Ibovespa não sustenta recuperação e opera em queda com o peso dos ruídos fiscais; dólar sobe
A revisão das projeções econômicas do governo pode limitar os ganhos da bolsa hoje, com o exterior operando sem direção

Embora o dia comece com uma recuperação do Ibovespa, o cenário doméstico está longe de ver uma melhora significativa que justifique o movimento de alta. Muito pelo contrário.
Logo pela manhã, a Secretaria de Política Econômica (SPE) revisou negativamente as projeções do governo para os próximos anos, mas os números ainda são mais otimistas do que os esperados pelo mercado.
No exterior, os investidores aguardam a decisão do presidente Joe Biden sobre quem deve ser o próximo comandante do Federal Reserve. Essa é uma decisão que pode influenciar no ritmo de aperto monetário esperado para os próximos anos.
As bolsas em Nova York se firmaram em queda após uma manhã de indefinição e o Ibovespa aproveitou a agenda mais calma para uma correção nos primeiros minutos do pregão. O apetite por risco, no entanto, não se sustentou. Por volta das 17h, o principal índice da bolsa operava em queda de 1,40%, aos 102.939 pontos, acompanhando a desaceleração da alta das empresas de commodities metálicas e a queda de mais de 3% do petróleo.
O presidente americano Joe Biden pediu para que a Comissão Federal de Comércio (FTC) avalie possíveis condutas ilegais das empresas de petróleo e gás e que estariam encarecendo o custo da gasolina para o consumidor.
Pesa por aqui o andamento da PEC dos precatórios no Senado e o desejo do presidente Jair Bolsonaro de dar reajuste para o funcionalismo público. A questão aprofunda a deterioração do saúde fiscal do país. O dólar à vista opera instável e sobe 0,45%, a R$ 5,5371.
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Revisão para baixo
De acordo com a SPE, o governo espera que o PIB cresça 5,30% neste ano, uma queda em relação à última estimativa de alta de 5,10%. Essa projeção está longe das estimativas do mercado, que esperam um avanço na casa de 4,88% das atividades, segundo o Boletim Focus.
Para 2022, mercado e governo discordam mais uma vez. O PIB deve crescer 2,10% contra a última estimativa do governo de avanço 2,50% e distante da alta de 0,93% esperado pelo mercado.
A inflação foi revisada para cima e deve ficar em 9,70% em 2021, frente a última projeção de alta de 7,90%. O mercado espera que o IPCA encerre o ano na casa dos 9,77%.
Compasso de espera
O exterior opera próximo da estabilidade, com os futuros de Nova York e os índices europeus sem direção definida. Os investidores dessas regiões digerem os dados locais de inflação (CPI, em inglês) da Zona do Euro e os embates envolvendo a sucessão da presidência do Federal Reserve.
O presidente dos EUA, Joe Biden, deve decidir quem assumirá o cargo até o final desta semana. O favorito do mercado é sem dúvidas o atual mandatário Jerome Powell, que deve conduzir os planos de tapering, a retirada dos estímulos da economia americana, nos próximos meses.
Por outro lado, outro nome agrada a ala mais liberal do partido Democrata. A também diretora do Federal Reserve, Lael Brainard, é um dos nomes cotados para assumir o posto. Ambos já foram sabatinados por Biden nos últimos dias.
Apesar da dúvida, o presidente americano Joe Biden não está na melhor das posições para agradar apenas o seu partido após a aprovação do pacote de US$ 1 trilhão para infraestrutura. Costurar um apoio à medida com o partido Republicano pode fazer Biden optar por não mexer na gestão do BC, tendo em vista que outro assunto mais urgente exigirá mais trabalho político.
Uma esticadinha no teto
O teto da dívida dos Estados Unidos foi estendido até o dia 15 de dezembro, mas os congressistas já iniciaram um movimento para uma nova suspensão do limite de gastos. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, afirmou que o governo pode ficar sem recursos para a máquina pública até o final do ano.
O partido Republicano concorda com a medida, desde que a aprovação ocorra por um mecanismo unipartidário. Em outras palavras, se as contas públicas saírem do controle, a fatura será endereçada diretamente ao partido Democrata, o que tem gerado tensão no Congresso americano.
Sobe e desce do Ibovespa
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
CASH3 | Meliuz ON | R$ 3,62 | 1,69% |
BBDC4 | Bradesco PN | R$ 20,83 | 0,82% |
ITUB4 | Itaú Unibanco PN | R$ 22,91 | 0,66% |
ALPA4 | Alpargatas PN | R$ 40,64 | 0,40% |
KLBN11 | Klabin units | R$ 23,12 | 0,26% |
Enquanto as ações da Stone despencam em Nova York, os papéis do Banco Inter também desabam por aqui. O movimento é uma reação ao balanço do terceiro trimestre divulgado pela empresa de maquininhas. A companhia viu o seu lucro recuar 50% no período.
O balanço da Eletrobras também não foi bem recebido pelo mercado. Os analistas do BTG Pactual apontam que os resultados nos segmentos de transmissão e geração de energia vieram bons, mas o aumento de quase R$ 9 bilhões nas provisões para pagamento de empréstimos compulsórios pesa sobre os números e merece atenção. Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VAR |
BIDI4 | Banco Inter PN | R$ 13,26 | -7,72% |
BIDI11 | Banco Inter unit | R$ 39,61 | -7,60% |
QUAL3 | Qualicorp ON | R$ 16,91 | -7,09% |
GETT11 | Getnet units | R$ 3,89 | -6,49% |
BPAN4 | Banco Pan PN | R$ 11,24 | -6,10% |
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