Fome animal: BRF compra a Mogiana e chega a 10% do mercado de ração para pets
A BRF fez a segunda aquisição no setor de ração para pets em uma semana. Com a Mogiana, a empresa chega a 10% de participação de mercado

Até a semana passada, a BRF tinha uma participação minúscula no mercado de ração para cães e gatos: era dona das marcas Balance e Gud — e não fazia cócegas nas gigantes do setor, como a Mars (dona das marcas Pedigree, Whiskas e Royal Canin), a PremierPet (Premier, Golden e Vitta) e a Nestlé (Purina).
Pois agora, passados menos de 10 dias, a dona da Sadia e da Perdigão já tem 10% desse mercado. Um salto e tanto — e que mostra que a BRF não estava para brincadeira quando elegeu o segmento de alimentação para pets como um dos pilares de seu plano estratégico.
Vamos por partes: na sexta-feira passada (18), a companhia fechou a compra do grupo Hercosul, uma produtora e distribuidora de ração com sede no Rio Grande do Sul — e que detém 4% de market share. Hoje, foi a vez da Mogiana Alimentos ser incorporada ao portfólio da BRF.
Trata-se de uma empresa de perfil complementar ao grupo Hercosul. Com sede em São Paulo, a Mogiana tem duas fábricas no interior do estado e exporta para a América Latina e Europa. Atua no segmento premium, com marcas como Guabi Natural, Gran Plus, Faro, Herói e Cat Meal.
E, é claro: é dona de 6% do mercado de ração para pets, o que eleva a participação da BRF aos já citados 10%.
Mais uma vez, o valor da transação não foi revelado. Assim, nos resta analisar o racional da operação e a estratégia da companhia, que fincou com os dois pés — ou as quatro patas — nesse segmento tão cobiçado.
Leia Também

Mogiana + Hercosul + BRF
Na ocasião da compra do grupo Hercosul, explicamos qual era o interesse da BRF nas rações para cães e gatos. Estamos falando de um segmento que movimentou R$ 16 bilhões em 2019, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) — e que mostra crescimento acelerado, ano após ano.
"Em evolução constante e ininterrupta por alguns anos, o mercado pet faz parte dos planos da BRF, no qual a companhia pretende ser umas das líderes em cinco anos", disse a empresa no fim do ano passado, no lançamento do plano estratégico para 2030 — a estimativa é a de que o setor possa alcançar R$ 40 bilhões em vendas.
As duas aquisições recentes mostram como a BRF está se movendo nesse tabuleiro. A Hercosul é forte na região Sul do país, possui custos de fabricação mais baixos — uma das fábricas fica no Paraguai — e tem produtos com uma faixa de preço não tão elevada.
A Mogiana, por sua vez, está em São Paulo, o que facilita a distribuição; além disso, suas rações para cães e gatos estão numa faixa mais elevada de valor, sendo percebidas como marcas premium.
Ou seja: a BRF agora tem um portfólio variado de rações para pets e com capilaridade elevada; além disso, as próprias instalações da empresa em outras regiões do país também podem servir para reduzir os custos de distribuição em áreas mais distantes.
Mas nem tudo é festa.
Qual o preço?
O fato de nenhuma das aquisições ter o preço revelado pode gerar desconforto, por mais que o racional seja bastante nítido e com potencial para gerar valor à BRF.
Afinal, um dos pontos fracos da dona da Sadia e da Perdigão está no lado do endividamento: a dívida líquida da empresa totalizava R$ 15,3 bilhões ao fim de março, uma alta de 8,2% em relação aos níveis de dezembro.
A alavancagem — isso é, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda acumulado nos últimos 12 meses — subiu para 2,96 vezes no primeiro trimestre do ano, acima dos 2,73 vezes no fechamento de 2020.
É um patamar elevado e que gera preocupação, uma vez que a própria BRF deixou claro no ano passado que vê um "limite prudencial" para a alavancagem ao redor de 3 vezes. — e que a perseguição das metas do plano estratégico não deveria implicar no estouro desse teto.

Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Lojas Renner (LREN3): XP eleva recomendação para compra e elenca quatro motivos para isso; confira
XP também aumenta preço-alvo de R$ 14 para R$ 17, destacando melhora macroeconômica e expansão de margens da varejista de moda
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Cade admite Petlove como terceira interessada, e fusão entre Petz e Cobasi pode atrasar
Petlove alega risco de monopólio regional e distorção competitiva no setor pet com criação de gigante de R$ 7 bilhões
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
O que está derrubando Wall Street não é a fuga de investidores estrangeiros — o JP Morgan identifica os responsáveis
Queda de Wall Street teria sido motivada pela redução da exposição dos fundos de hedge às ações disponíveis no mercado dos EUA
Azul (AZUL4) capta R$ 1,66 bilhão em oferta de ações e avança na reestruturação financeira
Oferta da aérea visa também a melhorar a estrutura de capital, aumentar a liquidez das ações e equitizar dívidas, além de incluir bônus de subscrição aos acionistas
OPA do Carrefour (CRFB3): com saída de Península e GIC do negócio, o que fazer com as ações?
Analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro indicam qual a melhor estratégia para os pequenos acionistas — e até uma ação alternativa para comprar com os recursos
‘Momento de garimpar oportunidades na bolsa’: 10 ações baratas e de qualidade para comprar em meio às incertezas do mercado
CIO da Empiricus vê possibilidade do Brasil se beneficiar da guerra comercial entre EUA e China e cenário oportuno para aproveitar oportunidades na bolsa; veja recomendações
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025
A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos
Desempenho acima do esperado do Nubank (ROXO34) não justifica a compra da ação agora, diz Itaú BBA
Enquanto outras empresas de tecnologia, como Apple e Google, estão vendo seus papéis passarem por forte desvalorização, o banco digital vai na direção oposta, mas momento da compra ainda não chegou, segundo analistas
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Família da Tok&Stok envia carta à Mobly (MBLY3) negando conluio em OPA, mas empresa aponta compromisso ‘inusitado e sem precedentes’
A família Dubrule quer retomar o controle da Tok&Stok e a Mobly alega negociação às escondidas com outros acionistas para se garantir a compra de ações na Oferta Pública de Aquisição
A decisão de Elon Musk que faz os investidores ignorarem o balanço ruim da Tesla (TSLA34)
Ações da Tesla (TSLA34) sobem depois de Elon Musk anunciar que vai diminuir o tempo dedicado ao trabalho no governo Trump. Entenda por que isso acontece.
Embraer (EMBR3) divulga carteira de pedidos do 1º tri, e BTG se mantém ‘otimista’ sobre os resultados
Em relatório divulgado nesta quarta-feira (23), o BTG Pactual afirmou que continua “otimista” sobre os resultados da Embraer
Mobly (MBLY3) acusa família Dubrule de ‘crime contra o mercado’ e quer encerrar OPA
Desde março deste ano, a família Dubrule vem tentando retomar o controle da Tok&Stok através de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA)