Cinco dias depois do fechamento, os investidores do fundo Select Light poderão voltar a fazer pedidos de resgate a partir de segunda-feira, informou a Quatá Investimentos, responsável pela gestão.
O fundo de crédito privado investe a maior parte do patrimônio em debêntures, títulos de dívida emitidos por empresas, e está fechado para saques desde segunda-feira.
A Quatá informou que a decisão foi tomada para preservar o patrimônio dos investidores em meio ao choque nos mercados provocado pelo coronavírus.
Em nota, a gestora afirmou que havia uma grande divergência entre os preços dos ativos na carteira do Select Light em relação aos valores negociados em mercado.
“Após o dia 23, esta defasagem de preço entre os ativos da carteira e os negociados a mercado começou a diminuir, permitindo que a gestora reabrisse o fundo, já que poderá se desfazer dos ativos em condições melhores”, acrescentou.
No fim de fevereiro, o Select Light contava com patrimônio líquido de R$ 103 milhões, dos quais 76% estavam aplicados em debêntures.
O fundo possui aproximadamente mil cotistas e é distribuído em plataformas para investidores de varejo como Ativa, Azimut, Guide, Modal, Órama, Genial e RB, segundo o site da administradora. Pelo regulamento, os pedidos de resgate são pagos em 15 dias.
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O mercado de debêntures vem sofrendo com a falta de liquidez em meio ao choque do coronavírus. Com muito mais vendedores do que compradores, os poucos negócios acabam saindo com taxas mais altas – o que representa uma perda para quem havia adquirido os papéis com taxas menores.
Diante da restrição de liquidez no mercado, o Banco Central anunciou na segunda-feira a liberação de até R$ 91 bilhões em recursos do compulsório para os bancos comprarem debêntures.