Ibovespa recua 2% e dólar encosta em R$ 5,30 com pressão da inflação americana
Com inflação em disparada, os investidores voltam os olhos mais uma vez para a postura dos Bancos Centrais daqui pra frente

Hoje o mercado financeiro está monotemático. Só se fala em inflação.
Nos Estados Unidos, os dados do CPI (índice de preços ao consumidor, na sigla em inglês), medem a inflação do país e os números divulgados agora pela manhã mostram que o temor inflacionário é real, azedando ainda mais o clima que já não andava muito bom.
Com os juros dos títulos do Tesouro americano disparando, as bolsas americanas estendem as perdas de ontem e atingiram as máximas na última hora.
Após subir quase 1% na terça-feira, apoiado no desempenho das commodities, o Ibovespa opera pressionado, em queda de 2,30%, aos 120.141 pontos, por volta das 16h. Enquanto a bolsa acentua a queda, o dólar à vista também acelerou a alta na última hora, subindo 1,18% R$ 5,2840. Na máxima do dia, a moeda americana encostou nos R$ 5,29.
A cautela que predomina no mercado se estende para os juros futuros, que operam em alta. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 4,78% para 4,9%
- Janeiro/2023: de 6,50% para 6,74%
- Janeiro/2025: de 8,07% para 8,27%
- Janeiro/2027: de 8,66% para 8,87%
Com os dois olhos bem abertos
Que os investidores temem que a rápida vacinação e trilhões de estímulos fiscais e monetários se transforme exerça uma pressão para o fim dos juros nas mínimas históricas pode não ser uma novidade. Acontece que nesta manhã o temor ganhou um impulso extra em forma de números que mostraram que o dragão da inflação está longe de estar adormecido.
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O CPI avançou 0,8% no mês, enquanto o núcleo subiu 0,9%, na base mensal. As projeções apontavam para alta de avanço de 0,2% do índice cheio e ganhos de 0,3% para o núcleo, em relação ao mês anterior.
A inflação é um indicador importantíssimo para a definição da política monetária de um país. Com os estímulos fiscais e monetários empregados para contornar a crise do coronavírus, o mundo vive um aquecimento nos preços.
No Brasil, o avanço fez o Banco Central retomar a alta da taxa básica de juros - medida adotada em outros países emergentes também. O temor do mercado é que os BCs do hemisfério norte sigam o mesmo caminho.
Por isso, todos estão atentos à postura do Federal Reserve (BC americano) com relação à compra de ativos e estímulos monetários.
O Federal Reserve mantém sua política acomodatícia e seus dirigentes tentam acalmar os mercados afirmando que uma inflação acima da meta de 2% ao ano será tolerada por um período e que o mercado de trabalho - e a economia em si - ainda estão longe de uma recuperação plena.
Às vezes o discurso cola, às vezes não. O cenário hoje favorece o segundo caso. Ontem, os Treasuries, os títulos do Tesouro americano, avançaram em meio às preocupações com os dados da economia dos Estados Unidos e hoje sobem ainda mais.
Neste cenário, os investidores migram de ativos de maior risco, como bolsa, para os de menores riscos, como os Treasuries. Segundo a equipe da Ajax Capital, esse cenário pode levar o Congresso americano, principalmente a oposição republicana, a barrar os estímulos propostos pelo presidente Joe Biden.
Brasília em foco
Aqui no Brasil, a CPI da Covid, que deve contar com um depoimento do ex-secretário de governo Fabio Wajngarten. O ex secretário já deu entrevistas criticando a falta de postura do governo federal quanto à condução da pandemia e compra de vacinas.
De acordo com especialistas, o Planalto vê com apreensão o depoimento de Wajngarten na CPI. Em entrevista à revista Veja, Wajngarten havia declarado que o ministro Pazuello seria incompetente para o cargo.
Sobe e desce
Com o cenário amplamente negativo, poucas ações sobem nesta manhã. O que dita o ritmo são os últimos resultados corporativos divulgados entre a noite de ontem e hoje. O principal destaque são os papéis da BR Distribuidora, que disparam cerca de 8%. Confira as maiores altas:
BRDT3 | BR Distribuidora ON | R$ 25,19 | 5,31% |
ABEV3 | Ambev ON | R$ 17,07 | 1,19% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 68,91 | 0,86% |
IRBR3 | IRB ON | R$ 6,31 | 0,96% |
BTOW3 | B2W ON | R$ 59,16 | 0,10% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 187,35 | -7,90% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 19,20 | -7,34% |
RENT3 | Localiza ON | R$ 58,61 | -6,73% |
LCAM3 | Locamérica ON | R$ 24,22 | -5,80% |
IGTA3 | Iguatemi ON | R$ 41,06 | -5,80% |
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