Expectativa para inflação em 2019 tem sétima alta consecutiva no Boletim Focus
Boletim divulgado pelo BC mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 3,86% para 3,98%
Os economistas do mercado financeiro alteraram pela sétim vez consecutiva a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) o indicador oficial de preços em 2019.
O Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 23, pelo Banco Central, mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 3,86% para 3,98%. Há um mês, estava em 3,46%. A projeção para o índice em 2020 permaneceu em 3,60%. Quatro semanas atrás, estava no mesmo patamar.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2021, que seguiu em 3,75%. No caso de 2022, a expectativa permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,75% e 3,50%, respectivamente.
A projeção dos economistas para a inflação está abaixo do centro da meta de 2019, de 4,25%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto porcentual (índice de 2,75% a 5,75%). Para 2020, a meta é de 4%, com margem de 1,5 ponto (de 2,50% a 5,50%). No caso de 2021, a meta é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%).
No início de dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o IPCA subiu 0,51% em novembro. No ano, a taxa acumulada é de 3,12% e, em 12 meses até novembro, de 3,27%.
Também em dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC atualizou suas projeções para a inflação. Considerando o cenário de mercado, a projeção para o IPCA em 2019 está em 4,0%. No caso de 2020, está em 3,5% e, para 2021, em 3,4%.
Top 5 para inflação
No Focus desta segunda-feira, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2019 foi de 3,95% para 4,13%. Para 2020, a estimativa do Top 5 permaneceu em 3,50%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,50% e 3,55%, nesta ordem.
No caso de 2021, a mediana do IPCA no Top 5 permaneceu em 3,75%, ante 3,70% de um mês atrás. A projeção para 2022 no Top 5 seguiu em 3,63%, ante 3,50% de quatro semanas antes.
Últimos 5 dias
A projeção mediana para o IPCA de 2019 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis foi de 3,92% para 4,15%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 54 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 3,50%.
No caso de 2020, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis foi de 3,60% para 3,59%. Há um mês, estava em 3,57%. A atualização no Focus foi feita por 53 instituições.
A última do ano
Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em dezembro de 2019, de alta de 0,72% para 0,84%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Um mês antes, o porcentual projetado indicava inflação de 0,41%.
Para janeiro, a projeção no Focus foi de alta de 0,40% para 0,38% e, para fevereiro, foi de alta de 0,43% para 0,42%. Há um mês, os porcentuais de alta eram de 0,39% e 0,42%, respectivamente.
E em 12 meses?
No Focus desta segunda-feira, a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 3,89% para 3,84% de uma semana para outra. Há um mês, estava em 3,68%.
PIB para cima
Ainda no Focus, a expectativa de crescimento da economia em 2019 foi de 1,12% para 1,16%. Há quatro semanas, a estimativa de alta era de 0,99%.
Para 2020, o mercado financeiro alterou a previsão de alta do Produto Interno Bruto (PIB), de 2,25% para 2,28%. Quatro semanas atrás, estava em 2,20%.
Na semana passada, o BC atualizou, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), sua projeção para o PIB em 2019, de alta de 0,9% para elevação de 1,2%. No caso de 2020, a projeção passou de 1,8% para 2,2%.
No Focus desta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2019 foi de baixa de 0,71% para recuo de 0,72%. Há um mês, estava em baixa de 0,70%.
No caso de 2020, a estimativa de crescimento da produção industrial seguiu em 2,02%, ante 2,30% de quatro semanas antes.
A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2019 permaneceu em 56,10%. Há um mês, estava em 56,70%. Para 2020, a expectativa foi de 58,00% para 57,90%, ante 58,30% de um mês atrás.
Corte no câmbio
O Focus mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2019. A mediana das expectativas para o câmbio no fim deste ano caiu de R$ 4,15 para R$ 4,10, ante R$ 4,10 de um mês atrás.
Para o próximo ano, a projeção para o câmbio permaneceu em R$ 4,10, ante R$ 4,00 de quatro pesquisas atrás.
Selic estável
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. A mediana das previsões para a Selic no próximo ano seguiu em 4,50% ao ano. Há um mês, estava no mesmo patamar.
Já a projeção para a Selic no fim de 2021 foi de 6,13% para 6,25% ao ano, ante 6,00% de quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 6,50%, igual a um mês antes.
Há duas semanas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortou a Selic em 0,50 ponto porcentual, de 5,00% para 4,50% ao ano.
Foi o quarto corte consecutivo da taxa básica. No comunicado sobre a decisão, o BC não se comprometeu com novos cortes no início de 2020.
"O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária", registrou o BC no comunicado da decisão.
Top 5 para Selic
No grupo dos analistas que mais acertam as projeções de médio prazo no Focus, a mediana da taxa básica em 2020 seguiu em 4,25% ao ano, ante 4,00% de um mês antes.
No caso de 2021, permaneceu em 6,50% ao ano, igual a quatro semanas atrás. A projeção para o fim de 2022 no Top 5 permaneceu em 6,50%. Há um mês, estava no mesmo patamar.
Preços administrados
O Relatório de Mercado Focus indicou alteração na projeção para os preços administrados em 2019. A mediana das previsões do mercado financeiro para o indicador este ano foi de alta de 5,11% para 5,18%.
Para 2020, a mediana passou de alta de 4,00% para 3,94%. Há um mês, o mercado projetava aumento de 5,05% para os preços administrados em 2019 e elevação de 4,00% em 2020.
As projeções atuais do BC para os preços administrados, no cenário de mercado, indicam elevações de 5,1% em 2019 e 3,6% em 2020. Estes porcentuais foram atualizados na ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom).
Superávit comercial
Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para a balança comercial em 2019 de superávit comercial de US$ 43,00 bilhões para US$ 43,25 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 44,60 bilhões. Para 2020, a estimativa de superávit foi de US$ 38,45 bilhões para US$ 39,00 bilhões. Há um mês, estava em US$ 41,00 bilhões.
Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2019 ficará em US$ 39,0 bilhões. No caso de 2020, a expectativa é de saldo positivo de US$ 32,0 bilhões. Estas projeções foram atualizadas no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado na última semana.
No caso da conta corrente, a previsão contida no Focus para 2019 foi de déficit de US$ 47,50 bilhões para US$ 50,00 bilhões, ante US$ 36,75 bilhões de um mês antes. Para 2020, a projeção de rombo foi de US$ 51,00 bilhões para US$ 53,70 bilhões. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 38,00 bilhões.
O BC projeta déficits em conta de US$ 51,1 bilhões em 2019 e de US$ 57,7 bilhões em 2020.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário nos próximos anos. A mediana das previsões para o IDP em 2019 foi de US$ 75,55 bilhões para US$ 76,10 bilhões. Há um mês, estava em US$ 77,00 bilhões. Para 2020, a expectativa seguiu em US$ 80,00 bilhões, igual a um mês antes.
O BC projeta IDP de US$ 80,0 bilhões em 2019 e também em 2020.
IGP-M
O Relatório de Mercado Focus mostrou que a mediana das projeções do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de 2019 passou de 6,03% para 6,58%. Há um mês, estava em 5,41%.
No caso de 2020, o IGP-M projetado foi de alta de 4,17% para 4,18%, ante 4,08% de quatro semanas antes.
Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os Índices Gerais de Preços (IGPs) são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos produtos de atacado, em especial os agrícolas.
*Com Estadão Conteúdo.
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