Cheiro de pedalada e de drible no teto de gastos

Caro leitor,
O governo bem que tentou se safar manejando o cobertor curto, mas pelo menos para o mercado financeiro, não colou.
O anúncio do programa social Renda Cidadã nesta segunda-feira lançou um combo de preocupações nos investidores e atirou o Ibovespa na lama, totalmente na contramão do resto do mundo. O dólar, por sua vez, voltou à faixa dos R$ 5,60.
O motivo: os agentes financeiros sentiram cheiro de pedalada e de uma tentativa de drible no teto de gastos no ar. Não, não se trata de futebol. O que não agradou foi a forma encontrada para financiar o programa que deve substituir o Bolsa Família e consistir na marca social do governo Bolsonaro.
Para começar, não houve corte de gastos, como o mercado esperava de um governo que se pretende fiscalmente responsável, apenas um remanejamento de recursos.
Segundo que houve a criação de uma despesa permanente - o programa deve ser R$ 30 bilhões maior que o Bolsa Família - sem a redução de uma despesa ou criação de uma receita de forma permanente, o que pode ser um problema do ponto de vista da Lei de Responsabilidade Fiscal.
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Além disso, uma parte dos recursos viria da postergação do pagamento de precatórios, que são valores devidos pelo governo após sentença definitiva na Justiça. Não apenas se trata de uma fonte temporária de recursos, como isso ainda foi interpretado, pelos investidores, como uma espécie de pedalada, ou até mesmo de calote seletivo.
Para completar, a outra fonte de recursos citada pelo governo foi o Fundeb, fundo que financia a educação básica e se encontra fora das regras do teto de gastos. Seria um jeitinho de driblar o teto para não furá-lo?
Como se não bastasse, questões envolvendo a reforma tributária também não agradaram. Enquanto isso, no exterior, céu de brigadeiro. O Ricardo Gozzi acompanhou o pregão de hoje e te conta tudo sobre a trajetória das bolsas e do dólar neste dia fortemente afetado pela política.
MERCADOS
• As ações da Melnick, construtora gaúcha subsidiária da Even, estrearam em queda na B3. Os papéis recuaram 1,76%, para R$ 8,35 no seu primeiro dia de pregão. A empresa captou R$ 713,6 milhões no seu IPO, que precificou as ações no piso da faixa indicativa.
•A Cosan cancelou o IPO da sua controlada Compass. A empresa citou piores condições de mercado como fundamento da decisão. Na semana passada, a Caixa Seguridade já havia suspendido a sua oferta.
• O futuro é brilhante para a Duratex. Ao menos é o que acha o Goldman Sachs. O terceiro trimestre da fabricante de pisos e louças poderá ser o melhor da história. E o banco vê que as ações da companhia prometem um alto retorno. Veja as estimativas com o Kaype Abreu.
• A empresa de voos espaciais Virgin Galactic, do bilionário Richard Branson, bombou hoje em Wall Street. A companhia, que ainda não opera, recebeu recomendação de compra do Bank of America e disparou mais de 20%.
• O k-pop vai à bolsa. A Big Hit, gravadora responsável pelo sucesso da boy band coreana BTS, estreou na bolsa da Coreia do Sul no maior IPO do país desde 2017. O fenômeno musical entre adolescentes se refletiu na abertura de capital bem-sucedida, que tornou os membros do BTS milionários e alçou o dono da Big Hit ao ranking dos bilionários.
ECONOMIA
• "A Bolsa de São Paulo, em dólar, é um vexame," disse o especialista em estudos monetários da FGV, José Júlio Senna, em entrevista ao Estadão. Segundo ele, o risco fiscal para mitigar os efeitos da crise causada pelo coronavírus está em toda parte.
• No anúncio do Renda Cidadã, o ministro da Economia Paulo Guedes voltou a dizer que é a política que dá o timing para o avanço dos projetos da equipe econômica. Ele disse ainda que a desoneração da folha de pagamento das empresas está em estudo.
COLUNISTAS
• A política pode pesar ainda mais na bolsa nesta semana. O Congresso vota vetos presidenciais que podem influenciar o humor dos investidores. O governo corre grande risco em relação à desoneração da folha, diz o cientista político Lucas Aragão na coluna Carta de Brasília.
• Sem ansiedade. Devagar e sempre. Para que apressar o caminho? É preciso prestar atenção aos motivos, sem deixar o nevoeiro dos mercados te distrair. Em sua coluna, Felipe Miranda fala sobre a adolescência dos investimentos e como é importante fazê-los sem apressá-los.
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