‘Não vislumbramos nada que seja pior do que agora’, diz CEO da Gol
Diante desse cenário, a Gol cortou a folha de pagamentos pela metade ao reduzir jornadas e criar um programa de licença não remunerada ao qual 38% dos funcionários aderiram.
Com as finanças menos deterioradas que Azul e Latam, a Gol tem trabalhado internamente para atravessar a crise da covid-19. Enquanto a primeira contratou a consultoria Galeazzi para renegociar dívidas e a segunda pediu recuperação judicial nos EUA, a Gol não sentiu necessidade de medidas mais extremas - ainda que tenha visto a receita cair em 90%. "Não conseguimos vislumbrar nada que seja pior do que agora", diz o presidente da empresa, Paulo Kakinoff.
Diante desse cenário, a Gol cortou a folha de pagamentos pela metade ao reduzir jornadas e criar um programa de licença não remunerada ao qual 38% dos funcionários aderiram. Kakinoff, porém, acredita que o pior momento começa a ficar para trás e espera chegar ao fim do ano com demanda entre 65% e 80% do normal. A seguir, trechos da entrevista.
Qual a situação financeira da Gol? Há possibilidade de seguir os passos da Latam?
Como não estamos dando projeções para 2021, continua válido o que já publicamos: temos caixa para, no mínimo, até dezembro. Enxergando a crise em três fases. A primeira começou no pós-carnaval, com queda na Bolsa e dólar disparando. Essa fase vai até a inflexão das medidas de quarentena e, nela, a perspectiva é que a demanda seja dada por clientes que precisam viajar, como profissionais de saúde.
A segunda fase começa com as medidas de relaxamento da quarentena. A gente estima que, nas próximas duas ou três semanas, inicie esse ciclo e que ele vá até o dia em que a sociedade diga que o problema está sob controle. Nessa fase, a demanda deve ser crescente. Estamos falando do mercado doméstico, porque o cenário internacional é pior. Projetamos chegar ao fim do ano com uma demanda entre 65% e 80% do normal, mas tem uma margem de erro importante. A terceira fase tem uma tendência de recuperação relativamente rápida da demanda. Mas aí já estamos falando em 2021.
O pior momento, então, já passou para o setor aéreo?
Leia Também
Não conseguimos vislumbrar nada que seja pior do que agora. A receita caiu para 10% do que era. Neste momento, estamos com 70 voos diários e, para junho, vislumbramos 100. Esses 100 vão representar de 15% a 17% do que era normal. A retomada é gradual e traz um desafio grande para as aéreas. Felizmente, entramos na crise com uma posição robusta.
Nessa fase dois, dadas as medidas de segurança sanitária, as passagens ficarão mais caras e as margens da empresa cairão?
Esses itens podem significar uma pressão adicional de custos, mas tendem a ser em proporção menor que o câmbio e a querosene. Em relação ao vale da crise, o barril de petróleo saiu de US$ 20 para US$ 35 e o câmbio está flutuando entre R$ 5,40 e R$ 5,70. Essa combinação pressiona custos e tende a ter maior impacto na tarifa.
Analistas têm apontado a Gol como a aérea mais forte para se recuperar. A empresa deve sair da pandemia com participação maior de mercado?
O momento é desafiador para todo o setor, inclusive para nós. Em termos relativos, temos uma vantagem comparativa por causa do nosso modelo de negócio: exposição menor ao mercado internacional e um modelo de baixo custo que, em um mercado deprimido, tende a sair fortalecido. Assumindo que haverá a necessidade de uma readequação de frota a um mercado menor, nossos custos para readequação são menores também. Operamos um avião com mais liquidez. Esses itens têm apontado uma posição mais robusta da companhia neste momento e consequentemente uma probabilidade maior de êxito.
No vídeo da reunião interministerial que se tornou público, o ministro Paulo Guedes disse que não haveria ajuda para aéreas. Como viu essa afirmação? O socorro do BNDES é suficiente?
Não tenho conhecimento de nenhum statement (declaração) governamental que seja diferente da estruturação da linha do BNDES. Temos falado com o governo de pautas concretas. A primeira é a possibilidade de venda antecipada de bilhetes para o governo, que não sabemos se será viabilizada. A segunda é a linha do BNDES. Em nenhum momento, colocamos o empréstimo do BNDES como condição de sobrevivência para a companhia. Poderá vir a ser uma necessidade em função de variáveis imprevisíveis neste momento.
Como vê o mercado doméstico pós-pandemia? O governo queria a entrada de novas empresas no País. Há possibilidade de que agora elas entrem por aquisições?
O setor terá um apetite menor para aquisições e investimentos. A aviação mundial foi afetada em liquidez. Deverá haver mudanças importante nos players (empresas) em relação ao pré-covid: empresas falindo, empresas que vão se juntar e empresas que vão recuar no tamanho. Mas não vejo investimentos em novos mercados ou aquisição. Haverá movimentos como esses, mas pontuais.
Pode ter quebra no Brasil?
Dada a imprevisibilidade da crise, sim, pode. Mas não acho que vá acontecer.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e Estadão Conteúdo.
Ordinários sim, extraordinários não: Petrobras (PETR4) prevê dividendos de até US$ 50 bilhões e investimento de US$ 109 bilhões em 5 anos
A estatal destinou US$ 78 bilhões para Exploração e Produção (E&P), valor US$ 1 bilhão superior ao do plano vigente (2025-2029); o segmento é considerado crucial para a petroleira
Vale (VALE3) e Itaú (ITUB4) pagarão dividendos e JCP bilionários aos acionistas; confira prazos e quem pode receber
O banco pagará um total de R$ 23,4 bilhões em proventos aos acionistas; enquanto a mineradora distribui R$ 3,58 por ação
Embraer (EMBJ3) pede truco: brasileira diz que pode rever investimentos nos EUA se Trump não zerar tarifas
A companhia havia anunciado em outubro um investimento de R$ 376 milhões no Texas — montante que faz parte dos US$ 500 milhões previstos para os próximos cinco anos e revelados em setembro
A Rede D’Or (RDOR3) pode mais: Itaú BBA projeta potencial de valorização de mais de 20% para as ações
O preço-alvo passou de R$ 51 para R$ 58 ao final de 2026; saiba o que o banco vê no caminho da empresa do setor de saúde
Para virar a página e deixar escândalos para trás, Reag Investimentos muda de nome e de ticker na B3
A reestruturação busca afastar a imagem da marca, que é considerada uma das maiores gestoras do país, das polêmicas recentes e dos holofotes do mercado
BRB ganha novo presidente: Banco Central aprova Nelson Souza para o cargo; ações chegam a subir mais de 7%
O então presidente do banco, Paulo Henrique Costa, foi afastado pela Justiça Federal em meio a investigações da Operação Compliance Zero
Raízen (RAIZ4) perde grau de investimento e é rebaixada para Ba1 pela Moody’s — e mais cortes podem vir por aí
A agência de classificação de risco avaliou que o atual nível da dívida da Raízen impõe restrições significativas ao negócio e compromete a geração de caixa
Dividendos robustos e corte de custos: o futuro da Allos (ALOS3) na visão do BTG Pactual
Em relatório, o banco destacou que a companhia tem adotado cautela ao considerar novos investimentos, na busca por manter a alavancagem sob controle
Mercado torce o nariz para Casas Bahia (BHIA3): ações derretem mais de 20% com aumento de capital e reperfilamento de dívidas
Apesar da forte queda das ações – que aconteceu com os investidores de olho em uma diluição das posições –, os analistas consideraram os anúncios positivos
Oncoclínicas (ONCO3): grupo de acionistas quer destituir conselho; entenda
O pedido foi apresentado por três fundos geridos pela Latache — Latache IV, Nova Almeida e Latache MHF I — que, juntos, representam cerca de 14,6% do capital social da companhia
Por que o Itaú BBA acredita que a JBS (JBSS32) ainda pode mais? Banco elevou o preço-alvo e vê alta de 36% mesmo com incertezas no horizonte
Para os analistas Gustavo Troyano, Bruno Tomazetto e Ryu Matsuyama, a tese de investimento permanece praticamente inalterada e o processo de listagem nos EUA segue como um potencial catalisador
Black Friday 99Pay e PicPay: R$ 70 milhões em recompensas, até 250% do CDI e descontos de até 60%; veja quem entrega mais vantagens ao consumidor
Apps oferecem recompensas, viagens com cashback, cupons de até R$ 8 mil e descontos de 60% na temporada de descontos
Uma pechincha na bolsa? Bradesco BBI reitera compra de small cap e calcula ganho de 167%
O banco reiterou recomendação de compra para a companhia, que atua no segmento de logística, e definiu preço-alvo de R$ 15,00
Embraer (EMBJ3) recebe R$ 1 bilhão do BNDES para aumentar exportações de jatos comerciais
Financiamento fortalece a expansão da fabricante, que prevê aumento nas entregas e vive fase de demanda recorde
Raízen (RAIZ4): membros do conselho renunciam no meio do mandato; vagas serão ocupadas por indicados de Shell e Cosan
Um dos membros já havia deixado cargo de diretor vice-presidente financeiro e de relações com investidores da Cosan
A hora da Localiza (RENT3) chegou? O que levou mais esse banco a retomar o otimismo com as ações
Depois de o Itaú BBA ter melhorado projeções para a locadora de veículos, agora é a vez de o BTG Pactual reavaliar o desempenho da companhia
Executivos da empresa que Master usou para captar R$ 12,2 bilhões do BRB também foram sócios em fintech suspensa do Pix após ataque hacker, diz PF
Nenhum dos dois executivos da Tirreno, empresa de fachada usada pelo Master, estavam na Nuoro quanto esta foi suspeita de receber dinheiro desviado de golpe bilionário do Pix
Americanas (AMER3) aceita nova proposta da BandUP! para a venda da Uni.Co, dona da Imaginarium e Pucket; entenda o que falta para a operação sair do papel
A nova oferta conta com os mesmos termos e condições da proposta inicial, porém foi incluído uma provisão para refletir novas condições do edital de processo competitivo
Vale tudo pelos dividendos da Petrobras (PETR4)? O que esperar do plano estratégico em ano de eleição e petróleo em queda
A estatal está programada para apresentar nesta quinta-feira (27) o novo plano de negócios para os próximos cinco anos; o Seu Dinheiro foi atrás de pistas para contar para você o que deve ser divulgado ao mercado
Lula mira expansão da Petrobras (PETR4) e sugere perfuração de gás em Moçambique
O presidente afirmou que o país africano tem muito gás natural, mas não tem expertise para a extração — algo que a Petrobras pode oferecer