIIs de tijolo cresceram no último mês

12 de maio de 2025 - 14:10

Na relação de preço pelo valor patrimonial dos fundos imobiliários, os dois setores seguem negociados com desconto neste ano

VENENO OU REMÉDIO

Ações das farmacêuticas passeiam na montanha-russa de Trump após ordem para cortar preços de remédios em 59%

12 de maio de 2025 - 14:02

De acordo com especialistas, uma nova pressão sobre os preços dos medicamentos pode ter um impacto significativo nas receitas do setor

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Acordo com China prevê mais de US$ 2 bi de investimentos em combustível sustentável e carros elétricos no Brasil

12 de maio de 2025 - 12:57

China também planeja investir em centro de pesquisa e desenvolvimento na área de energia renovável em parceria com o SENAI CIMATEC

MERCADOS HOJE

Cenário dos sonhos para a bolsa: Dow Jones dispara mais de 1 mil pontos na esteira de acordo entre EUA e China

12 de maio de 2025 - 12:32

Por aqui, o Ibovespa teve uma reação morna, mas exportações brasileiras — especialmente de commodities — podem ser beneficiadas com o entendimento; saiba como

LAÇOS MAIS ESTREITOS

Didi, GWM, Meituan e mais: empresas da China planejam desembarcar no Brasil com investimentos de mais de R$ 27 bilhões

12 de maio de 2025 - 12:00

Acordos foram firmados durante passagem do presidente Lula pela China no fim de semana; expectativa é de criação de mais de 100 mil empregos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China

12 de maio de 2025 - 8:07

Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Fim da temporada de balanços do 1T25 e divulgação de PIBs globais movimentam a semana

12 de maio de 2025 - 6:48

Além dos últimos resultados da temporada, que incluem os balanços de BTG Pactual, Petrobras, Banco do Brasil e Nubank, a agenda traz a ata do Copom e dados do PIB na Europa e no Japão

90 DIAS PARA RESPIRAR

Trump e Xi chegam a acordo melhor do que se esperava para arrefecer guerra comercial e mercados amanhecem eufóricos

12 de maio de 2025 - 6:39

Tarifas bilaterais sobre a maioria dos produtos passarão por um corte de 115 pontos porcentuais, mas ainda faltam mais detalhes sobre o acordo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar