Ibovespa interrompe sequência de quedas e sobe mais de 2% apoiado em NY, mas incertezas pesam sobre o dólar
Dados da economia americana divulgados pela manhã e otimismo com o pacote fiscal fizeram as bolsas recuperarem boa parte das perdas recentes
O sol voltou a raiar nos mercados. Bem, para ser mais exata, em parte dos mercados.Depois de seis sessões no vermelho, o Ibovespa voltou a registrar altas expressivas e quase zerou as perdas do ano.
No caminho inverso do que vinha ocorrendo nos últimos dias, a bolsa brasileira começou esta quinta-feira (27) em queda, mas o clima melhorou ao longo da manhã, até se firmar em alta firme de 2,59%, aos 118.883,25 pontos, ao fim das negociações. Na mínima do dia, o índice chegou a encostar nos 115.700 pontos.
Foi o otimismo que tomou conta das bolsas internacionais que patrocinou a recuperação da bolsa brasileira. Em Nova York, as bolsas também começaram o dia no vermelho, mas ganharam força ao longo da sessão. O Dow Jones fechou o dia com alta de 0,99%, o S&P 500 avançou 0,98% e o Nasdaq teve um desempenho mais tímido, subindo 0,50%
Ontem, as bolsas americanas sofreram o baque mais duro desde outubro, após o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, indicar que o país ainda está longe de atingir o “máximo emprego” e as metas de inflação, condições necessárias para a recuperação da maior economia do mundo. Então hoje, dados melhores do que o esperado resgataram o otimismo dos investidores.
Os pedidos de auxílio-desemprego caíram 67 mil na semana, a 847 mil, abaixo da previsão do mercado. Tivemos também a divulgação da primeira leitura do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos no quarto trimestre, que mostrou um crescimento de 4%, muito próximo do esperado pelos analistas.
Outra notícia positiva também ajudou a embalar os negócios: a sinalização de que os estímulos fiscais prometidos estão a caminho. O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, afirmou que a Casa começará a analisar o pacote fiscal proposto pelo governo Biden já na semana que vem.
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Com isso, os resultados corporativos abaixo do esperado e o discurso pessimista de Jerome Powell ficaram em segundo plano e os investidores preferiram repercutir os balanços que vieram conforme o esperado e a projeção de novos estímulos. Lá fora, as companhias que tendem a se beneficiar de uma retomada da economia brilharem, em movimento semelhante ao que aconteceu no Ibovespa.
Os investidores também repercutem de forma positiva a "contenção" do movimento especulativo que tomou conta dos mercados nos últimos dias. Em Nova York, as bolsas observam um verdadeiro cabo de guerra entre pequenos investidores e os grandes tubarões do mercado, os investidores institucionais.
Após um intenso movimento especulativo, plataformas de investimentos locais começaram a impor restrições para conter as operações. Essa “farofa” dos investidores em Wall Street, organizada via redes sociais, foi “importada” para a bolsa brasileira no pregão de hoje. As ações da GameStop, principal alvo dos especuladores, despencou na Nyse. Por aqui, o alvo foi a ação da resseguradora IRB, como você pode conferir nesta matéria.
O otimismo no exterior, tirou o foco (em partes) da preocupação do mercado com o cenário fiscal. Com isso, omercado de juros fechou o dia em queda. Confira as taxas de fechamento:
- Janeiro/2022: de 3,45% para 3,36%
- Janeiro/2023: de 5,06% para 4,93%
- Janeiro/2025: de 6,55% para 6,46%
- Janeiro/2027: de 7,21% para 7,14%
Sol com chuva
Enquanto a bolsa brasileira buscava o pote de ouro no fim do arco-íris, o câmbio ficou incumbido da tarefa de concentrar as incertezas que ainda rondam o cenário e que hoje só deram uma folga aos mercados de ações e de juros.
Mais de um milhão de pessoas já foram vacinadas no Brasil, mas nem por isso o temor com a pandemia — e seu impacto na atividade econômica — dá trégua. Lá fora, assim como por aqui, também existe uma grande preocupação com a velocidade da imunização da população e da propagação das novas variantes identificadas do vírus. Aqui, Manaus segue sendo um dos locais mais afetados pela doença.
A média móvel de mortes por covid-19 continua na casa dos milhares e uma necessidade de extensão do auxílio emergencial parece cada vez mais provável. Como o mercado tem dúvidas sobre como o governo pretende financiar o benefício e de como conciliar a despesa com o teto de gastos, a piora do risco fiscal faz peso nos negócios.
As eleições para a presidência da Câmara e do Senado, que acontecem na semana que vem, ganham cada vez mais força, já que o resultado determinará os responsáveis por pautar temas que mexem com o equilíbrio fiscal do país. A leitura de que os candidatos governistas Arthur Lira e Rodrigo Pacheco devem sair vitoriosos abranda as preocupações atuais com o andamento das reformas e possíveis processos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
Na agenda do dia, também tivemos divulgações importantes que mostram que a economia brasileira tem um longo caminho a ser percorrido. No entanto, os números pouco fizeram preço na bolsa, pois já eram esperados pelo mercado.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que a taxa de desocupação no Brasil alcançou a marca de 14,1% no trimestre encerrado em novembro de 2020, uma alta de 4%.
Tivemos também mais um sinal de que a inflação segue escalando (o que pressiona ainda mais a próxima decisão de política monetária do Banco Central, em março). O IGP-M, indicador de referência para reajuste de contratos de aluguel, subiu 2,58% em janeiro, puxado principalmente pelas commodities e combustíveis.
Alexandre Espirito Santo, economista chefe da Órama Investimentos, também lembra que os ruídos em torno de uma possibilidade de greve dos caminhoneiros continuam sendo ventilados e trazem cautela para a mesa, mas ainda sem uma confirmação de fato.
Pesando todas as incertezas no radar, o dólar à vista terminou o dia em alta de 0,53%, a R$ 5,4357.
Sobe e desce
Não teve para ninguém. As ações da resseguradora IRB subiram mais de 17% hoje, em um movimento que "imita" o cabo de guerra promovido pelos investidores de varejo e fundos de hedge nos Estados Unidos.
Em mais um movimento semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos, os setores mais prejudicados pela pandemia do coronavírus mostraram recuperação perante o dia de otimismo, com destaque para setores ligados ao consumo. As companhias aéreas, grande destaque negativo durante a crise, subiram em bloco, assim como as empresas de administradoras de shoppings. Confira a lista completa com as maiores altas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| IRBR3 | IRB ON | R$ 7,67 | 17,82% |
| BPAC11 | BTG Pactual units | R$ 98,03 | 8,80% |
| VVAR3 | Via Varejo ON | R$ 15,29 | 7,90% |
| IGTA3 | Iguatemi ON | R$ 35,47 | 7,00% |
| GOLL4 | Gol PN | R$ 24,61 | 6,81% |
Apenas quatro empresas fecharam o dia no vermelho. A Bradespar liderou as quedas após o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decretar que a companhia deve uma indenização de R$ 1,4 bilhão para fundos de pensão. E a Cielo passou por uma realização de lucros após a alta expressiva de ontem. Confira também a lista com as maiores quedas:
| CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
| BRAP4 | Bradespar PN | R$ 65,99 | -2,55% |
| CIEL3 | Cielo ON | R$ 4,13 | -0,72% |
| WEGE3 | Weg ON | R$ 87,97 | -0,32% |
| KLBN11 | Klabin units | R$ 28,12 | -0,28% |
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