Cuidado com as bolhas no mercado de tecnologia, alerta o CEO da Blackstone, gestora global de US$ 684 bilhões
Stephen Schwarzman é um dos convidados do Investidor 3.0, evento da Empiricus que celebra os 12 anos da casa de análise, e fala de suas visões sobre o mercado atual
Se tem alguém que sabe uma ou duas coisas sobre a avaliação de empresas novatas que buscam sócios para aportar capital, esse alguém certamente é Stephen Schwarzman, CEO da Blackstone e gestor de US$ 684 bilhões. Afinal, o investimento em empresas com grande potencial de crescimento e em negócios jovens que ainda não foram à bolsa, o chamado private equity, estão entre as especialidades da gestora global.
Durante sua participação no Investidor 3.0, evento da Empiricus que celebra os 12 anos da casa de análise, Schwarzman fez um alerta sobre setores ou companhias que talvez estejam caros demais - ou com valuations muito esticados, como se diz no jargão do mercado.
“Há bolhas se formando? A resposta é sim. E elas estão principalmente na área de tecnologia”, declarou em entrevista à Julia Wiltgen, repórter do Seu Dinheiro. Durante a conversa, o CEO também falou sobre as suas visões sobre o mercado atual, a imagem do Brasil no exterior, e as lições do livro “What it takes”, de sua autoria, lançando no Brasil pela editora Intrínseca com o título “Como chegar lá - lições na busca pela excelência” e parte da coleção Empiricus Books.
Confira a entrevista completa com Stephen A. Schwarzman no vídeo abaixo:
Bolhas tecnológicas
De volta ao setor tecnológico Schwarzman aponta que “quando as pessoas começam a discutir valuations [avaliação de ativos] em termos de múltiplos de receita com muito pouca perspectiva de as empresas serem lucrativas algum dia, geralmente é um sinal de que esses negócios estão atingindo um topo. Isso não quer dizer que alguns deles não vão crescer e ser bem-sucedidos, mas muitos não vão. Então esse é um ponto em que eu seria mais cauteloso”.
Para ele, a área que exige maior atenção, pois conta com algumas empresas sobreavaliadas e cujos valuations podem ser negativamente impactados pela já esperada escalada nos juros, é justamente a das empresas tech que ainda não foram a mercado e preparam seus IPOs (ofertas iniciais de ações na bolsa).
Leia Também
Até onde vai o rali das bolsas americanas?
Outro tema da conversa foi o rali das bolsas americanas, que começou no pós-crise de 2008, deu uma bambeada pouco antes de o Federal Reserve começar a aumentar os juros em 2015/2016, e foi retomado após a grande queda durante a crise do coronavírus, quando os juros, nos EUA e no mundo, voltaram ao rés do chão.
Os índices acionários americanos têm batido recorde atrás de recorde. Mas, afinal, até onde as ações negociadas em Nova York são capazes de ir? Tem bolha aí?
Apesar de identificar bolhas no setor de tecnologia, como já mencionado, Schwarzman acredita que, no mercado de ações americano de forma geral, a situação não chega a tanto. Claro que “árvores não crescem até o céu”, disse ele, “algo as desacelera. E o que tipicamente desacelera os mercados são taxas de juros mais altas.”
De fato, o mercado já espera que o Fed, o banco central americano, comece a reduzir a compra de ativos em novembro deste ano e aumente a taxa de juros em 2023 - ou mesmo em 2022, como espera o próprio CEO da Blackstone.
“Em antecipação a isso, dependendo de onde a inflação estiver, os mercados vão se ajustar. Eu acho que os lucros das empresas vão continuar fortes ao longo do próximo ano. Então pode até ser que as ações continuem a se valorizar, mas muito provavelmente não no mesmo ritmo”, diz Schwarzman.
Ele acredita, portanto, que haverá correções nos preços das ações com essa redução já esperada nos estímulos monetários nos EUA, mas que a recuperação econômica também funcionará, por outro lado, como um motor para o mercados.
Brasil não é mercado preferencial para o gringo
Em relação ao Brasil, o CEO da Blackstone acredita que os investidores globais veem o país como uma economia forte e de alto crescimento, mas estão preocupados com a instabilidade da moeda, os altos níveis de inflação e desemprego e a escalada nos juros.
Sendo assim, diz Schwarzman, o Brasil não é considerado um “must invest market”, isto é, um mercado preferencial ou essencial na hora de investir. “Os principais países asiáticos têm recebido muito mais atenção dos investidores globais”, aponta o gestor.
Ursos de 2025: Banco Master, Bolsonaro, Oi (OIBR3) e dólar… veja quem esteve em baixa neste ano na visão do Seu Dinheiro
Retrospectiva especial do podcast Touros e Ursos revela quem terminou 2025 em baixa no mercado, na política e nos investimentos; confira
Os recordes voltaram: ouro é negociado acima de US$ 4.450 e prata sobe a US$ 69 pela 1ª vez na história. O que mexe com os metais?
No acumulado do ano, a valorização do ouro se aproxima de 70%, enquanto a alta prata está em 128%
LCIs e LCAs com juros mensais, 11 ações para dividendos em 2026 e mais: as mais lidas do Seu Dinheiro
Renda pingando na conta, dividendos no radar e até metas para correr mais: veja os assuntos que dominaram a atenção dos leitores do Seu Dinheiro nesta semana
R$ 40 bilhões em dividendos, JCP e bonificação: mais de 20 empresas anunciaram pagamentos na semana; veja a lista
Com receio da nova tributação de dividendos, empresas aceleraram anúncios de proventos e colocaram mais de R$ 40 bilhões na mesa em poucos dias
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores