Variante delta da covid-19 e queda brusca do petróleo trazem cautela e bolsa recua mais de 1%; dólar sobe a R$ 5,20
Com o Congresso nacional em recesso parlamentar, os investidores têm uma folga dos atritos políticos, mas a cautela com o coronavírus segue em alta
O sonho de uma volta à normalidade com o avanço da vacinação contra o coronavírus pelo mundo está em xeque. Ainda que o número de hospitalizações e mortes siga caindo, países da Europa, Ásia e os Estados Unidos voltam a se preocupar com o aumento no número de casos originados da nova cepa 'delta' da doença.
Com o potencial das vacinas atuais ainda desconhecido, os investidores reagem com cautela. O temor é que as medidas de isolamento social sejam mais uma vez necessárias, o que atrapalharia a recuperação econômica.
Mesmo com a demanda incerta, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) chegou a um acordo para aumentar a produção da commodity em 400 mil barris por dia, a 3,5 milhões, já no mês que vem. Uma decisão era aguardada há mais de uma semana, mas a reação do mercado não foi positiva. Por volta das 15h15, tanto o petróleo WTI quanto o Brent recuavam cerca de 7%.
Na Ásia, os principais índices recuaram mais de 1%. Com as bolsas em Nova York e na Europa também no vermelho, o Ibovespa tem uma influência negativa, que se agrava com o forte recuo das ações da Petrobras. Por volta das 16h, o principal índice da bolsa recuava 1,64%, aos 123.860 pontos. O dólar à vista avança, com uma alta de 2,24%, aos R$ 5,2293.
Outros riscos
A queda do minério de ferro também é um peso para a bolsa brasileira, mas o recuo das commodities alivia a pressão inflacionária no país. Por isso, mesmo com o câmbio pressionado, a curva de juros mostra movimentos menos amplos, mas com viés de queda. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/22: de 5,79% para 5,78%
- Janeiro/23: de 7,25% para 7,21%
- Janeiro/25: de 8,20% para 8,15%
- Janeiro/27: de 8,60% para 8,58%
Os riscos inflacionários nos Estados Unidos e na Europa também são monitorados pelos investidores, que tentam antecipar o movimento dos bancos centrais para conter a escalada dos preços ao mesmo tempo que garante as condições necessárias para que os países se recuperem da crise herdada pelo coronavírus.
No Brasil, o Congresso está em recesso parlamentar, o que deixa os negócios locais mais suscetíveis a seguir os seus pares internacionais. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro segue gerando ruídos e há expectativas para que ele vete o aumento do fundo eleitoral aprovado na Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2022.
Sobe e desce
Poucas empresas operam em alta nesta tarde, com destaque para as ações dos frigoríficos, que acompanham a aceleração do dólar, e do setor elétrico. Confira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
LWSA3 | Locaweb ON | R$ 26,23 | 0,88% |
RAIL3 | Rumo ON | R$ 20,60 | 0,68% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 18,91 | 0,42% |
JBSS3 | JBS ON | R$ 28,66 | 0,14% |
ENBR3 | Energias do Brasil ON | R$ 17,82 | 0,06% |
Na ponta contrária, a PetroRio acompanha a queda do petróleo e exibe perdas superiores a 4%. Na sequência temos a estreia de AMER3, junção das ações da B2W (que deixaram de ser negociadas) e Americanas S.A.
O temor de que a variante delta do coronavírus traga de volta as restrições de viagem derruba o setor aéreo no Brasil e no exterior. Confira:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
AMER3 | Americanas S.A | R$ 63,35 | -6,84% |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 8,10 | -6,47% |
LAME3 | Lojas Americanas ON | R$ 7,79 | -6,37% |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 17,87 | -5,20% |
VVAR3 | Via Varejo ON | R$ 14,00 | -4,11% |
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