Auxílio emergencial ‘turbinado’ irrita o mercado e Ibovespa recua mais de 3%; dólar e juros avançam
A agenda local está esvaziada neste início de semana, mas os investidores aguardam ansiosamente por um desfecho para a PEC dos precatórios.
Uma notícia pegou os investidores em cheio antes da abertura do pregão desta terça-feira (19) e foi determinante para o mal estar que se instalou no mercado e que vem piorando ao longo do dia.
Sem uma solução definitiva para a criação do Auxílio Brasil, o governo federal pretende aprovar uma nova rodada do auxílio emergencial, mesclando o benefício com o futuro programa social e colocando parte do pagamento fora do teto de gastos.
A situação das contas públicas não é nenhuma novidade, mas a solução encontrada pelo governo gera desconforto e derruba o Ibovespa em um dia de otimismo no exterior. Na parte da tarde, a situação se deteriorou ainda mais com rumores de que a pressão populista do Executivo leve a uma nova debandada da equipe técnica do ministério da Economia e com a confirmação de que o lançamento do programa será feito nesta tarde.
O principal índice da bolsa brasileira vem renovando as mínimas do dia. Por volta das 16h, a forte queda era de 3,83%, aos 110,040 pontos.
Com o mau humor generalizado, somente duas ações do índice operam em alta — as units da Getnet (GETT11) dão continuidade ao movimento visto ontem, na estreia dos papéis, e as ações da resseguradora IRB, após a companhia anunciar o seu novo diretor financeiro e de relações com investidores.
Mesmo com o leilão de US$ 500 milhões à vista pelo Banco Central, o risco interno impulsiona a moeda norte-americana para as máximas. No mesmo horário, o dólar à vista subia 1,56%, a R$ 5,6063.
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De acordo com o Broadcast, o pagamento de benefícios para 2022 deve somar parcelas de R$ 400 por mês, sendo que, do total, R$ 100 ficariam fora do teto de gastos.
Segundo a regra que limita o aumento das despesas à inflação, o Auxílio Brasil deve contar com um orçamento de R$ 35 bilhões, o que permite parcelas de R$ 194,45 para 17 milhões de beneficiários. O repasse complementar de R$ 100 deve ser pago com os recursos de R$ 89 bilhões provenientes da aprovação da PEC dos precatórios, que estava previsto para entrar hoje em debate e votação na comissão especial da Câmara, mas foi adiada.
Por fim, outros R$ 100 ficariam fora do teto e o valor deve chegar aos beneficiários a partir de dezembro. O esperado é que a aprovação da reforma do Imposto de Renda também abra mais espaço no orçamento para o pagamento desses benefícios, mas o texto segue travado no Senado. O relator da proposta, Angelo Coronel (PSD-BA), avisou que não dá para fazer o relatório sob pressão e “na pressa que eles querem”.
Coronel já afirmou que deve tirar a proposta de taxação de lucros e dividendos, mas a fala, positiva para o mercado, foi ofuscada pelo auxílio emergencial fora do teto. O governo deve buscar outras formas de arrecadação para pagar o benefício.
Para Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a permanência de Paulo Guedes na pasta da Economia pode frear as pretensões populistas do presidente de aprovar um auxílio que extrapola os gastos do governo.
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já se declarou favorável aos gastos em detrimento das regras fiscais, o que pode facilitar os planos de Bolsonaro para as eleições do ano que vem. Por outro lado, o mercado deve seguir pressionado com as constantes ameaças ao teto de gastos, como ocorreu com a curva de juros no pregão de ontem (18).
A situação não pressiona apenas o dólar, mas também os juros, que voltam a operar em forte alta. Confira:
- Janeiro de 2022: de 7,39% para 7,50%
- Janeiro de 2023: de 9,44% para 9,76%
- Janeiro de 2025: de 10,36% para 10,74%
- Janeiro de 2027: de 10,71% para 11,10%
Sem carona
Enquanto os ativos domésticos sucumbem com o peso de mais incertezas fiscais, o exterior vive mais um dia positivo. Ontem os investidores olharam para dados macroeconômicos piores do que o esperado, mas hoje o foco volta a ser a temporada de balanços.
As companhias americanas seguem apresentando resultados acima do esperado, indicando uma recuperação mais robusta no terceiro trimestre, o que leva as bolsas americanas a apresentarem ganhos, o que reflete também na Europa e fez com que os índices asiáticos fechassem em alta durante a madrugada.
Sobe e desce do Ibovespa
Confira as maiores altas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| GETT11 | Getnet units | R$ 9,81 | 27,07% |
| EGIE3 | Engie ON | R$ 38,93 | 0,75% |
| CPLE6 | Copel PN | R$ 6,77 | 0,15% |
| IRBR3 | IRB ON | R$ 5,23 | 0,19% |
Confira as maiores quedas do dia:
| CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
| CIEL3 | Cielo ON | R$ 2,47 | -5,36% |
| CYRE3 | Cyrela ON | R$ 17,27 | -5,16% |
| MRVE3 | MRV ON | R$ 11,84 | -5,13% |
| LWSA3 | Locaweb ON | R$ 21,91 | -4,70% |
| AZUL4 | Azul PN | R$ 32,80 | -4,54% |
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