Quatro cancelamentos e um adiamento. Será que o bonde dos IPOs na B3 passou?
A dúvida começou a rondar a cabeça dos investidores com a piora dos mercados que levou o Ibovespa a cair quase 10% nos últimos dois meses
 
					A janela para novas ofertas de ações fechou? A dúvida começou a rondar a cabeça dos investidores com a piora dos mercados que levou o Ibovespa a cair quase 10% nos últimos dois meses.
Desde agosto, quatro ofertas públicas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) ficaram pelo caminho: BR Partners, Caixa Seguridade, Compass e You Inc. Além delas, a construtora Pacaembu adiou para 29 de outubro a data de precificação de sua oferta que estava prevista para esta semana.
Outras empresas reavaliam os planos de debutar na bolsa com a piora da percepção dos investidores sobre a situação fiscal do país. Mas será que o bonde dos IPOs passou ou ainda dá para pegar um deles na "Estação B3"?
Ano perdido (só que não)
Depois de um ano que parecia perdido com o estrago provocado pela pandemia do coronavírus, a rápida recuperação da bolsa animou as empresas brasileiras a retomarem seus planos para captar recursos no mercado de capitais.
Levantamento feito pela XP Investimentos mostra que, desde o início do ano, 16 companhias estrearam na bolsa, movimentando mais de R$ 10 bilhões em seus IPOs. Até sexta-feira (2), 41 empresas estavam na fila da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para abrir o capital.
Mantido esse ritmo, 2020 pode se aproximar do recorde estabelecido em 2007, quando a bolsa registrou 64 IPOs, que somaram R$ 55,6 bilhões à época, de acordo com a XP.
Leia Também
O fato de os juros estarem no menor patamar da história está incentivando muitas empresas a abrir capital e outras, que já tem ações negociadas, a realizar ofertas subsequentes, conhecidos como “follow-on”, em busca de recursos.
O movimento é animador e positivo para o desenvolvimento do nosso mercado acionário. O Brasil ainda tem poucas empresas com ações listadas na bolsa – 429, contra cerca de 2 mil na Inglaterra e 5 mil nos Estados Unidos.
Mas a recente volatilidade nos mercados acionários parece ter reduzido o ímpeto de muitos interessados nesse tipo de operações. O sinal de alerta acendeu quando quatro companhias decidiram suspender suas ofertas:
Caixa Seguridade
Braço de seguros e previdência da Caixa Econômica Federal, a Caixa Seguridade anunciou a interrupção de seu IPO em 24 de setembro. A oferta era secundária, envolvendo apenas a venda da participação que o banco estatal tem na companhia.
A decisão foi, talvez, uma das mais sentidas pelo mercado. Se tivesse ido em frente, teria sido o maior IPO até o momento de 2020, movimentando cerca de R$ 10 bilhões ou mais.
Compass
Subsidiária da Cosan no segmento de gás, a Compass teve seu IPO cancelado no dia 28 de setembro. A oferta somaria em torno de R$ 4,4 bilhões.
A operação foi anunciada como parte do processo de reestruturação societária da Cosan, considerada por analistas como muito confusa. Com a abertura do capital, os investidores poderiam ter acesso direto a um dos principais negócios do grupo e as ações da Cosan poderiam ser mais bem avaliadas.
BR Partners
O banco de investimentos BR Partners decidiu cancelar a sua listagem no dia 23 de setembro, também citando as atuais condições do mercado. A projeção era de levantar até R$ 885,8 milhões.
Se fosse levado adiante, o BR Partners seria o segundo banco de investimento listado na B3. O primeiro foi o BTG Pactual, que realizou seu IPO em 2012.
You Inc
A incorporadora You Inc desistiu um pouco antes de seu IPO, em agosto. Na ocasião, ela informou que os pedidos de reserva já haviam superado o valor de R$ 489 milhões.
Ela protocolou o pedido de registro para sua oferta em 2 de março. Na época, a empresa havia divulgado que os recursos da operação primária seriam utilizados em projetos em estágio avançado de desenvolvimento para incremento do volume de lançamentos.
Ruído ou tendência?
Para analistas ouvidos pelo Seu Dinheiro, outras empresas podem ficar de fora, mas o bonde das ofertas ainda não passou. “O momento do mercado ajuda ou atrapalha muito o IPO, mas o ponto principal é que isso é ruído”, afirma Frederico Sampaio, diretor de renda variável da Franklin Templeton. “Uma empresa boa não vai ter problemas em realizar um IPO. Para ativos bons, eu não vejo dificuldades de listar ações.”
Os casos de Caixa Seguridade, Compass e BR Partners mostram claramente que elas estão interessadas em continuar, mas não querem lançar a qualquer preço.
O que ocorre é que a atual volatilidade dos mercados está levando os investidores a pedir que as companhias reduzam o piso da faixa de preço inicial das suas ações, algo que muitas não estão dispostas a fazer, para não perderem dinheiro.
“A lista de operações de ações e fundos imobiliários segue aquecida e deve continuar assim”, diz Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.
Para ele, a perspectiva de que os juros permanecerão baixos por muito tempo estimula as empresas lançarem ofertas e os investidores buscarem essas operações em busca de rentabilidade, uma vez que a renda fixa já não é mais uma opção atraente. “Com juros baixos, não tem para onde correr”, afirma Galdi.
Algumas empresas estão conseguindo emplacar ofertas, mesmo diante das dificuldades do momento. O mais recente exemplo é do birô de crédito Boa Vista, que levantou R$ 2,17 bilhões com seu IPO em 29 de setembro, estabelecendo o preço das ações no centro da faixa indicativa.
Ou seja, não dá para colocar tudo nas costas nas condições do mercado. Para empresas consideradas atrativas para o mercado, sempre vai haver um bonde passando.
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP

 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					 
					