Trump ou Biden? Qual candidato é melhor para os seus investimentos?
O mercado estava morrendo de medo de uma vitória democrata, mas agora está meio que torcendo por Biden de olho no tamanho e no alcance dos estímulos fiscais planejados pelo candidato

Nos aproximamos rapidamente das eleições presidenciais americanas, as quais prometem não só trazer volatilidade para o mercado, como também decidir o rumo da maior economia do mundo pelos próximos quatro anos. Notadamente, a posição de presidente dos EUA se trata da mais importante e poderosa no Ocidente.
Leia também:
- OPORTUNIDADE: Confira as ações e FIIs favoritos das carteiras recomendadas das corretoras
- O que esperar e como navegar no oceano dos mercados no último trimestre
- Lembrar do passado é sofrer duas vezes: pedaladas e uma eleição americana
- Com Tesouro Selic negativo, é o caso de rever a sua reserva de emergência?
Muitas vezes, a depender da composição do Congresso e do alinhamento com a Suprema Corte, estamos falando da pessoa mais poderosa do planeta. Assim, a decisão eleitoral costuma ser acompanhada pelo mundo inteiro.
Os desdobramentos são muitos...
Contudo, está em jogo o comportamento econômico-social dos EUA na entrada da nova década que se inicia, possibilitando novos paradigmas a serem adotados mundialmente. Conta Covid, tributação, quadro fiscal, panorama monetário, meio ambiente, comércio global, infraestrutura e tecnologia… A maneira como abordaremos tais temáticas nos próximos anos podem mudar completamente a depender de quem sair vitorioso.
Até agora, Joe Biden está na frente nas pesquisas, com algo como 90% de chance de vitória segundo o modelo da The Economist.
Projeção final para a Casa Branca
Leia Também
O modelo da The Economist é interessante porque busca corrigir os vieses que tornaram as projeções para as eleições de 2016 equivocadas. O leitor deve se lembrar que a maior parte das pesquisas apontavam para a vitória da democrata Hillary Clinton, mas acabaram errando vergonhosamente.
Para corrigir, o modelo leva em conta todas as pesquisas, nacionais e estaduais, histórico de votação no estado e outras características mais específicas, como dados demográficos mais densos (raciais, educacionais e de classe).
Projeção por Voto Popular
O gráfico acima mostra que, provavelmente, o democrata Joe Biden leve a corrida pela ótica do voto popular. Nos EUA, contudo, o voto popular pouco pode nos dizer, pois quem decide as eleições é o colégio de delegados eleitorais, baseados no modelo de winner takes all. Segundo o mesmo modelo, temos a seguinte projeção:
Projeção por Colégio Eleitoral
Como de costume, a decisão em si estaria em alguns estados chaves (swing States), os quais costumam definir as eleições por não terem um candidato ou partido de preferência.
Projeção por estado com sua respectiva probabilidade associada
Por mais que os prognósticos atuais apontem para uma vitória de Biden, historicamente as chances são de que Trump mantenha a Casa Branca. No passado recente, apenas dois presentes americanos não conseguiram reeleição: Jimmy Carter e George H. W. Bush (Bush Sênior).
É a economia
Curiosamente, as condições que pressionaram os presidentes a perder o cargo foram predominantemente econômicas. Se me perguntassem ao final do ano passado quem sairia vitorioso, provavelmente responderia com bastante firmeza o nome de Trump. Foi justamente aquele que prometia ser o principal trunfo do republicano que acabou se tornando sua dor de cabeça: a economia.
Até 2019, os EUA estavam voando. O novo coronavírus, entretanto, jogou tudo para o espaço. Há quem argumente que não teria sido culpa do presidente americano e que, portanto, seria injusto julgar os quatro anos de seu governo pela crise atual.
Seria verdade se não fossem três pontos:
- a maioria da população americana leu a reação de Trump como inadequada e uma das responsáveis do tamanho do problema causado;
- a profundidade da crise, comparável com momentos únicos de nossa história, como uma Guerra Mundial ou a Crise de 29;
- as manifestações raciais depois da morte de George Floyd.
Esses pontos depuseram contra o presidente, que era favorito até o final de 2019. Agora, a situação mudou e são quatro principais cenários que se apresentam no futuro, dos quais dois apenas se mostram mais relevantes segundo a equipe do UBS.
Os diferentes cenários eleitorais para as eleições de 2020
No primeiro cenário, teríamos a chamada “Onda Azul”, na qual os democratas tomariam para si a Casa Branca, manteriam a Câmara e viram o jogo no Senado. No segundo, Biden tomaria a Casa Branca, mas não conseguiria virar o jogo no Senado, mantendo o Congresso dividido como hoje.
No terceiro, temos o "Status Quo", em que Trump mantém a Casa Branca e os republicanos continuam no controle do Senado (situação atual). Por fim, mas menos provável, Trump manteria a Casa Branca e os republicanos continuariam com o Senado, ganhando também a Câmara (resultado de 2016).
Dos cenários em questão, o primeiro e o segundo chamam a atenção nas estimativas do UBS. Vamos dar uma olhada no modelo da The Economist para a situação atual.
Projeção para o Senado Federal
Projeção para a Câmara dos Representantes
É melhor torcer pela “Onda Azul” ou pelo “Status Quo”?
Agora, de maneira sóbria e sem juízo de valor ideológico, podemos estudar os dois cenários mais prováveis, a “Onda Azul” e o “Status Quo” — segundo o UBS. Vale dizer que os dois cenários desaguam em perspectivas bem diferentes…
Antes, uma verificação da Julius Baer sobre o que costuma auferir maiores retornos para os ativos de risco historicamente. Os desfechos para 2020 estariam entre a possibilidade de um presidente reeleito ou de um novo presidente com novo partido.
Entre as duas, a possibilidade de uma “Onda Azul" seria mais atrativa…
Mas vamos entender um fator de atenção antes de próximas conclusões.
Acredito que o principal ponto de atenção seja o fiscal. A disparidade nas plataformas de política fiscal dos dois candidatos é bastante direta. Entendo que o presidente Trump dependeria do financiamento via déficit para manter sua redução de impostos e, ao mesmo tempo, aumentar o investimento federal na infraestrutura física do país.
Biden, por outro lado, propõe reverter os cortes de impostos promulgados em 2017 e redirecionar os rendimentos resultantes para combater as mudanças climáticas e expandir a cobertura de saúde — projetos de infraestrutura também estão no radar.
Em qualquer caso, quer o presidente seja reeleito ou os eleitores escolham o ex-vice-presidente, o tamanho do déficit federal está destinado a permanecer grande.
Abaixo, um esquema do Bank of America com as perspectivas do que seria melhor em termos que liquidez para o mercado. Não é segredo para ninguém que o mercado tem se tornado viciado em liquidez. Hoje, é imperativa a necessidade de um pacote fiscal para suportar a economia, que não se sustentará apenas com esteroides monetários.
Agora, o mercado está meio que torcendo pelo Biden, uma vez que considera possível que o democrata leve também o controle das duas casas no Congresso, injetando mais dinheiro na economia. Essa virada na percepção do mercado me chamou a atenção porque antes os agentes estavam morrendo de medo de uma vitória democrata, principalmente por conta do aumento dos impostos.
Acontece que o tamanho e o alcance dos estímulos fiscais planejados por um governo Biden também são muito maiores do que os contemplados pelo atual presidente. O resultado líquido é neutralizar alguns dos efeitos adversos dos aumentos de impostos sobre a taxa de crescimento econômico.
A história recente também parece ser favorável a um governo democrata. O que significa que existem motivos para estarmos otimistas tanto em um governo Biden, como em um governo Trump.
O favorito na corrida, por sua vez, entregaria hipoteticamente uma economia mais forte.
Se do ponto de vista tributário Trump pode ter seus benefícios, do ponto de vista internacional seus posicionamentos impulsivos e muitas vezes agressivos geram pressão sobre o mercado.
Grosso modo, a volatilidade do twitter de Trump tem preço. Um presidente mais estável seria positivo para o mercado. Curioso notar que presidentes democratas, talvez por um caráter mais estável no âmbito internacional, entregaram mais retorno em Bolsa também.
Além disso, um governo democrata também tende a uma visão de comércio global multilateral e mais livre, diferente do mundo sob Trump, com barreira protecionistas e mais bilateral. Em um ambiente de maior pujança do comércio global, que tanto precisamos agora para recuperar a economia, países emergentes se beneficiam.
Naturalmente, o Brasil é um candidato bem óbvio para atrair investimento se entrarmos em um novo ciclo de emergentes e commodities no mundo a partir de um governo Biden. Claro, isso se endereçarmos corretamente nosso problema fiscal.
Para saber a melhor estratégia em relação como proceder, independente do presidente escolhido, apresentamos a série Palavra do Estrategista, best-seller da Empiricus. Nela, Felipe Miranda, nosso estrategista-chefe, compartilha com nossos assinantes suas mais variadas ideias de como ganhar dinheiro no Brasil e no mundo.
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Ironia? Elon Musk foi quem sofreu a maior queda na fortuna nos primeiros 100 dias de Trump; veja os bilionários que mais saíram perdendo
Bilionários da tecnologia foram os mais afetados pelo caos nos mercados provocado pela guerra tarifária; Warren Buffett foi quem ficou mais rico
Trump pode acabar com o samba da Adidas? CEO adianta impacto de tarifas sobre produtos nos EUA
Alta de 13% nas receitas do primeiro trimestre foi anunciado com pragmatismo por CEO da Adidas, Bjørn Gulden, que apontou “dificuldades” e “incertezas” após tarifaço, que deve impactar etiqueta dos produtos no mercado americano
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês