Crise gera profunda insatisfação de empresários com situação financeira, diz CNI
Crise fez com que empresários passassem a mostrar profunda insatisfação com a situação financeira e a margem de lucro de seus negócios no 1T, diz CNI

A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus fez com que os empresários passassem a mostrar profunda insatisfação com a situação financeira e a margem de lucro operacional de seus negócios no primeiro trimestre do ano. É o que aponta a pesquisa Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta terça-feira pela entidade. O índice de satisfação financeira ficou em 41,4 pontos, com recuo de 8,6 pontos em relação ao quarto trimestre de 2019, e de 3,9 pontos comparado ao mesmo período do ano passado.
"O índice havia alcançado 50 pontos no último trimestre de 2019 - o que não acontecia desde o quarto trimestre de 2012. A queda é a maior registrada entre dois trimestres consecutivos e levou o índice para o menor valor desde o segundo trimestre de 2016, no auge da crise econômica anterior", aponta a CNI.
O índice de satisfação com a margem de lucro operacional, que ficou em 37,2 pontos para os primeiros três meses do ano, também teve grande redução. Em relação ao quarto trimestre de 2019, perdeu igualmente 8,6 pontos. Segundo a entidade, com a queda, o índice passou a registrar a maior insatisfação com as margens de lucro desde o 3º trimestre de 2016.
Se tornou mais difícil também o acesso ao crédito, segundo os entrevistados na pesquisa. O índice, que vinha melhorando, recuou 9,4 pontos em relação ao último trimestre de 2019. O dado foi de 43,2 pontos para 33,8. No primeiro trimestre do ano passado, o índice estava em 38,7 pontos.
Para a CNI, as principais dificuldades enfrentadas no primeiro trimestre de 2020 deixaram explícitos os desafios da pandemia, uma vez que a falta de demanda assumiu a primeira posição no ranking dos principais problemas, tomando o posto da elevada carga tributária. A assinalação dos empresários para o índice de demanda interna insuficiente passou de 29,6% do último trimestre de 2019 para 35,8%.
"O último trimestre - e único até então, na nova série - em que a elevada carga tributária não liderou o ranking de principais problemas foi no primeiro trimestre de 2015", indicou a CNI. Depois da carga tributária, o terceiro lugar do ranking ficou com a taxa de câmbio, com 28,9% das assinalações dos empresários. Foi uma alta de 12,2 pontos porcentuais na comparação com o último trimestre de 2019. "A elevada instabilidade da taxa de câmbio e desvalorização da moeda brasileira explicam tal crescimento", diz.
Leia Também
Pandemia ainda afeta oferta e custo de matérias-primas, afirma CNI
Problemas com o fornecimento de algumas matérias-primas vindas principalmente da China em razão do novo coronavírus também foram identificadas na pesquisa, já que a falta ou alto custo desses materiais ficaram na quarta posição do ranking, com 20,2% de assinalações. "Também como resultado da crise, verifica-se um crescimento nas assinalações em inadimplência dos clientes e falta de capital de giro, na quinta e sexta posições do ranking", afirma a entidade.
Diante do cenário, o pessimismo também aumentou entre os empresários. Todos os índices apresentaram recuo, sendo que a expectativa de demanda teve o maior "abalo", com uma queda de 26,9 pontos. "Os números de abril de 2020 representam o patamar mais baixo atingido por todos os indicadores desde o início de suas respectivas séries históricas, iniciadas em abril de 2007 para as séries de expectativa de demanda, de compras de matérias-primas e de números de empregados, e em fevereiro de 2010 para a série de expectativa de quantidade exportada", aponta a CNI.
O cenário de queda também é percebido na intenção de investir, que foi de 58,3 pontos de março para 36,7 pontos em abril.
Brasil deixou de exportar US$ 56,2 bi em dez anos para América do Sul
Participação do país nas importações dos demais países sul-americanos caiu para 10,7% em 2019, segundo CNI
Atividade industrial volta a crescer em novembro, mas em ritmo menor, diz CNI
A CNI destaca que novembro costuma ser um mês de redução da atividade industrial e a comparação com outubro geralmente é negativa.
Cerca de 60% da indústria trabalha com ociosidade, diz presidente da CNI
Segmentos como o de eletrodomésticos e o mobiliário têm enfrentado dificuldades
CNI: Indústria da construção teve nova queda em maio, mas menos intensa
De acordo com a pesquisa, os empresários continuam pessimistas, mas pouco a pouco vão aumentando a confiança
Abril foi um dos piores da história para a indústria, revela CNI
Para a CNI, o resultado de abril é o retrato dos danos causados à indústria pela redução intensa e duradoura na demanda em virtude da crise causada pela pandemia do novo coronavírus
CNI: com regras atuais, 22% das fábricas só conseguem se manter por mais 1 mês
Entre as empresas que tiveram queda de faturamento, 48% avaliam possuírem condições financeiras para manter a atividade entre um e três meses
CNI quer nova linha de crédito para PMEs com 95% de recursos do Tesouro
Além disso, confederação pede adiamento de outros tributos federais, como o IRPJ e o IPI
Índice de evolução da produção cai a 47,5 pontos em fevereiro, diz CNI
Em fevereiro de 2019, esse indicador foi de 48,5 pontos, mais próximo da linha divisória dos 50 pontos
Confiança do empresário despenca 4,4 pontos em março
Esse é o segundo recuo mensal consecutivo do índice, que já havia apresentado uma queda de 0,6 ponto em fevereiro, segundo a CNI
Indústria inicia ano com melhora, mas coronavírus dificulta previsões, diz CNI
Números não podem mais ser considerados tendência diante da volatilidade que toma conta dos mercados, em razão da pandemia do novo coronavírus
Transporte aéreo perde espaço nas exportações e importações do País
É um reflexo do aumento nas exportações de produtos básicos, como os agrícolas, que são exportados principalmente por via marítima, mas também do recuo na venda de bens industriais
CNI aponta crescimento da confiança de empresários a construção em novembro
Levantamento mostra um leve recuo nos indicadores de produção, mas o índice de intenção de investimento atingiu 42,2 pontos
CNI: pesquisa mostra que 84% das empresas pretendem fazer investimentos em 2020
Principal objetivo dos investimentos é a melhoria do processo produtivo
Faturamento real da indústria cresce 1,3% em outubro ante setembro
Resultado aponta para o quinto mês consecutivo de crescimento do indicador, que registra uma alta de 3,5% em relação a outubro do ano passado
Confiança do consumidor retoma alta em setembro após duas quedas
Indicador medido pela Confederação Nacional da Indústria alcançou 47,3 pontos este mês, ante 47,0 em junho
Confiança do empresário industrial sobe pelo terceiro mês seguido
Icei teve alta de 2,0 pontos em agosto ante julho e atingiu 59,4 pontos, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira, 20, pela CNI
Faturamento cresce 0,3% em junho, mas indústria fecha semestre estagnada, diz CNI
De acordo com a pesquisa, o emprego ficou estável e os outros indicadores tiveram queda. A utilização da capacidade instalada caiu 0,7 ponto porcentual na comparação com maio, atingindo 77,2% em junho.
CNI reduz projeção de alta do PIB industrial de 1,1% para 0,4% em 2019
Para a entidade, a economia crescerá neste ano 0,9% ante a previsão anterior, de abril, de uma expansão de 2%
Confiança dos industriais cresce em julho com melhora de expectativas econômicas
Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) teve alta de 0,5 ponto em julho, atingindo 57,4 pontos, segundo pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela CNI
Índice de produção cresce em maio e atinge 50,9 pontos, diz CNI
Nível de utilização da capacidade instalada cresceu 1 ponto porcentual na comparação com abril e ficou em 67%. Apesar da alta, a CNI destaca que o porcentual ainda é baixo na comparação com anos de maior atividade industrial