O Banco do Brasil registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,311 bilhões no segundo trimestre, queda de 25,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com os três primeiros meses de 2020, a redução foi de 2,5%.
O resultado ficou abaixo da projeção média dos analistas, que apontava para um lucro de R$ 3,574 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg.
O lucro do Banco do Brasil foi afetado não só pelo efeito coronavírus, mas por uma baixa contábil (impairment) de R$ 1,3 bilhão, um aumento de mais de três vezes em relação ao segundo trimestre do ano passado.
A perda foi provocada por operações realizadas com grandes empresas que já eram classificadas como ativos problemáticos, segundo o BB.
Esse é o último balanço do Banco do Brasil na gestão de Rubem Novaes, que pediu para sair do cargo no mês passado. Ele deve ser substituído por André Brandão, do HSBC.
A queda do lucro derrubou a rentabilidade do BB para 11,9%. No mesmo período do ano passado, o retorno sobre o patrimônio líquido do banco foi de 17,6% e no primeiro trimestre, de 12,5%.
Provisões para coronavírus
Incluindo a baixa contábil, as despesas do Banco do Brasil com provisões para perdas no crédito somaram R$ 5,9 bilhões, um aumento de 42,4% em relação ao segundo trimestre de 2019 e de 6,6% frente aos três primeiros meses deste ano.
O BB fez mais R$ 2,1 bilhões para provisões para perdas potenciais com o aumento da inadimplência esperado pelos efeitos da pandemia do coronavírus na economia neste trimestre. No balanço de janeiro a março, a instituição já havia reforçado as provisões em R$ 2 bilhões.
Crédito e inadimplência
A carteira de crédito do Banco do Brasil atingiu R$ 721,6 bilhões no segundo trimestre, alta de 5,1% em 12 meses e praticamente estável na comparação com o saldo do fim de março.
Assim como aconteceu com os concorrentes privados, o índice de inadimplência do BB registrou queda de 3,17% para 2,84% no trimestre. Há 12 meses, o índice de atrasos acima de 90 dias na carteira do banco estava em 3,25%.
A margem financeira, que inclui as receitas com a concessão de crédito menos os custos de captação, aumentou 8,2% em relação ao segundo trimestre do ano passado, para R$ 14,5 bilhões.
Tarifas e despesas
A parada da economia no segundo trimestre em consequência da pandemia do coronavírus afetou as receitas do Banco do Brasil com tarifas e prestação de serviços, que recuaram 6,4% frente aos meses de abril a junho do ano passado, para R$ 7 bilhões.
Na mesma base de comparação, as despesas administrativas avançaram 2,6%, para R$ 7,8 bilhões.
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