Atividade industrial volta a crescer em novembro, mas em ritmo menor, diz CNI
A CNI destaca que novembro costuma ser um mês de redução da atividade industrial e a comparação com outubro geralmente é negativa.
A atividade industrial voltou a crescer em novembro, embora num ritmo de alta menor que o verificado em outubro. Os dados são da Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira, 17, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em novembro, o índice de evolução da produção ficou em 53,1 pontos ante os 58,3 pontos registrados em outubro. Apesar do ritmo mais lento, o indicador ainda reflete aumento da produção, segundo a CNI, porque está acima da linha divisória dos 50 pontos.
A CNI destaca que novembro costuma ser um mês de redução da atividade industrial e a comparação com outubro geralmente é negativa.
"A indústria segue com atividade acima do usual para o mês, o que vem acontecendo notadamente desde setembro", diz a Sondagem. "Apesar do índice de novembro ser 5,2 pontos menor na comparação com outubro, pode-se afirmar que o crescimento da produção foi intenso e disseminado, pois o índice de difusão segue distante da linha divisória de 50 pontos", completa.
Novembro foi o sexto mês seguido de alta na produção industrial.
O índice de evolução do número de empregados ficou em 53,3 pontos em novembro, também acima dos 50 pontos, o que retrata crescimento do emprego na indústria no mês, o quinto consecutivo de alta no indicador.
Os índices que medem a utilização da capacidade instalada (UCI) permaneceram elevados em novembro, atingindo 73%. Segundo a Sondagem, isso reforça a conclusão que a indústria está operando em um nível de atividade aquecido.
Na comparação com outubro, houve uma queda de um ponto porcentual na UCI, a primeira após seis meses consecutivos de alta no índice. Mesmo assim, a UCI de novembro é 3 pontos porcentuais superior à verificada em novembro de 2019 e superada o registrado nos meses de novembro desde 2014, quando o indicador foi também de 73%.
O índice de UCI efetiva em relação ao usual manteve-se estável em 51,1 pontos, acima da linha divisória dos 50 pontos pelo terceiro mês seguido. "O índice indica que a atividade industrial está aquecida, ou seja, operando acima do nível usual para o mês", destaca a CNI.
Apesar das altas seguidas de produção, os estoques continuaram em queda em novembro e abaixo do nível planejado para o mês, o que reflete, segundo a Sondagem, crescimento das vendas acima da produção. O indicador que mede o nível de estoque efetivo em relação ao planejado aumentou de 43,3 pontos para 44,1 pontos. O índice de evolução do nível de estoques ficou em 45,8 pontos no mês, um pouco superior ao de outubro, mas abaixo dos 50 pontos, indicando evolução negativa, ou seja, diminuição dos estoques de produtos finais em novembro.
Expectativas
A pesquisa revela que todos os índices de expectativas permanecem elevados, apesar de variações negativas dos indicadores de expectativa de demanda e de compras de matérias-primas. Segundo avaliação da CNI, os índices mostram que os empresários seguem bastante otimistas em relação aos próximos seis meses.
O índice de expectativa para a demanda caiu 1,9 ponto, para 57,9 pontos em dezembro. Já o índice de expectativa de compra de insumos e matérias-primas teve queda de 1,3 ponto, para 56,7 pontos. "Os índices refletem o início de período mais moderado da demanda por produtos industriais, quando ocorre maior demanda", diz a pesquisa.
O indicador que mede a expectativa de quantidade exportada teve alta de 0,7 ponto no mês de dezembro, atingindo 54,6 pontos. O índice de expectativa de número de empregados ficou estável, em 53,5 pontos.
Com relação à propensão de investir do empresário, o indicador manteve-se praticamente estável, em 59,1 pontos em dezembro, uma variação negativa de 0,2 pontos em relação a novembro.
A Sondagem foi feita no período de 1º a 11 de dezembro, com 1.872 empresas.
‘É a confiança do mercado’: Bolsonaro defende Guedes em encontro de empresários
Em evento organizado pela CNI, Paulo Guedes e Jair Bolsonaro garantem que o PIB crescerá em 2022 apesar do mau humor do mercado
Pandemia ainda afeta oferta e custo de matérias-primas, afirma CNI
O problema é mencionado por 68,3% das indústrias pesquisadas. Em seguida, a elevada carga tributária (34,9%) e a taxa de câmbio (23,2%)
Guedes sinaliza elevar isenção na taxação de lucros e dividendos
Durante evento promovido pela CNI e pela Febraban, ministro da Economia abriu a possibilidade de elevar o teto, previsto atualmente em R$ 20 mil
Previsão de alta do PIB em 2021 sobe de 3,00% para 4,90%, aponta CNI
Com a revisão, a estimativa da indústria se aproxima da expectativa do mercado que acredita, segundo boletim Focus, em um crescimento de 5,05%
Mais de 70% das indústrias têm dificuldades em obter insumo e matéria-prima
De acordo com a CNI, 65% das fábricas da indústria geral que usam matérias-primas importadas não conseguem tudo o que necessitam
Brasil deixou de exportar US$ 56,2 bi em dez anos para América do Sul
Participação do país nas importações dos demais países sul-americanos caiu para 10,7% em 2019, segundo CNI
Cerca de 60% da indústria trabalha com ociosidade, diz presidente da CNI
Segmentos como o de eletrodomésticos e o mobiliário têm enfrentado dificuldades
CNI: Indústria da construção teve nova queda em maio, mas menos intensa
De acordo com a pesquisa, os empresários continuam pessimistas, mas pouco a pouco vão aumentando a confiança
Abril foi um dos piores da história para a indústria, revela CNI
Para a CNI, o resultado de abril é o retrato dos danos causados à indústria pela redução intensa e duradoura na demanda em virtude da crise causada pela pandemia do novo coronavírus
CNI: com regras atuais, 22% das fábricas só conseguem se manter por mais 1 mês
Entre as empresas que tiveram queda de faturamento, 48% avaliam possuírem condições financeiras para manter a atividade entre um e três meses
Leia Também
Mais lidas
-
1
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
-
2
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha