Bolsonaristas podem ter lucrado mais de R$ 150 mil com atos antidemocráticos, diz PGR
A suspeita é que parlamentares, empresários e donos de sites bolsonaristas atuariam em conjunto em um “negócio lucrativo” de divulgação de manifestações contra as instituições democráticas
Aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) podem ter lucrado mais de R$ 150 mil com a divulgação de atos antidemocráticos, que pedem o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A suspeita é que parlamentares, empresários e donos de sites bolsonaristas atuariam em conjunto em um "negócio lucrativo" de divulgação de manifestações contra as instituições democráticas. As informações foram obtidas pela CNN Brasil e pela coluna de Lauro Jardim e confirmadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
De acordo com o vice-procurador-geral, Humberto Jacques, dois canais pró-governo no Youtube, Folha Política e Foco do Brasil, podem ter embolsado até R$ 157 mil com transmissões dos discursos de Bolsonaro em protestos recentes.
A arrecadação viria de parcerias, assinaturas, eventuais compras de produtos oferecidos pelos canais e até de anúncios pagos por empresas e órgãos públicos.
"Com o objetivo de lucrar, estes canais, que alcançam um universo de milhões de pessoas, potencializam ao máximo a retórica da distinção amigo-inimigo, dando impulso, assim, a insurgências que acabam efetivamente se materializando na vida real, e alimentando novamente toda a cadeia de mensagens e obtenção de recursos financeiros", diz Jacques em uma das peças do inquérito.
O vice-procurador cita dados de relatórios de uma empresa especializada em análises estatísticas de páginas do YouTube, segundo os quais, a Folha Política, por exemplo, pode ter faturado entre US$ 6 mil e US$ 11 mil com a live do presidente do dia 3 de maio em frente ao Palácio do Planalto.
Já o vídeo da participação de Bolsonaro no ato de 19 de abril, dia do Exército, pode ter rendido ao Foco do Brasil, segundo a PGR, entre US$ 7,55 mil e US$ 18 mil.
A manifestação em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, que pedia intervenção militar e o fechamento do Congresso e do STF, foi o ponto de partida para a abertura do inquérito que apura a organização e o financiamento de manifestações contra a democracia.
Jacques destaca ainda que "há uma escalada em que mensagens apelativas produzem propagação e dinheiro; e a busca por dinheiro gera a necessidade de renovação de bandeiras com grande apelo e propagação".
Na semana passada, mandados de busca e apreensão contra apoiadores do governo foram cumpridos no âmbito na investigação. Além disso, o sigilo bancário de dez deputados e um senador, todos bolsonaristas, foi quebrado.
O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, também determinou que YouTube, Facebook e Instagram prestem informações se as páginas mantidas pelos alvos da operação recebem algum tipo de pagamento por cada postagem.
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