BR Distribuidora, Azul e CVC divulgam balanços na semana; confira o que esperar
Na sétima semana de divulgação de resultados anuais, a BR Distribuidora demonstra o estado consolidado de seus negócios como, enfim, uma empresa privatizada

A disseminação do coronavírus e seus impactos sobre a economia global seguem concentrando as atenções do mercado financeiro. Mas a agenda de divulgação dos balanços das empresas de capital aberto não para e também movimenta os negócios nesta semana.
Entre as empresas cujas ações fazem parte do Ibovespa, um dos destaques é a agora privatizada BR Distribuidora, que divulga o balanço na quarta-feira, após o fechamento dos mercados.
No dia seguinte, será a vez da Azul revelar os números de seu “ano de ouro”, antes do início dos negócios na B3. Os resultados da empresa aérea, contudo, devem movimentar pouco os negócios com as ações, que sentem os efeitos da forte alta do dólar e do surto do coronavírus.
A operadora de viagens CVC é outra empresa a sofrer no atual cenário de mercado. Mas a companhia tem problemas próprios para resolver depois da admissão de erros nos balanços. A empresa também reporta seus números na quinta-feira, mas após o pregão.
Confira abaixo as outras 5 companhias que divulgarão seus resultados:

O ano da privatização
Como já dissemos, a BR Distribuidora é a protagonista desta bateria de balanços. A distribuidora deverá registrar queda de 25,8% no lucro líquido ajustado de 2019, de acordo com projeções dos analistas compiladas pela Bloomberg.
Leia Também
Mas o grande destaque da distribuidora de combustíveis no ano passado não veio dos balanços, mas da venda das ações que pertenciam à Petrobras em uma oferta na bolsa que, na prática, resultou na privatização da companhia.
Com a venda dos papéis, a Petrobras reduziu participação no capital da BR Distribuidora de 71% para 37,5%. A operação pulverizou o controle acionário, inaugurando um modelo nunca antes visto no mercado brasileiro: o de empresa privada com capital dividido tendo uma estatal, a Petrobras no caso, como sócio maior.
De qualquer forma, o presidente da petroleira, Roberto Castello Branco, já disse que a ideia é fazer uma nova oferta pública dos papéis ainda detidos pela petroleira.
Em 2019, a BR teve ainda outras novidades. Assinou acordo de viabilidade de parceria com a Lojas Americanas na BR Mania, expandiu-se tanto no setor de biocombustíveis, ao lançar um produto de etanol aditivado, e criou uma solução de pagamentos, ao fazer um cartão voltado principalmente a motorista de cargas autônomos, tendo em vista as oscilações no preço do óleo diesel.
Além disso, o presidente da empresa, Rafael Grisolia, disse em agosto que a BR pretende criar uma empresa no segmento de etanol.
Projeções para a BR Distribuidora em 2019:
- Lucro líquido: R$ 2,363 bilhões ( ↓ 25,8%)
- Ebitda: R$ 2,702 bilhões ( ↑ 5,6%)
- Receita líquida: R$ 95,643 bilhões ( ↓ -2,2%)
(Quase) tudo Azul
Chegou a hora de mostrar se ficou tudo azul nos negócios da companhia aérea durante o chamado "ano de ouro" da empresa. Uma das grandes notícias de 2019 para a Azul foi a inclusão de seus papéis na composição da carteira do Ibovespa, em maio.
A aérea saiu beneficiada da falência da Avianca, cujos slots foram abocanhados no aeroporto de Congonhas. A Azul recebeu 15 horários de pousos e decolagens com a redistribuição dos slots. Além disso, passou a operar na ponte aérea Rio de Janeiro-São Paulo, referido como o "filé mignon" da aviação brasileira.
A projeção dos analistas é que o lucro líquido ajustado da companhia tenha crescido mais de 50% e o Ebitda triplicado no último ano.
Apesar da evolução dos números, as ações da Azul devem seguir à mercê dos desdobramentos da epidemia de coronavírus. Os papéis acumulam forte queda de 33,63% neste ano.
Projeções para a Azul em 2019:
- Lucro líquido: R$ 638,400 milhões ( ↑ 51,9%)
- Ebitda: R$ 3,618 bilhões ( ↑ 219,2%)
- Receita líquida: R$ 11,551 bilhões ( ↑ 25,5%)
Uma viagem turbulenta
Uma empresa cujo estado dos negócios interessa muito aos investidores neste momento é a CVC Brasil, que sofreu muito nos últimos dias. E não foi só culpa do coronavírus.
A empresa divulgou na semana passada a existência de distorções contábeis em seus balanços entre os anos 2015 e 2019. Os erros podem ter um impacto de cerca de R$ 250 milhões sobre a linha das receitas líquidas — ou cerca de 4% do total apurado no período.
Na semana retrasada, o papel da companhia já tinha se desvalorizado 30%, em meio à disseminação do vírus. Isto porque, com a dimensão global do surto, a preocupação de investidores é que haja uma queda na demanda por viagens, sem mencionar o dólar cotado a níveis recordes.
Em 2019, a falência da Avianca também pesou no balanço da empresa de viagens. No 3º trimestre, a CVC teve que despender R$ 45 milhões para lidar com os cancelamentos de voos da companhia aérea que quebrou no ano passado. No geral, os analistas projetam redução no lucro, Ebitda e receita líquida da CVC na comparação com 2018.
Além de mais explicações sobre os problemas no balanço, os investidores esperam pela participação nas teleconferências de resultado de Leonel Andrade, ex-presidente da Smiles e que acaba de assumir o comando da companhia.
Projeções para a CVC em 2019:
- Lucro líquido: R$ 258 milhões ( ↓ 11,7%)
- Ebitda: R$ 651,143 milhões ( ↓ 9,8%)
- Receita líquida: R$ 1,730 bilhão ( ↑ 2,2%)
Confira as estimativas para as outras empresas que registram seus balanços nesta semana:

Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025
O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos
Mobly (MBLY3) expõe gasto ‘oculto’ da Tok&Stok: R$ 5,2 milhões para bancar plano de saúde da família fundadora — que agora tem cinco dias para devolver o dinheiro
Em comunicado, a Mobly destaca que os pagamentos representam mau uso de recursos da companhia, conflito de interesses e violação da governança corporativa
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Como fica a bolsa no feriado? Confira o que abre e fecha na Sexta-feira Santa e no Dia de Tiradentes
Fim de semana se une à data religiosa e ao feriado em homenagem ao herói da Inconfidência Mineira para desacelerar o ritmo intenso que tem marcado o mercado financeiro nos últimos dias
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
Fim da linha para a Vale (VALE3)? Por que o BB BI deixou de recomendar a compra das ações e cortou o preço-alvo
O braço de investimentos do Banco do Brasil vai na contramão da maioria das indicações para o papel da mineradora
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Como declarar ações no imposto de renda 2025
Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025
As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR
Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem
Depois de derreter mais de 90% na bolsa, Espaçolaser (ESPA3) diz que virada chegou e aposta em mudança de fornecedor em nova estratégia
Em seu primeiro Investor Day no cargo, o CFO e diretor de RI Fabio Itikawa reforça resultados do 4T24 como ponto de virada e divulga plano de troca de fornecedor para reduzir custos
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25