Prateleiras vazias: China agrava desabastecimento global com política de Covid Zero
Quarentenas obrigatórias causam congestionamento nos portos chineses e intensificam crise de desabastecimento

A política de Covid Zero na China está impedindo a recuperação da indústria naval e prolongando a crise de desabastecimento que vem afetando o mundo inteiro. Como forma de proteção contra o vírus, a potência estabeleceu, entre outras coisas, uma quarentena obrigatória de até sete semanas para marinheiros chineses desembarcarem no país.
Para estrangeiros, o período de isolamento tem duração mínima de duas semanas, mesmo que a tripulação tenha sido renovada antes de chegar ao gigante asiático. Para cumprir as exigências, navios tiveram que ser redirecionados, o que atrasa remessas e mudanças de tripulação, agravando a crise da cadeia de suprimentos.
“As restrições da China causam efeitos colaterais”, diz Guy Platten, secretário-geral da Câmara Internacional de Navegação, à Bloomberg. “Quaisquer restrições às operações de envio têm um impacto acumulativo na cadeia de abastecimento e causam interrupções reais”.
Na posição de um dos maiores exportadores do mundo, o país é um centro importante para a indústria naval, mas abriga a maior concentração de portos congestionados do mundo. Autoridades do setor naval vêm pedindo para que a China relaxe as restrições ou as interrupções podem se tornar contínuas, com chances de agravamento.
De acordo com Terence Zhao, diretor de um dos maiores agentes chineses de abastecimento de tripulações, o foco principal dos portos é a quarentena e questões de saúde. Ele afirma ainda que os regulamentos podem mudar a depender da situação global da pandemia de coronavírus.
“Tivemos navios que sofreram demurrage [taxas atrasadas] e casos em que fomos obrigados a desviar o trajeto" disse Eman Abdalla, diretor de operações globais e cadeia de suprimentos da Cargill, corporação global de alimentos. “Há momentos em que os atrasos ocorrem dentro de horas, mas também há casos em que os atrasos podem durar dias”, completa.
Leia Também
Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom
A Euronav NV, uma das maiores proprietárias mundiais de superpetroleiros, gastou cerca de US$ 6 milhões lidando com interrupções relacionadas à crise de troca de tripulação, incluindo desvios, quarentenas e maiores custos de viagem.
Crise de desabastecimento
Os analistas da agência de classificação de risco de crédito Moody’s estão pessimistas com a cadeia de abastecimento global. Para eles, a política chinesa pode ser um grande empecilho na recuperação econômica mundial.
A situação já é ruim, com a escassez de microchips, congestionamentos de navios em grandes portos pelo mundo e a falta de caminhoneiros em países desenvolvidos, fazendo os custos e preços subirem ao redor do mundo. Mas tende a piorar.
Para a Moody's, a tendência é a recuperação econômica global desacelerar. "À medida que a recuperação econômica global ganha força, o que fica cada vez mais claro é que ela será bloqueada por interrupções na cadeia de suprimentos que surgem em cada canto", afirmam os analistas da agência.
De acordo com eles, “os controles de fronteira, as restrições de mobilidade, a indisponibilidade de um passaporte de vacina global e a demanda reprimida se combinaram para uma tempestade perfeita [que está por vir]”.
A Moody’s aponta também que as diferentes táticas adotadas pelos países no combate à pandemia atrapalham. Enquanto a China busca zerar os casos, os Estados Unidos parecem "mais dispostos a viver com a Covid-19 como uma doença endêmica".
“Isso representa um sério desafio para harmonizar as regras e regulamentos pelos quais os trabalhadores do setor de transporte entram e saem de portos e centros em todo o mundo”, observam os analistas. Por fim, a Moody's menciona a inexistência de um "esforço global combinado para garantir o bom funcionamento" da rede mundial de logística e transporte.
*Com informações da Bloomberg.
O rugido do leão: Ibovespa se prepara para Super Semana dos bancos centrais e mais balanços
Além das decisões de juros, os investidores seguem repercutindo as medidas de estímulo ao consumo na China
Agenda econômica: Super Quarta vem acompanhada por decisões de juros no Reino Unido, China e Japão e a temporada de balanços segue em pleno vapor
Além dos balanços e indicadores que já movimentam a agenda dos investidores, uma série de decisões de política monetária de bancos centrais ao redor do mundo promete agitar ainda mais o mercado
R$ 3 milhões por um apê de 25m², mão-inglesa e liberdade relativa: como é Hong Kong vista de perto
Hong Kong é da China ou é independente? Como funciona na prática o lema “um país, dois sistemas” e quais os problemas sociais e econômicos da Região Administrativa Especial colonizada pela Inglaterra até 1997
Bolsa em disparada: Ibovespa avança 2,64%, dólar cai a R$ 5,7433 e Wall Street se recupera — tudo graças à China
Governo chinês incentiva consumo e uso do cartão de crédito, elevando expectativas por novos estímulos e impulsionando o mercado por aqui
Sem exceções: Ibovespa reage à guerra comercial de Trump em dia de dados de inflação no Brasil e nos EUA
Analistas projetam aceleração do IPCA no Brasil e desaceleração da inflação ao consumidor norte-americano em fevereiro
A bolsa americana já era? Citi muda estratégia e diz que é hora de comprar ações da China
Modelo do banco dispara alerta e provoca mudança na estratégia; saiba o que pode fazer o mercado dos EUA brilhar de novo
A lua de mel do mercado com Trump acabou? Bolsa de Nova York cai forte e arrasta Ibovespa com o temor de recessão no radar
Saiba o que fazer com os seus investimentos; especialistas dizem se há motivo para pânico e se chegou a hora de comprar ou vender ativos nos EUA
Essa nova tecnologia chinesa muda tudo o que sabemos até agora sobre inteligência artificial — e não é o DeepSeek
Criada pela startup chinesa Monica, a nova IA está disponível apenas para convidados no momento
Hegemonia em disputa: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de IPCA, dados de emprego nos EUA e balanços
Temporada de balanços volta a ganhar fôlego enquanto bolsas têm novo horário de funcionamento, inclusive no Brasil
A batalha da China está longe do fim — e a primeira deflação em mais de um ano é um sinal disso
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China caiu 0,7% em fevereiro em relação ao mesmo período do ano passado, invertendo o aumento de 0,5% visto em janeiro
O gigante acordou e não está para brincadeira: China incendeia guerra comercial com tarifa de 100% — mas alvo não é Trump
As medidas ocorrem em meio a uma guerra comercial global em andamento, após vários anúncios de tarifas por EUA, China, Canadá e México nos últimos meses
Mata-mata ou pontos corridos? Ibovespa busca nova alta em dia de PIB, medidas de Lula, payroll e Powell
Em meio às idas e vindas da guerra comercial de Donald Trump, PIB fechado de 2024 é o destaque entre os indicadores de hoje
Estas duas empresas brasileiras podem lucrar com a guerra comercial entre EUA e China — e este bancão recomenda comprar as ações
Na avaliação do Santander, outras empresas do mesmo setor podem se beneficiar indiretamente com a troca de tarifas entre Trump e Xi Jinping
Quando você é o técnico: Ibovespa busca motivos para subir em dia decisão de juros do BCE
Além do BCE, os investidores seguem de olho nas consequências da guerra comercial de Donald Trump
Rodolfo Amstalden: Na esperança de marcar o 2º gol antes do 1º
Se você abre os jornais, encontra manchetes diárias sobre os ataques de Donald Trump contra a China e contra a Europa, seja por meio de tarifas ou de afrontas a acordos prévios de cooperação
China não quer pisar no freio: país asiático mantém meta de crescimento do PIB ‘em torno de 5%’, mesmo com guerra comercial de Trump
Anúncio da meta veio junto ao de diversos estímulos fiscais, através da emissão de títulos públicos
Trump: uma guerra começa quando outra parece perto do fim
Com o Brasil parado para o Carnaval, Trump suspendeu ajuda militar à Ucrânia e deu início prático à guerra comercial, mas não ficou só nisso
O que esperam de nós: Ibovespa volta do Carnaval com investidores de olho na guerra comercial de Trump e na meta de crescimento da China
China mantém meta de crescimento do PIB “em torno de 5%” enquanto Trump segue com sua guerra comercial contra o mundo
Mercados globais no vermelho: Wall Street abre em queda e bolsas da Europa derretem com tarifas de Trump e retaliações
Investidores seguem precificando a guerra comercial dos Estados Unidos contra Canadá, México e China; taxação de 25% entrou em vigor nesta terça-feira (4)
E agora, JBS (JBSS3)? China interrompe importação de carne bovina de três frigoríficos brasileiros
Ao todo, a medida abrange sete frigoríficos no total e passa a valer nesta segunda-feira (3); entenda a decisão