Cautela toma conta de NY e Brasília e Ibovespa acompanha em queda de 1%; dólar vai a R$ 5,44
Os investidores estão de olho no ritmo lento da recuperação econômica americana e no andamento das pautas no Congresso. Além disso, a queda do petróleo passou a segurar a bolsa brasileira

A bolsa brasileira começou a quinta-feira (18) exatamente do ponto em que terminou o dia anterior: ignorando o cenário negativo no exterior e as incertezas políticas que se acumulam em Brasília. No entanto, ao longo da manhã, as commodities - que vinham brilhando e segurando o Ibovespa no azul - perderam força e uma piora em Nova York estabilizou o mercado brasileiro em queda.
O número de pedidos de auxílio desemprego nos Estados Unidos frustrou os investidores e pesou em Wall Street, trazendo grande instabilidade à B3, que apagou o desempenho positivo de empresas ligadas ao petróleo e ao minério de ferro e perdeu o patamar dos 119 mil pontos.
O petróleo, aliás, também passou por um revés e passou a cair, o que fez com que empresas de peso, como a Petrobras, que chegou a disparar 4% logo na abertura, passassem a recuar.
O mercado local também segue de olho em Brasília, com medo de que a prisão do deputado Daniel Silveira siga travando as pautas prioritárias do Congresso, como o auxílio emergencial e as reformas. O ministro da Economia, Paulo Guedes,se reuniu com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, para discutir a pauta econômica.
A ideia era acalmar os investidores quanto à possibilidade de que o caso traga um atraso e um prejuízo na tramitação dos outros temas tão aguardados, mas, em um primeiro momento, o mercado parece ter permanecido com a mesma cautela.
Após o encontro, os três se pronunciaram. Pacheco garantiu que a PEC Emergencial, que deve permitir a retomada do auxílio emergencial dentro do teto de gasto com a inclusão de uma "cláusula de guerra", será pautada na semana que vem. Já Lira afirmou que os trabalhos nas duas casas não serão paralisados com a prisão de Silveira.
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Por volta das 17h, o principal índice da bolsa brasileira recuava 1,04%, aos 119.003 pontos. O dólar chegou a abrir o dia em queda, mas inverteu o sinal com a piora do clima dos negócios em Nova York e agora opera em alta de 0,48%, a R$ 5,4410.
No mercado de juros, as taxas de prazos mais curtos operam em alta mais expressiva. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 3,38% para 3,41%
- Janeiro/2023: de 5,01% para 5,07%
- Janeiro/2025: de 6,58% para 6,61%
- Janeiro/2027: de 7,25% para 7,26%
Segurando o fluxo
No cenário doméstico também existem preocupações. A primeira delas é a prisão do deputado Daniel Silveira, do PSL, depois de ataques ao Supremo e apologia ao Ato Institucional 5, o AI-5.
Como Silveira possui imunidade parlamentar, o tema deve ser julgado pelo plenário da Câmara. A questão empaca as outras pautas prioritárias da casa, como o andamento das reformas e as questões mais práticas relacionadas ao auxílio emergencial, que segue indefinido e é fonte de desconfiança do mercado.
Com o foco do governo na crise política que pode virar uma bola de neve em Brasília, fica jogado para escanteio a questão da vacinação contra a covid-19 no país, o que é preocupante. Diversos estados e municípios já começam a interromper suas campanhas de vacinação por falta de doses e as promessas de novos imunizantes feitas pelo ministro da Saúde não trazem alívio ao cenário.
O mercado repercute agora as declarações do ministro da Economia Paulo Guedes e dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, que se reuniram para conversar sobre o andamento da pauta econômica, principalmente no que diz respeito ao andamento das reformas e medidas necessárias para assegurar a nova rodada do auxílio emergencial.
A expectativa agora é de que o relatório da PEC Emergencial seja de fato apresentado na segunda-feira (22), conforme prometido por Pacheco, e delimite de forma mais clara o impacto fiscal da retomada do auxílio emergencial para a economia brasileira.
Cautela por toda parte
No exterior, as bolsas europeias chegaram a abrir o dia no azul, mas fecharam em queda, após a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Banco Central Europeu, que mostrou preocupação com a trajetória da inflação no bloco.
As bolsas em Wall Street também operam em queda, reagindo negativamente aos dados da economia americana.
Pela manhã, a divulgação do número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos frustrou os investidores ao subir 13 mil na semana, totalizando 861 mil, bem acima das expectativas dos analistas, que esperavam 773 mil novas solicitações.
Após o número, os mercados americanos, que começaram o dia em leve queda, aprofundaram as perdas. O Nasdaq recua mais de 1%, enquanto o S&P 500 e o Dow Jones apresentam perdas moderadas de cerca de 0,80%.
Sobe e desce
As commodities começaram o dia brilhando, mas o desgaste no cenário local e a cautela lá fora minou o desempenho das empresas. Ainda assim, as empresas ligadas ao minério de ferro merecem destaque, já que estão entre as poucas altas do Ibovespa no momento.
Durante a madrugada, as principais bolsas asiáticas retomaram as negociações, após uma semana de feriado. Ainda que o movimento visto por lá tenha sido de realização de lucros, o minério de ferro em Qingdao disparou quase 5%, cotado a US$ 175,05 a tonelada, o que deve mais uma vez mexer com as mineradoras e siderúrgicas desse lado do oceano.
Entre as maiores altas do dia, destaque para a PetroRio, mesmo com a queda do petróleo e as ações das exportadoras Klabin e Suzano, que além de se beneficiarem de um dólar mais alto, também acompanham a expectativa de um aumento no valor da celulose no mercado internacional.
Segundo informações do Broadcast, o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vendeu 25% de sua fatia na Klabin, movimentando cerca de R$ 600 milhões.
Confira as maiores altas de hoje:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 90,53 | 3,93% |
KLBN11 | Klabin units | R$ 29,15 | 2,35% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 73,66 | 1,75% |
JHSF3 | JHSF ON | R$ 7,26 | 1,54% |
CRFB3 | Carrefour Brasil ON | R$ 20,40 | 1,34% |
A Petrobras, que chegou a disparar 4% logo na abertura, se beneficiando de uma série de fatores, incluindo o crescimento de mais de 7% na sua produção em janeiro e a reação positiva dos agentes financeiros após a companhia informar um reajuste nos preços da gasolina e do óleo diesel, agora recua quase 1%, com a piora da cotação da commodity no mercado internacional.
A razão para essa mudança é que depois de um otimismo apoiado na queda da produção - tanto com relação aos acordos da Opep+ quanto aos elementos climáticos que prejudicam a produção nos Estados Unidos -, os investidores passaram a pesar a dificuldade da recuperação da demanda, com as principais economias do mundo ainda patinando para retomar o nível de atividade.
Confira também as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
NTCO3 | Natura ON | R$ 50,73 | -4,45% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 16,50 | -4,07% |
GNDI3 | Intermédica ON | R$ 91,68 | -4,00% |
UGPA3 | Ultrapar ON | R$ 22,45 | -3,69% |
TIMS3 | Tim ON | 13,66 | -3,60% |
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