Índice de produção cresce em maio e atinge 50,9 pontos, diz CNI
Nível de utilização da capacidade instalada cresceu 1 ponto porcentual na comparação com abril e ficou em 67%. Apesar da alta, a CNI destaca que o porcentual ainda é baixo na comparação com anos de maior atividade industrial
A atividade industrial brasileira registrou aumento em maio, após um abril de desempenho mais fraco. Segundo a Sondagem Industrial de maio, divulgada nesta terça-feira, 25, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador de evolução da produção chegou a 50,9 pontos no mês passado, ante 49,6 pontos registrados em abril. Na comparação com maio de 2018, quando os resultados foram fortemente influenciados pela paralisação dos caminhoneiros e o índice de produção ficou em 41,6 pontos, o crescimento anual é de 9,3 pontos.
Apesar da melhora na produção, o número de empregados na indústria caiu 0,3 ponto frente a abril e ficou em 48,5 pontos em maio, indicando queda do emprego no setor. Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100 pontos. Quando estão acima dos 50 pontos indicam aumento da produção e do emprego.
O nível de utilização da capacidade instalada cresceu 1 ponto porcentual na comparação com abril e ficou em 67%. Apesar da alta, a CNI destaca que o porcentual ainda é baixo na comparação com anos de maior atividade industrial.
"Há um longo caminho a percorrer para a recuperação plena da atividade industrial", observa o economista da CNI Marcelo Azevedo, em nota distribuída pela entidade. "Mesmo com o aumento da produção e da utilização da capacidade instalada, a ociosidade na indústria continua elevada quando comparada com outros períodos de maior atividade", completa.
A pesquisa revela ainda que a indústria continua acumulando estoques. O índice de evolução do nível de estoques efetivo em relação ao planejado vem crescendo desde fevereiro e alcançou 51,6 pontos em maio, o maior valor desde outubro de 2015, com exceção do registrado em maio de 2018, quando os estoques cresceram em razão da greve dos caminhoneiros. Esse indicador também varia de zero a cem pontos e, quando está acima dos 50 pontos, indica que a indústria está acumulando estoques indesejados.
"É necessário que as empresas consigam ajustar seus estoques para termos um aumento mais forte da produção", acrescenta Azevedo.
Expectativas
A melhora da atividade no mês fez com que o otimismo dos empresários, que vinha em tendência de queda, se estabilizasse no mês. Em junho, o indicador de expectativas sobre a demanda ficou em 57,3 pontos, o de compras de matérias-primas foi de 54,6 pontos, o de número de empregados alcançou 50,8 pontos e o de quantidade exportada, 52,6 pontos.
Os indicadores continuam acima dos 50 pontos, o que mostra que os empresários estão otimistas, esperando aumento da demanda, da compra de matérias-primas, do emprego e das exportações nos próximos seis meses.
O indicador de intenção de investimentos teve uma pequena queda de 0,2 ponto e ficou em 52,3 pontos em junho. Essa foi a quarta retração consecutiva do índice, que acumula queda de 4,3 pontos desde fevereiro.
A Sondagem foi feita entre 3 e 12 de junho, com 1.903 empresas.
‘É a confiança do mercado’: Bolsonaro defende Guedes em encontro de empresários
Em evento organizado pela CNI, Paulo Guedes e Jair Bolsonaro garantem que o PIB crescerá em 2022 apesar do mau humor do mercado
Pandemia ainda afeta oferta e custo de matérias-primas, afirma CNI
O problema é mencionado por 68,3% das indústrias pesquisadas. Em seguida, a elevada carga tributária (34,9%) e a taxa de câmbio (23,2%)
Guedes sinaliza elevar isenção na taxação de lucros e dividendos
Durante evento promovido pela CNI e pela Febraban, ministro da Economia abriu a possibilidade de elevar o teto, previsto atualmente em R$ 20 mil
Previsão de alta do PIB em 2021 sobe de 3,00% para 4,90%, aponta CNI
Com a revisão, a estimativa da indústria se aproxima da expectativa do mercado que acredita, segundo boletim Focus, em um crescimento de 5,05%
Mais de 70% das indústrias têm dificuldades em obter insumo e matéria-prima
De acordo com a CNI, 65% das fábricas da indústria geral que usam matérias-primas importadas não conseguem tudo o que necessitam
Brasil deixou de exportar US$ 56,2 bi em dez anos para América do Sul
Participação do país nas importações dos demais países sul-americanos caiu para 10,7% em 2019, segundo CNI
Atividade industrial volta a crescer em novembro, mas em ritmo menor, diz CNI
A CNI destaca que novembro costuma ser um mês de redução da atividade industrial e a comparação com outubro geralmente é negativa.
Cerca de 60% da indústria trabalha com ociosidade, diz presidente da CNI
Segmentos como o de eletrodomésticos e o mobiliário têm enfrentado dificuldades
CNI: Indústria da construção teve nova queda em maio, mas menos intensa
De acordo com a pesquisa, os empresários continuam pessimistas, mas pouco a pouco vão aumentando a confiança
Abril foi um dos piores da história para a indústria, revela CNI
Para a CNI, o resultado de abril é o retrato dos danos causados à indústria pela redução intensa e duradoura na demanda em virtude da crise causada pela pandemia do novo coronavírus
Leia Também
-
Brasil retoma autossuficiência de alumínio e produção avança 24% em 2023; ainda existe espaço no mercado?
-
Uma notícia boa, duas ruins e uma ruim que pode ser boa sobre o PIB do Brasil em 2023
-
Por que o Brasil cresceu pouco nas últimas décadas? Geraldo Alckmin tem uma resposta — e uma receita para reverter esse cenário
Mais lidas
-
1
Vale (VALE3) e a megafusão: CEO da mineradora brasileira encara rivais e diz se pode entrar na briga por ativos da Anglo American
-
2
Órfão das LCI e LCA? Banco indica 9 títulos isentos de imposto de renda que rendem mais que o CDI e o Tesouro IPCA+
-
3
Como a “invasão” dos carros chineses impacta as locadoras como a Localiza (RENT3) e a Movida (MOVI3)