O que vale mais a pena: quitar o financiamento imobiliário ou investir o dinheiro? A resposta pode ter mudado
Só valerá a pena quitar a dívida imobiliária imediatamente se você não conseguir um investimento que supere a taxa efetiva do financiamento. Mas isso hoje é possível na renda fixa
Os últimos dias não têm sido fáceis para os investidores, não é mesmo?
Observar o mercado derretendo e se controlar para não acabar fazendo uma besteira com a sua carteira de ações é tarefa árdua até mesmo para os gestores mais experientes.
Mas, como dizem, é nas crises que as oportunidades aparecem.
No entanto, eu não estou falando de ações (quer dizer, não ainda).
Estou falando de uma oportunidade para aqueles que têm a seguinte dúvida:
"Vale a pena quitar o meu financiamento ou investir a grana em outro lugar?"
Leia Também
Se você também tem essa dúvida, saiba que o estresse recente trouxe uma boa oportunidade no mercado de renda fixa.
Janela de oportunidade
Quem aproveitou a Selic abaixo de 5% para contratar um financiamento imobiliário, provavelmente conseguiu uma taxa efetiva de menos de 8% ao ano, o que é bastante interessante na comparação histórica.
No entanto, mesmo com taxas relativamente baixas, os 8% ainda são relevantes e sabemos que dedicar uma parte do salário para pagar juros para o banco no final do mês incomoda qualquer um.
Por isso, sempre que aparece uma grana inesperada, muita gente pensa logo em quitar o financiamento para se livrar dessa obrigação.
Mas nem sempre isso será vantajoso. Tudo vai depender da taxa de retorno dos outros investimentos disponíveis.
Compare a taxa do financiamento e do Tesouro Direto
Só valerá a pena quitar a dívida imobiliária imediatamente se você não conseguir um investimento que supere a taxa efetiva do financiamento.
Por exemplo, se a taxa efetiva do seu financiamento é 8%, só valerá a pena quitá-lo se você não conseguir encontrar investimentos com um retorno maior do que esse.
Mas onde encontrá-los?
No mercado de ações, infelizmente não existe uma taxa de retorno pré estabelecida e não é possível saber a priori qual será o seu rendimento. Isso não quer dizer que investir em ações é ruim, longe disso!
Isso significa apenas que esse não será o tipo de investimento que vai garantir que o seu dinheiro renderá mais do que os custos do financiamento.
No entanto, quando o assunto é renda fixa, a história é bem diferente.
É possível conseguir no Tesouro Direto títulos com rendimento conhecido do momento do investimento até o vencimento. É o caso dos títulos prefixados.
Nos últimos anos, com a Selic lá embaixo, esses títulos rendiam bem menos que a maioria dos contratos de financiamento imobiliário: por volta de 6% ou 7% ao ano.
No entanto, com o estresse nos últimos dias, já é possível investir em títulos prefixados do Tesouro com rendimento superior a 10% ao ano.
Mesmo descontando os impostos de 15% (considerando que o título seria vendido apenas no vencimento), a taxa ainda é maior do que o custo da maioria dos financiamentos contratados após 2019.
Para ficar mais claro, vamos fazer algumas contas simples.
Um financiamento imobiliário de R$ 500 mil a uma taxa efetiva de 8% implica em um pagamento de juros ao banco de cerca de R$ 40 mil no primeiro ano (nos anos posteriores, à medida que se reduz o saldo devedor, o valor pago ao banco também cai, mas a taxa permanece a mesma).

Por outro lado, se você tiver essa grana e preferir investir em vez de quitar o financiamento, poderia comprar títulos com juros prefixados maiores do que a taxa efetiva de financiamento.
Por exemplo, os mesmos R$ 500 mil investidos a uma taxa prefixada de 10% renderiam cerca de R$ 42 mil líquidos por ano até o vencimento (exceto nos dois primeiros anos, quando a alíquota é maior do que os tradicionais 15%).

Ou seja, o que você receberia de juros do Tesouro anualmente mais do que pagaria os juros devidos ao banco e, neste exemplo específico, seria mais vantajoso não quitar o financiamento imobiliário.
Importante mencionar que, neste caso, há o risco inflacionário, já que o tesouro prefixado não está protegido da alta da inflação como é no caso das NTN-Bs (Tesouro IPCA+).
No entanto, a taxa de financiamento imobiliário que estamos considerando aqui (TR + taxa fixa) também não varia com a inflação. Ela depende da Taxa Referencial (TR), que está zerada há alguns anos e, por enquanto, deve permanecer assim.
Outros fatores do financiamento
Mas é claro que as coisas não são assim tão simples.
Em um mundo completamente estável, com inflação comportada e ausência de riscos fiscais, você até poderia colocar todo o seu dinheiro nesses títulos, "anular" o efeito negativo do seu financiamento imobiliário e ainda ficar com um troco.
Infelizmente, não é assim que as coisas funcionam e é por isso que é tão importante manter uma boa diversificação.
Se você ainda não investe, não tem uma reserva de emergência ou vai acabar ficando concentrado demais nesse ativo, eu não sugiro colocar toda a sua grana em um prefixado neste momento, mesmo que a remuneração seja maior do que a sua taxa de financiamento.
Agora, se você já tem uma carteira bem diversificada, com ações brasileiras, internacionais, Fundos Imobiliários e títulos de renda fixa, faz muito sentido alocar uma parte do portfólio em Tesouro prefixado com juros maiores do que os que você paga ao banco para estancar pelo menos parte da sangria financeira causada pelo financiamento imobiliário, sem, contudo, ficar concentrado demais em um único ativo.
Se a inflação acelerar para cima dos 10% ou a TR aumentar a taxa do seu financiamento, você ainda terá outros ativos na carteira para se defender.
Leia também:
- A renda fixa vive: Tesouro Direto volta a oferecer retornos acima de 10% ao ano
- Seguindo um plano inteligente e eficaz, você pode aproveitar o melhor da Bolsa e ver seu patrimônio se transformar em um número de 7 dígitos; saiba todos os detalhes
- O que uma teleconferência da Gerdau ensina sobre empresas que tomam dívida para turbinar o resultado
- O dilema do Astra 2005: Ainda vale a pena investir em Petrobras (PETR4) após a disparada das ações?
- Inscreva-se no nosso canal no Telegram e recebe insights de investimento no seu celular
Uma oportunidade na bolsa
Como você já sabe, esta coluna não costuma falar sobre renda fixa e muito menos financiamento imobiliário. No entanto, oportunidades devem ser aproveitadas e, como eu costumo ver bastante essa pergunta sobre se vale a pena quitar um financiamento antes do prazo, aproveitei para falar sobre o assunto hoje.
O que esta coluna costuma, sim, trazer são oportunidades na bolsa. E nela também apareceram algumas muito boas com o estresse dos últimos dias.
Quer um exemplo? A Cosan (CSAN3) é um dos conglomerados mais bem-sucedidos do Brasil, com braços diversificados de atuação (distribuição de combustíveis e de gás encanado, açúcar e álcool, lubrificantes, trading de energia etc.), com um management muito acima da média, enorme potencial de crescimento nos próximos anos e um valuation bastante atrativo, especialmente depois da queda de quase 20% desde o final de julho.
Não é à toa que CSAN3 é uma das preferidas do Felipe Miranda na série Oportunidades de Uma Vida.
Aliás, o próprio Felipe decidiu oferecer 30 dias de acesso às ações que ele está comprando neste momento. A Cosan é apenas uma delas. Se quiser conferir todas as outras, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a próxima!
Ruy
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas