Bolsa deve receber bem a surpreendente alta da Selic, com exterior reagindo misto à decisão do Fed
O Copom decidiu aumentar a taxa básica de juros acima das expectativas do mercado, que iam de 0,25% até 0,75%, com a maioria apostando em 0,50%
Uma das minhas músicas preferidas contém uma frase sempre criticada: quando canto “Esse coqueiro que dá coco / Onde amarro a minha rede / Nas noites claras de luar”, sempre vem “e o que um coqueiro daria além de coco?”
No Brasil, é difícil dizer. Mesmo com todas as previsões apontando para uma alta moderada da Selic, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu ontem que a taxa básica de juros seria elevada em 0,75 pontos percentuais, para 2,75 ao ano.
Essa foi a primeira elevação da taxa básica de juros em seis anos, e foi motivada pela disparada da inflação, que já está acima do centro da meta, de 3,75%.
Especialistas afirmam que estamos vivendo um momento de “estagflação” (estagnação econômica e inflação), causada por diversos fatores. Entre eles, a pandemia, que paralisou a economia como um todo, e a disparada do dólar, que está presente na composição do preço de diversos itens da cesta básica brasileira.
A reação firme do Copom em relação à disparada da inflação e a desvalorização cambial deve cair bem no mercado nesta quinta-feira (18), tirando parte da pressão sobre o dólar e da curva de juros de longo prazo.
Veja o que mais é destaque para o dia de hoje:
Leia Também
3 surpresas que podem mexer com os mercados em 2026, segundo o Morgan Stanley
Pandemia no Brasil
O país registrou mais um recorde trágico nas últimas 24h. Foram registrados 2.648 óbitos e confirmados 90.303 novos casos, segundo dados do Ministério da Saúde. Agora chefiado novamente por um médico, a pasta vem sendo duramente criticada pelo fraco combate à pandemia.
Diversas cidades iniciaram medidas de restrição de circulação mais rígidas e até mesmo lockdowns para conter o avanço da doença. Enquanto isso, a vacinação anda a passos lentos, tendo atingido 5% da população há exatos um mês da primeira pessoa vacinada no Brasil.
Impopular
Enquanto isso, o presidente da República Jair Bolsonaro começa a sentir o cheiro da própria fritura. A pesquisa do Datafolha divulgada na terça-feira trouxe uma piora dos índices de popularidade do presidente e da percepção da população no combate à pandemia.
Segundo o Datafolha, 56% dos brasileiros acreditam que o presidente não é capaz de liderar o país, enquanto 42% acredita que Bolsonaro pode lidar com a pandemia. Quem considera o desempenho do presidente ruim ou péssimo no combate ao coronavírus chegou a 54% dos entrevistados pelo instituto de pesquisa.
Além disso, 43% dos entrevistados acreditam que o presidente é diretamente responsável pela pandemia.
Renúncia fiscal
O Congresso e o Senado derrubaram um veto do presidente Bolsonaro que abria caminho para um perdão bilionário de dívidas tributárias de templos religiosos. Contrariando a equipe econômica, o veto tentava agradar sua base eleitoral abrindo mão de R$ 1,4 bilhão em arrecadação.
A Bancada Evangélica da Câmara vem trabalhando para ampliar a renúncia fiscal de instituições religiosas, que, pela Constituição, estão isentas de pagar impostos sobre renda, patrimônios e serviços.
Federal Reserve
O exterior segue repercutindo a decisão do Federal Reserve (o Banco Central americano) que manteve a taxa básica de juros dos Estados Unidos entre 0,0% e 0,25%. Isso indica uma postura acomodatícia da instituição, o que quer dizer que ela continuará estimulando a economia e investindo em ativos.
O presidente da instituição, Jerome Powell, afirmou que "não quer pensar em aumento de juros [para os EUA] pelos próximos três anos", ignorando os receios do mercado de alta da inflação e o aumento dos preços dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano, das últimas semanas.
Bolsas pelo mundo
Com isso, as bolsas da Ásia fecharam em alta no início da manhã de hoje:
- Nikkei (Japão), alta de 1,01%
- Hang Seng Index (Hong Kong), alta de 1,28%
- Kospi (Coreia do Sul), alta de 0,61%
- Shanghai SE (China), alta de 0,51%
Os índices europeus também surfam na onda de otimismo do Fed, e operam em alta. As bolsas do Velho Continente devem repercutir as decisões de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), por volta das 9h (veja mais na agenda do dia):
- Dax (Alemanha), alta de 1,19%
- FTSE 100 (Reino Unido), alta de 0,11%
- CAC 40 (França), alta de 0,22%
- FTSE MIB (Itália), alta de 0,36,%
Os índices futuros de Nova York apontam para um dia misto, também repercutindo as decisões do Fed:
- S&P 500 futuro, queda de 0,31%
- Nasdaq futuro, queda de 1,02%
- Dow Jones futuro, alta de 0,21%
Agenda do dia
Os eventos que devem movimentar as bolsas pelo mundo hoje são:
- Zona do Euro: Balança comercial de janeiro (7h)
- FGV: Segunda prévia do IGP-M de março (8h)
- Banco da Inglaterra (BoE): decisão da política monetária (9h)
- EUA: Pedidos de auxílio desemprego (9h30)
- CNI: Indicador da evolução da produção do setor industrial (10h)
Empresas
Divulgam seus balanços hoje:
- Gol (antes da abertura)
- Cyrela (após o fechamento)
- Hapvida (após o fechamento)
Musk vira primeira pessoa na história a valer US$ 700 bilhões — e esse nem foi o único recorde de fortuna que ele bateu na semana
O patrimônio do presidente da Tesla atingiu os US$ 700 bilhões depois de uma decisão da Suprema Corte de Delaware reestabelecer um pacote de remuneração de US$ 56 bilhões ao executivo
Maiores quedas e altas do Ibovespa na semana: com cenário eleitoral e Copom ‘jogando contra’, índice caiu 1,4%; confira os destaques
Com Copom firme e incertezas políticas no horizonte, investidores reduziram risco e pressionaram o Ibovespa; Brava (BRAV3) é maior alta, enquanto Direcional (DIRR3) lidera perdas
Nem o ‘Pacman de FIIs’, nem o faminto TRXF11, o fundo imobiliário que mais cresceu em 2025 foi outro gigante do mercado; confira o ranking
Na pesquisa, que foi realizada com base em dados patrimoniais divulgados pelos FIIs, o fundo vencedor é um dos maiores nomes do segmento de papel
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
