Bolsa se firma em alta de 1% com avanço do Orçamento após manhã de instabilidade
Avanço do coronavírus no Brasil e na Europa preocupa e a agenda econômica cheia traz cautela aos negócios
Com uma agenda cheia para digerir e tensões domésticas a perder de vista, a bolsa brasileira teve uma manhã de muita volatilidade, mas parece ter conseguido se firmar em uma recuperação muito mais robusta do que seus pares no exterior.
Por volta das 16h, o principal índice brasileiro subia 1,57%, aos 113.875 pontos - na mínima, o recuo chegou a 1%. O dólar à vista também opera com grande volatilidade. No mesmo horário, a divisa avançava 0,59%, a R$ 5,6727.
A mudança de comportamento do mercado brasileiro parece ter pouca relação com uma melhora de cenário fiscal, político ou sanitário, segundo diversos analistas. O Ibovespa na realidade segue com mais força a tendência de recuperação vista em Wall Street, após atingir uma faixa de suporte importante, e parece surfar o noticiário corporativo e as blue chips, empresas de grande peso no índice, ajudam a sustentar o otimismo.
No mercado de juros está uma das razões para essa inversão de tendência. Após uma alta acentuada no começo da manhã, os contratos de DI passaram a operar em forte queda. Segundo o analista técnico da Ativa Investimentos, Marcio Lórega, isso ocorre após as taxas atingirem pontos importantes de resistência. Confira as taxas de hoje:
- Janeiro/2022: de 4,73% para 4,58%
- Janeiro/2023: de 6,62% para 6,38%
- Janeiro/2025: de 8,15% para 7,96%
- Janeiro/2027: de 8,70% para 8,54%
Digerindo números
A movimentação da agenda brasileira começou logo cedo, com a divulgação do IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial. Conforme esperado, o índice avançou 0,93% em março - o maior patamar desde março de 2015. Uma das contribuições mais significativas para a alta do índice foi a alta dos combustíveis, que pressionou o setor de transportes. A pressão inflacionária segue sendo um termômetro para as próximas atuações do Banco Central.
Tivemos também a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). No documento, o Banco Central reduziu suas projeções para o Produto Interno Bruto deste ano, passando de 3,8% para 3,6%. No entanto, a expectativa para a inflação foi elevada para 5% em 2021.
Leia Também
De certa forma, os novos números tiveram pouco reflexo no mercado, já que reforçaram as mensagens passadas pela ata da última reunião do Copom, divulgada na semana passada.
Brasília em foco
Com os dados econômicos vindo perto do esperado pelo mercado, o foco em Brasília fica ainda mais forte. O país ultrapassou a marca oficial de 300 mil mortos pela pandemia do coronavírus e o breve sinal de união entre os Poderes para enfrentar a crise não colou no entre os agentes financeiros.
Algumas declarações do presidente da Câmara, Arthur Lira, causaram desconforto, já que indicam o que pode ser um desalinhamento com o governo federal e de ações concretas pouco se tem. Mais cedo, o ministro da Economia Paulo Guedes voltou a reforçar a importância da vacinação para a recuperação econômica. No entanto, o Brasil ainda sofre com um ritmo lento de imunização e falta de doses.
Além das medidas para alívio da pandemia, outro assunto acompanhado de perto na capital federal é a votação do Orçamento de 2021. A pauta está bem atrasada e deixa no radar as medidas que podem aumentar o risco fiscal. O agravamento da pandemia e seus reflexos econômicos faz com que o governo seja pressionado a aumentar suas despesas com os benefícios sociais.
Fôlego extra
A pandemia na Europa também é fator de influência negativa nos negócios hoje. Com mais restrições anunciadas, as bolsas do continente operaram boa parte do dia no vermelho, mas acabaram reduzindo a queda na reta final das negociação.
Em Wall Street, o dia também começou em queda, mas agora as principais bolsas americanas ensaiam uma tímida recuperação. Os investidores estão atentos não só ao desdobramento da terceira onda do coronavírus, mas também com uma deterioração nas relações entre Estados Unidos e China e preocupações com a interrupção na cadeia global de abastecimento, devido ao encalhamento de um navio no Canal de Suez, uma das principais passagens comerciais do planeta. No momento, mais de 180 navios estão esperando a resolução do problema para seguir viagem.
Contribuiu para a melhora de humor a coletiva dada pelo presidente Joe Biden, onde ele se comprometeu a dobrar o ritmo de vacinação do país e distribuir 200 milhões de doses nos 100 primeiros dias do seu governo.
Sobe e desce
Ao contrário do inicialmente esperado, a indicação de Rodrigo Limp Nascimento para substituir Wilson Ferreira Júnior na Eletrobras acabou sendo bem recebida pelo mercado, mesmo não sendo um nome apontado pela assessoria contratada para realizar a seleção. O nome foi considerado técnico e pró-privatizações.
Já a Equatorial reflete o otimismo do mercado com os seus resultados trimestrais e a perspectiva de uma forte atuação no setor de fusões e aquisições. Confira as maiores altas do dia
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| EQTL3 | Equatorial ON | 22,27 | 5,95% |
| ENGI11 | Engie units | 44,18 | 5,54% |
| PCAR3 | GPA ON | 29,30 | 3,97% |
| ELET3 | Eletrobras ON | 33,56 | 3,93% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | 11,88 | 3,85% |
O setor de commodities tem mais um dia negativo, com a queda do minério de ferro e também do petróleo. Confira as maiores quedas do índice nesta tarde:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| BEEF3 | Minerva ON | 9,80 | -1,51% |
| CCRO3 | CCR ON | 12,12 | -1,46% |
| BRKM5 | Braskem PNA | 36,81 | -1,42% |
| SULA11 | SulAmérica units | 37,49 | -1,29% |
| KLBN11 | Klabin units | 28,46 | -1,08% |
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
