Balanços e recuperação do petróleo garantem o dia para o Ibovespa, mas Brasília segue impedindo voos mais altos; dólar vai a R$ 5,19
Subindo menos do que as bolsas americanas, o Ibovespa avançou 0,42%, aos 125.929 pontos. Já o dólar à vista voltou a ser negociado abaixo de R$ 5,20

A semana começou com o pé esquerdo, trazendo turbulência e cautela para os negócios — as bolsas sangraram, o dólar disparou e o petróleo levou um belo tombo de mais de 7%. O episódio, no entanto, parece ter ficado restrito a apenas um dia de pânico.
A variante delta, cepa mais contagiosa e que coloca à prova as medidas encontradas para conter o coronavírus, ainda é uma preocupação, mas, por ora, fica em segundo plano. Nos holofotes, brilham os números da temporada de balanços — tanto no Brasil, quanto no exterior, onde mais empresas já divulgaram os seus resultados do segundo trimestre.
Os bons números garantem o otimismo, que também conta com um empurrãozinho do petróleo, que subiu mais de 4% nesta tarde, voltando ao patamar dos US$ 70. Seguindo o movimento de recuperação dos últimos dias, a commodity tenta apagar o tombo da segunda-feira, quando o aumento da produção por parte da Opep+ assustou os investidores, já que a demanda global ainda é uma incógnita.
A expectativa da American Petroleum Institute (API) é de que os estoques de petróleo dos EUA aumentem, e que a demanda mundial também suba durante a retomada econômica. Mesmo com os temores envolvendo a variante delta, que pode voltar a fechar os negócios, e a Opep+ no radar, é o segundo pregão de alta para a commodity.
Com o apetite por risco renovado, o S&P 500 fechou o dia com alta de 0,82%, o Dow Jones avançou 0,83% e o Nasdaq subiu 0,92%. Com os investidores voltando os olhos para investimentos mais arriscados, o dólar à vista recuou 0,76%, a R$ 5,1916, mas o dia foi de muita volatilidade — na máxima, a moeda chegou a ser negociada a R$ 5,27.
Aspectos locais foram os responsáveis por essa movimentação maior no câmbio e também por segurar o fôlego da bolsa brasileira. Mesmo com o recesso parlamentar, Brasília segue trazendo preocupações. Dessa vez, o presidente Jair Bolsonaro anunciou que fará uma reforma ministerial, em uma tentativa de não perder apoio no Congresso. Com isso, o Ibovespa teve uma alta mais modesta, de 0,42%, aos 125.929 pontos.
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Lá fora, o dia foi de avanço nos retornos dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries. Por aqui, após dias operando em queda, o mercado de juros futuros voltou a mostrar uma inclinação maior em todos os principais vencimentos. Confira as taxas de fechamento:
- Janeiro/22: estável em 5,78%
- Janeiro/23: de 7,12% para 7,13%
- Janeiro/25: de 8,09% para 8,14%
- Janeiro/27: de 8,56% para 8,59%
Sempre ela...
O Palácio do Planalto segue sendo o cenário dos pesadelos do mercado doméstico. Na manhã de hoje, o presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou que deve fazer uma reforma ministerial e mudar alguns nomes da cúpula do governo.
O objetivo é aumentar a participação do bloco do “centrão” no governo federal, tentando minimizar o impacto que o veto do presidente Bolsonaro ao fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões pode causar. Para o cargo da Casa Civil, hoje ocupado por Luiz Eduardo Ramos, o nome mais cotado é o do senador Ciro Nogueira (PP-PI), mas os analistas estão de olho também nas trocas e reestruturações nos demais ministérios.
De acordo com interlocutores do Palácio do Planalto, a troca também serviria para liberar os nomes da cúpula do governo para as eleições de 2022. O apoio político no Congresso também é importante, principalmente com as reformas administrativas e tributárias empacadas e longe de um acordo.
O veto ao fundo eleitoral promete dor de cabeça para o alto escalão do Executivo, com a pressão do vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos, fazendo barulho.
Ramos se coloca agora como principal opositor de Bolsonaro na Casa, e está colocando o presidente em posição de xeque. O deputado ameaça ler o pedido de impeachment caso assuma interinamente a presidência da Câmara no lugar de Arthur Lira (PP-AL).
Mas as intrigas nos corredores do Planalto não acabam por aí. Por ora, o foco do presidente é lidar com as críticas de Ramos, mas a desarmonia entre os Três Poderes segue sendo motivo de preocupação.
Sobe e desce
A resseguradora IRB teve um pregão de gala. As ações da companhia subiram mais de 8% após a divulgação de uma reversão do prejuízo registrado em maio do ano passado e outras melhorias operacionais. Já a Embraer teve um bom desempenho na esteira do crescimento de números de pedidos recebidos pela empresa. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
IRBR3 | IRB ON | R$ 5,99 | 8,32% |
BRKM5 | Braskem PNA | R$ 62,90 | 4,64% |
EMBR3 | Embraer ON | R$ 18,87 | 3,00% |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 85,28 | 2,96% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 30,42 | 2,67% |
Na ponta contrária, as ações de Lojas Americanas e da holding Americanas S.A seguem passando por ajustes após o processo de fusão com a B2W Digital, o que deu origem à nova empresa. Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
LAME4 | Lojas Americanas PN | R$ 7,93 | -4,80% |
AMER3 | Americanas S.A ON | R$ 58,42 | -4,74% |
FLRY3 | Fleury ON | R$ 24,40 | -2,59% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 14,40 | -2,37% |
JHSF3 | JHSF ON | R$ 7,57 | -2,07% |
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