B3, Cosan, Suzano, JBS e mais de 20 empresas do Ibovespa divulgam resultados; veja o que esperar
Efeitos da crise do coronavírus devem se manifestar de formas diferentes nos balanços das gigantes da bolsa previstos para esta semana
A temporada de balanços corporativos do segundo trimestre de 2020 chega em sua semana decisiva. Em épocas normais, o prazo legal para a divulgação dos resultados terminaria no dia 15 de agosto. Mas diante doe efeitos da pandemia do coronavírus a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) prorrogou o prazo até o fim do mês.
Isso não significa que a semana não reserva resultados importantes para o mercado. Muito pelo contrário. Mais de 20 empresas que fazem parte do Ibovespa programaram a divulgação dos balanços para os próximos dias.
Além dos destaques da semana — Cosan, B3, JBS e Suzano — as varejistas prometem um show à parte e também agitam a B3 nesta semana. Ainda nesta semana você confere aqui no Seu Dinheiro o que esperar para os balanços das empresas do setor.
Essa é uma temporada atípica, já que o segundo trimestre de 2020 deve trazer os piores impactos do coronavírus na operação e resultados das empresas. Embora os números dos primeiros três meses do ano já tenham trazido uma 'prévia' do rastro de destruição deixado pelo vírus, essa é a primeira janela de tempo totalmente impactada pela pandemia.
Cosan: impacto em todas as frentes
A Cosan, companhia que atua no setor de energia e controla empresas como a Comgás, Raízen e Rumo, divulga o resultado do segundo trimestre nesta segunda-feira (10), após o fechamento do mercado.
O grupo cancelou as suas projeções para o ano de 2020 em razão da grande incerteza em torno das consequências da pandemia do coronavírus nas operações. Ainda assim a companhia tem tido um bom desempenho na bolsa, acumulando uma alta superior a 28% no ano.
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No primeiro trimestre do ano, a Cosan apresentou queda de 74,2% no lucro, a R$ 102,2 milhões. A receita líquida foi de R$ 18,285 bilhões, uma alta de 21,1%. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,769 bilhão, alta de 21,1%.
A expectativa do Credit Suisse é que a companhia tenha todos as suas frentes de atuação impactadas pela pandemia e apresente um balanço fraco.
Mas as ações das empresas do grupo Cosan têm se movimentado por razões que vão além dos números do balanço. No mês passado, a companhia anunciou um amplo projeto de reestruturação corporativa
A operação tornará a Cosan S.A em uma holding única, incorporando a Cosan Limited (CZZ) e a Cosan Logística, controladora da Rumo. Você pode conferir os detalhes da mudança nesta matéria. Para o UBS, a proposta deve dissolver a complexidade operacional que reduz o valor de mercado das empresas controladas pela companhia.
No apagar das luzes do mês de julho, a empresa entrou com um pedido de registro para a realização de uma oferta pública de ações da Compass Gás e Energia e a adesão da controlada ao Novo Mercado da B3. Confira a projeção dos analistas para os resultados da Cosan, de acordo com dados da Bloomberg:
- Lucro líquido: R$ 128 milhões (↓69,5%)
- Receita líquida: R$ 15,177 bilhões (↑354%)
- Ebitda: R$ 958 milhões (↑25,1%)
B3: Cada vez mais popular
As seguidas quedas da taxa básica de juros para as mínimas históricas tem, desde o ano passado, intensificado o fluxo de pessoas físicas para o mercado de capitais.
Nem mesmo a pandemia e a crise foram suficientes para afastar os investidores da bolsa de valores. Segundo dados de maio, a B3 ultrapassou a marca de 2 milhões de CPFs cadastrados na bolsa, o que deve engrossar o volume negociado pela companhia.
Em relatório recente, o Goldman Sachs classificou a companhia como uma das empresas que mais se beneficiam da tendência de migração para o mercado de capitais. Mas ponderou que a “avaliação atual da empresa limita o potencial de novas altas” das ações.
No primeiro trimestre do ano, a B3 teve lucro líquido de R$ 1,02 bilhão no primeiro trimestre de 2020, alta de 69,1%. A receita líquida foi de R$ 1,91 bilhão, avanço de 38%. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 1,569 bilhão, alta de 61,6%.
Além do fluxo de pessoas ingressando na bolsa, com o pior da crise ficando para trás, a B3 deve se beneficiar da retomada das ofertas de ações que haviam sido abandonadas no pico da crise, com um calendário cheio para os próximos meses.
O resultado será divulgado na próxima quinta-feira (13), após o fechamento do mercado. Confira as projeções dos analistas para o resultado, segundo a Bloomberg:
- Lucro líquido: R$ 1,09 bilhão (↑67,2%)
- Receita líquida: R$ 1,89 bilhão (↑33,1%)
- Ebitda: R$ 1,4 bilhão (↑45,8%)
JBS: retomada à vista
Os números da JBS, maior processadora de carnes do mundo, devem refletir uma recuperação do setor de proteínas como um todo, mesmo com o fechamento de unidades frigoríficas no Brasil devido ao surto de coronavírus observado nos últimos meses. Além da recuperação do volume exportado, a demanda doméstica também volta a se recuperar.
O Credit Suisse espera que a companhia apresente um dos melhores trimestres da sua história. Segundo avaliação da Ativa Investimentos, a companhia tem conseguido compensar a demanda mais fraca de bares e restaurantes com um aumento no volume de vendas para o varejo.
A XP Investimentos destaca que a diversificação do portfólio da companhia a coloca em grande vantagem competitiva com relação aos seus pares, o que permite um melhor enfrentamento de crises como a do coronavírus.
No primeiro trimestre do ano, já fortemente impactada pelo coronavírus e a queda da demanda asiática, a JBS teve um prejuízo de R$ 5,9 bilhões, queda de 603% com relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida foi de R$ 56,6 bilhões, alta de 27,3%. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve um aumento de 22,6%, a R$ 3,9 bilhões.
Confira agora as projeções para os números do segundo trimestre, que serão divulgados na quinta-feira (13), após o fechamento do mercado, de acordo com a Bloomberg:
- Lucro líquido: R$ 1,61 bilhões (↓26%)
- Receita líquida: R$ 1,89 bilhões (↑32,8%)
- Ebitda: R$ 1,4 bilhões (↑38,5%)
Suzano: dólar ajuda vendas, mas pesa na dívida
O balanço da Suzano deve seguir refletindo a queda da demanda por celulose dos últimos meses, mas com a reabertura econômica - com escolas e escritórios voltando a funcionar -, a empresa deve apresentar números melhores do que os vistos no primeiro trimestre.
Nos primeiros três meses do ano, a Suzano registrou prejuízo de R$ 13,4 bilhões. A receita líquida teve alta de 22%, indo a R$ 6,89 bilhões. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve um aumento de 10%, a R$ 3,03 bilhões.
A XP Investimentos destaca a recuperação observada no valor da celulose, após queda expressiva no ano anterior. Além disso, também existe grande expectativa pela recuperação das margens dos fabricantes de papel na China e o efeito do câmbio nos números da companhia, já que a desvalorização do real frente ao dólar observada nos últimos meses também tende a favorecer os resultados das exportadoras como a Suzano e deve ter impacto nas suas receitas.
Por outro lado, o dólar acaba pesando na dívida da produtora de papel e celulose, por isso a Suzano deve mais uma vez registrar um forte prejuízo, de acordo com as projeções. Mas vale lembrar que esse resultado negativo não tem efeito no caixa da companhia.
O resultado da Suzano será divulgado na próxima quinta-feira (13), após o fechamento do mercado. Confira a seguir as estimativas dos analistas compiladas pela Bloomberg:
- Prejuízo líquido: R$ 3,15 bilhões
- Receita líquida: R$ 7,256 bilhões (↑8,9%)
- Ebitda: R$ 3,4 bilhões (↑12,5%)
Calendário
Se você quiser conferir o desempenho das empresas do Ibovespa que divulgaram os seus resultados até agora, o Seu Dinheiro reuniu todos eles em um só lugar. Basta você clicar aqui.
Confira a agenda completa das empresas do Ibovespa para os próximos dias.

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