Onde investir em 2020: impressionado com o rali da Bolsa em 2019? Pois saiba que há espaço para mais
Mesmo após um 2019 bastante positivo para a bolsa brasileira, os analistas continuam apostando que o mercado acionário do país tem fôlego para continuar subindo — o que levará o Ibovespa a níveis inéditos
O mercado de ações do Brasil teve um 2019 reluzente: Ibovespa subiu 31,58% no ano, rompendo diversos recordes nos últimos 12 meses — e confirmando as projeções feitas pelo Seu Dinheiro. Bem que o Vinícius Pinheiro falou lá no fim de 2018 que dava pra ficar uns 30% mais rico na bolsa em 2019...
A partir de hoje, o Seu Dinheiro publica uma série de reportagens sobre Onde Investir em 2020. Quem seguiu nossas recomendações no especial de 2019, ganhou dinheiro. Conheça as perspectivas para seis classes de ativos:
- Ações (você está aqui)
- Dólar (disponível em 3/1)
- Renda fixa (disponível em 4/1)
- Imóveis (disponível em 5/1)
- Fundos imobiliários (disponível em 6/1)
- Criptomoedas (disponível em 7/1)
Mas… o que esperar da bolsa brasileira em 2020? Ainda há espaço para valorização, mesmo após os ganhos recentes? Eu conversei com diversos analistas para entender melhor a dinâmica do mercado acionário daqui para frente — e a visão continua positiva.
O entendimento dos especialistas do mercado financeiro é unânime: o Ibovespa continuará subindo em 2020. Para os mais otimistas, o índice tem potencial para avançar até 20% em relação aos níveis atuais.
Toda essa animação se deve à conjuntura cada vez mais favorável para a bolsa. Por aqui, a combinação entre crescimento da economia e taxas de juros em níveis baixos abre espaço para que as ações sigam se valorizando, especialmente as de empresas voltadas ao mercado doméstico.
No exterior, o alívio na guerra comercial afasta os temores de desaceleração da atividade global — e, sem tanta nebulosidade no horizonte, os investidores internacionais tendem a voltar a se expor aos mercados emergentes, como o Brasil.
Leia Também
Antes de analisarmos cada uma das variáveis que poderão mexer com a bolsa brasileira em 2020, eis um resumo rápido dos cenários-base das principais instituições financeiras para o Ibovespa ao fim do ano:
- Itaú BBA: 132 mil pontos (+13%)
- Bradesco BBI: 139 mil pontos (+20%)
- J.P. Morgan: 126 mil pontos (+8,6%)
- Genial Investimentos: 135 mil pontos (+16%)
- BTG Pactual: 130 mil pontos (+12%)
Bases sólidas
No início de 2019, as perspectivas para o mercado brasileiro eram bastante positivas, mas quase todo o otimismo tinha como base o potencial a ser destravado pela economia local.
Caso o PIB voltasse a crescer, caso a reforma da Previdência fosse aprovada, caso o novo governo conseguisse promover uma articulação coesa com o Congresso, caso o exterior ajudasse… aí sim, o Ibovespa poderia subir muito; mas, se essas variáveis não corressem conforme o desejado, o cenário era nebuloso.
Pois bem, grande parte dessas condições foi satisfeita, em maior ou menor grau: a atividade doméstica demorou para engatar, mas começa a ganhar tração; a Previdência sofreu atrasos, mas passou; o governo e o Congresso trocaram farpas, mas continuam dando prosseguimento às pautas econômicas; e, no exterior, EUA e China terminaram o ano com atritos menores.
- Convite especial: Ivan Sant’Anna trouxe uma oportunidade única para você mudar a maneira como investe
Assim, superados os riscos de 2019, a leitura dos analistas é a de que o Ibovespa tende a encontrar um ambiente muito mais tranquilo de agora em diante e, com isso, tem tudo para conquistar níveis ainda mais altos.
O Itaú BBA, por exemplo, enxerga o índice a 132 mil pontos ao fim de 2020 em seu cenário-base, enquanto o Bradesco BBI tem uma visão ainda mais otimista: 139 mil pontos daqui a um ano.
"Num cenário muito negativo [em 2020], a bolsa deve cair pouco. Mas, num cenário com o PIB crescendo 3% — acima do esperado — e com a agenda de reformas caminhando mais rápido, a bolsa poderia dar um retorno de 40%", diz André Carvalho, estrategista de ações para América Latina do Bradesco BBI.
Quanto ao PIB, as expectativas são de aceleração no ritmo de crescimento da economia brasileira. De acordo com as projeções do boletim Focus de 23 de dezembro, o indicador deve subir 1,16% em 2019, saltando para 2,28% em 2020 — em 2021 e 2022, a estimativa é de crescimento de 2,5% ao ano.
A expansão da economia é importante para o mercado acionário por implicar num aumento no lucro das empresas, o que, consequentemente, provoca uma elevação no preço das ações.
Assim, por mais que o Brasil termine 2019 com um desempenho abaixo do esperado — alguns economistas enxergavam o PIB acima de 2% já nesse ano —, o cenário adiante é promissor.
Além disso, há o fator taxa de juros: a Selic passou por sucessivos cortes nos últimos meses, chegando ao patamar atual de 4,5% ao ano — um novo piso histórico. E, em relação a essa variável, há diversas implicações positivas para a bolsa.
"Juros baixos ajudam no crescimento, na alavancagem", diz Emy Shayo, estrategista para a América Latina e Brasil do J.P. Morgan. "Além disso, as pessoas têm que tomar mais riscos nos seus investimentos, sair da renda fixa. Já vimos isso em 2019, e a tendência tende a se aprofundar em 2020".
O J.P. Morgan é a casa mais conservadora entre as consultadas pelo Seu Dinheiro: atualmente, tem como cenário-base o Ibovespa a 126 mil pontos ao fim de 2020. No entanto, Shayo explica que as projeções da instituição funcionam com faixas.
O cenário mais pessimista do J.P. Morgan traz o Ibovespa a 95 mil pontos, enquanto o mais otimista vislumbra 144 mil pontos — e a estrategista explica que, hoje, a casa trabalha com o índice num intervalo entre os cenários base e otimista.
Menos turbulência em Brasília?
Quanto ao cenário político, a avaliação dos especialistas é a de que o noticiário vindo de Brasília tende a ser menos turbulento. A reforma da Previdência, vista como crítica para a política fiscal do país, foi aprovada, o que acalma os ânimos do mercado.
Isso não quer dizer, no entanto, que todos os focos de risco político tenham sido superados. Outras reformas econômicas importantes, como a administrativa e a tributária, ainda estão em fase inicial de debate no Congresso e, por mais que os deputados e senadores tenham se mostrado alinhados com as pautas da equipe de Paulo Guedes, nunca se pode descartar eventuais novos atritos.
Mas, em linhas gerais, a percepção é a de que, dada a complexidade desses temas, o trâmite tende a ser mais lento — o que faz de 2020 uma espécie de "ano de acomodação". Afinal, há eleições municipais pela frente, o que sempre rouba a atenção das principais lideranças políticas no segundo semestre.
Assim, resta ao governo apostar em pautas de aprovação mais simples, como PECs e privatizações — temas que podem dar um gás extra à economia e ao mercado acionário.
Ventos estrangeiros
Considerando o pano de fundo mais favorável visto no front doméstico, os especialistas acreditam que as maiores fontes de instabilidade para o Ibovespa e a bolsa brasileira em 2020 possam vir do exterior. Mas, mesmo lá fora, os ventos parecem menos ameaçadores no momento.
Filipe Villegas, analista da Genial Investimentos, diz que o estado das economias dos EUA, China e Europa é um tema a ser monitorado em 2020, lembrando que os desdobramentos da guerra comercial entre os países e a eleição presidencial americana podem trazer turbulência aos ativos globais.
Mas, apesar dos fatores de alerta que podem vir do exterior, Villegas também está otimista com a bolsa brasileira: a Genial trabalha com um cenário de Ibovespa em 135 mil pontos ao fim de 2020.
"O Brasil tem tudo para ficar na vitrine e chamar a atenção de muitos investidores. Ao olharmos para a América Latina e os mercados emergentes, é o país que se destaca"
Filipe Villegas, analista da Genial Investimentos
Shayo, do J.P. Morgan, também destaca o tema do crescimento econômico global como relevante para o comportamento da bolsa brasileira. Ela destaca que a instituição tem uma visão positiva para a reaceleração da atividade no mundo em 2020, com destaque para os mercados emergentes.
"A questão estrutural é o que diferencia o Brasil, em relação aos outros emergentes. Não há outro lugar que esteja fazendo o trabalho de reformas estruturais que é visto aqui", diz Shayo.
Onde apostar?
Dito tudo isso, os analistas possuem algumas preferências dentro da bolsa. A começar pelas ações de empresas mais ligadas ao mercado doméstico, como as do setor de varejo, consumo e educação, dadas as perspectivas animadoras para a economia brasileira em 2020.
"Dá para olhar para todos os setores domésticos. Ao longo do ano, o mercado vai fazer uma rotação de portfólio", diz Lucas Tambellini, estrategista do Itaú BBA, ressaltando que, ao longo de 2019, a instituição esteve mais posicionada em ações de empresas voltadas ao mercado local — e que a visão segue inalterada.
O Bradesco BBI segue linha semelhante, mas separa a estratégia para a bolsa em alguns grandes temas. O primeiro deles diz respeito à retomada dos investimentos no Brasil, especialmente no lado da construção — e, nesse front, a instituição está otimista com as ações da Gerdau, Duratex, Trisul e Helbor, entre outras.
Empresas de crescimento estável, como a Energisa e outras do setor elétrico, e boas pagadoras de dividendo, como Tenda e Direcional, também estão entre as opções citadas pela casa. Por fim, o tema das privatizações também é relevante, especialmente para a Petrobras.
Shayo, do J.P. Morgan, é outra a apostar nos ativos de empresas cíclicas domésticas, embora não se mostre igualmente empolgada em relação a todos os papéis com essa característica.
"Muito já foi antecipado, principalmente no varejo. Tentamos ver um pouco de oportunidade em outros setores, como bebidas e alimentação, que está muito descontado em relação às médias", diz ela, apontando o segmento de educação como outra boa alternativa.
Por outro lado, as ações de companhias mais expostas ao mercado global — caso das exportadoras de commodities, como Vale, siderúrgicas e Suzano — são vistas com mais cautela.
Afinal, o exterior continua mais turbulento que o cenário doméstico, o que traz maiores riscos aos investimentos nesses ativos, conforme destaca Villegas, da Genial Investimentos.
Ou seja: assim como 2019, há setores que têm tudo para decolar na bolsa brasileira, enquanto outros exigem uma dose maior de prudência. Mas, considerando todas as variáveis, a equação para o Ibovespa e o mercado acionário do país tende a continuar positiva.
Então, se você ficou de fora do rali de 2019, não desanime: ainda há lucros a serem conquistados na bolsa em 2020.
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
O estouro da bolsa brasileira: gestor rebate tese de bolha na IA e vê tecnologia abrindo janela de oportunidade para o Brasil
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, Daniel Popovich, gestor da Franklin Templeton, rebate os temores de bolha nas empresas de inteligência artificial e defende que a nova tecnologia se traduzirá em crescimento de resultados para as empresas e produtividade para as economias
Aura (AURA33): small cap que pode saltar 50% está no pódio das ações para investir em dezembro segundo 9 analistas
Aura Minerals (AURA33) pode quase dobrar a produção; oferece exposição ao ouro; paga dividendos trimestrais consistentes e negocia com forte desconto.
CVM suspende 6 empresas internacionais por irregularidades na oferta de investimentos a brasileiros; veja quais são
Os sites, todos em português, se apresentam como plataformas de negociação em mercados globais, com ativos como moedas estrangeiras, commodities, metais, índices, ETFs, ações, criptoativos e outros
Bolsa perdeu R$ 183 bilhões em um único dia; Itaú Unibanco (ITUB4) teve maiores perdas
Essa é a maior queda desde 22 de fevereiro de 2021, ainda período da pandemia, e veio depois que Flávio Bolsonaro foi confirmado como candidato à presidência pelo PL
Do céu ao inferno: Ibovespa tem a maior queda desde 2021; dólar e juros disparam sob “efeito Flávio Bolsonaro”
Até então, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, era cotado como o mais provável candidato da direita, na avaliação do mercado, embora ele ainda não tivesse anunciado a intenção de concorrer à presidência
Pequenas e poderosas: Itaú BBA escolhe as ações small cap com potencial de saltar até 50% para carteira de dezembro
A Plano & Plano (PLP3) tem espaço para subir até 50,6%; já a Tenda (TEND3) pode ter valorização de 45,7%
Ibovespa sobe 1,65% e rompe os 164 mil pontos em forte sequência de recordes. Até onde o principal índice da bolsa pode chegar?
A política monetária, com o início do ciclo de cortes da Selic, é um dos gatilhos para o Ibovespa manter o sprint em 2026, mas não é o único; calculamos até onde o índice pode chegar e explicamos o que o trouxe até aqui
Ibovespa vai dar um salto de 18% e atingir os 190 mil pontos com eleições e cortes na Selic, segundo o JP Morgan
Os estrategistas reconhecem que o Brasil é um dos poucos mercados emergentes com um nível descontado em relação à média histórica e com o múltiplo de preço sobre lucro muito mais baixo do que os pares emergentes
Empresas listadas já anunciaram R$ 68 bilhões em dividendos do quarto trimestre — e há muito mais por vir; BTG aposta em 8 nomes
Levantamento do banco mostra que 23 empresas já anunciaram valor ordinários e extraordinários antes da nova tributação
Pátria Malls (PMLL11) vai às compras, mas abre mão de parte de um shopping; entenda o impacto no bolso do cotista
Somando as duas transações, o fundo imobiliário deverá ficar com R$ 40,335 milhões em caixa
BTLG11 é destronado, e outros sete FIIs disputam a liderança; confira o ranking dos fundos imobiliários favoritos para dezembro
Os oito bancos e corretoras consultados pelo Seu Dinheiro indicaram três fundos de papel, dois fundos imobiliários multiestratégia e dois FIIs de tijolo
A bolsa não vai parar: Ibovespa sobe 0,41% e renova recorde pelo 2º dia seguido; dólar cai a R$ 5,3133
Vale e Braskem brilham, enquanto em Nova York, a Microsoft e a Nvidia tropeçam e terminam a sessão com perdas
