O Brasil é mesmo o pior país emergente para se investir?
A Bolsa russa cai 15% no ano, a mexicana 29% e a brasileira cai impressionantes 39%, todos em dólares.

Olá, seja bem-vindo ao nosso papo de domingo sobre Aposentadoria FIRE® (Financial Independence, Retire Early).
Diferente do que faço aos domingos, a coluna de hoje começa com uma pergunta:
“Entre os países emergentes, é verdade que o Brasil é o pior destino para se investir?”
Quem foi que disse isso?
Não é possível apontar o dedo para um sujeito específico e acusá-lo de falta de patriotismo.
Quem aponta para as nossas fragilidades em comparação aos demais países emergentes são os investidores do mundo inteiro.
No gráfico abaixo, compilo a performance, em dólares, dos mercados de ações brasileiro, mexicano, indiano, russo, sul coreano e chinês ao longo de 2020.
Leia Também
Como investir no Spotify e outras 4 empresas fora do radar?
Os 5 benefícios da previdência privada - redução de imposto de renda em 2021 é só um deles

A performance entre países “comparáveis” é muito destoante.
A Bolsa russa cai 15% no ano, a mexicana 29% e a brasileira cai impressionantes 39%, todos em dólares.
A pergunta que nos fazemos todos os dias é a seguinte:
O Brasil é realmente 10% pior que o México?
Ou quase 20% pior do que a Rússia?
Eu sinceramente não sei a resposta; o que tão pouco importa. No final do dia, são fatores específicos que definem o desempenho que eu mostrei acima.
O grande vilão de 2020, além do coronavírus, foi o câmbio.
Nosso real é a pior performance numa lista de 30 países que a Bloomberg considera com alguma relevância.
Em moeda local, nossa Bolsa negocia cerca de 15% abaixo do patamar que observamos no começo do ano.
Então, como podemos entender o câmbio?
Ele é uma consequência direta da falta de confiança do investidor estrangeiro (e de muitos investidores locais) no nosso país.
Como chegamos até aqui?
Nós não inventamos a roda em meio a pandemia.
O Brasil seguiu tendências globais, injetando dinheiro no sistema financeiro e diretamente no bolso daqueles que mais precisam.
Mesmo com o benefício da retrospectiva, é muito difícil encontrar alguém que condene tais políticas.
O problema é que o nosso ponto de partida não era o mesmo de outros países que adotaram o mesmo conjunto de iniciativas.
O Brasil é um país com alto endividamento (em moeda local) como percentual do PIB; além disso, essas despesas possuem tendência crescente se desconsiderarmos o teto de gastos do setor público.
Quando mensuramos a dívida nacional em percentual do PIB, resolvemos parte relevante da equação inicial.

No Brasil, a dívida representa cerca de 75% do PIB; o mesmo indicador é de 69% na Índia, 50% na China, 36% na Coréia do Sul, e apenas 15% na Rússia.
Quem tem dívida, tem medo
Não tem ideologia que se comunique com o mercado de capitais: os investidores irão temer qualquer governo, independente da orientação política, que ameace a solvência de um país.
E por Governo, não quero dizer um presidente, um ministro, ou uma figura específica, mas sim o conjunto de pautas que estão sendo discutidas.
Nesse momento, o mercado teme que o orçamento de 2021 rompa com o teto de gastos do setor público.
Ao mesmo tempo, temos sinais relevantes de inflação crescente que ainda não se sabe se será passageira (tudo indica que sim, mas vai saber).
Tudo isso na conta, fica mais fácil de entendermos porque o Brasil destoou tanto dos demais países emergentes.
Em momentos como esse, é fundamental que você tenha clareza do seu horizonte de investimento.
Um projeto como a aposentadoria precoce leva pelo menos 10 anos.
É o tempo de diversos ciclos econômicos ocorrerem: do pânico à prosperidade, da destruição à criação de riqueza.
E o que eu estou fazendo?
Estou aproveitando esse momento para crescer a minha previdência privada.
Na última terça, a Maria Clara, que é uma das pessoas mais brilhantes com quem eu já trabalhei, escreveu um guia completo sobre o investimento em previdência privada para os membros da comunidade FIRE®, a série que eu, ela e o Rodolfo Amstalden tocamos juntos na Empiricus Research.
Ela trouxe três ideias de investimento complementares para acelerar a construção do seu patrimônio e a sua aposentadoria precoce em meio a temporadas de crises e bonanças. A assinatura do Empiricus Fire® custa módicos R$ 5 ao mês, mas neste link você verá como acessar todas as recomendações por sete dias gratuitos.
Mais que um jogador, um investidor: como os games podem te fazer ganhar dinheiro
Talvez o papo seja de adolescente, mas o dinheiro envolvido é de gente grande.
O que muda com o PIX e qual o futuro das agências bancárias?
Na edição desta semana, nós recebemos o Cristiano Gomes, um dos principais estrategistas da equipe de tecnologia do Santander no Brasil.
Como investir no exterior com R$ 5 mil, sem comprar dólar ou sair do Brasil
A maneira mais simples de fazê-lo é através de fundos de investimento que investem no exterior.
Você controla seus investimentos numa planilha? Então veja isto
Essa semana, nós recebemos o Eduardo e o Gabriel, fundadores do Real Valor, o melhor aplicativo disponível para fazer a gestão dos seus investimentos pessoais.
O clube dos 900%: o que você pode aprender com os maiores casos de geração de riqueza da Bolsa americana
Empresas quebrando são mais frequentes que empresas dominando o mundo em algumas décadas. Mas poucos acertos podem rechear a sua carteira e garantir sua aposentadoria precoce.
Em 90% do tempo, tudo que você precisa fazer nos mercados é seguir a manada
Mas é possível mudar sua vida financeira ao se posicionar às vezes contra os mercados, como um investidor contrarian
Formação em finanças: muito investimento e pouco retorno? Ilusões e desilusões de quem tenta aprender a lidar com os mercados
O que você precisa para se tornar um expert em mercado financeiro? Faculdade de Economia? Um curso com um trader famoso? MBA em Finanças? Veja um depoimento sincero sobre os desafios de aprender a lidar com os mercados e virar um analista de investimentos.
5G e o investimento em Cannabis: o que você precisa saber?
O que é verdade e o que mito com a chegada dessa nova tecnologia?
Do Alibaba ao TikTok, o que você precisa saber sobre as maiores empresas de tecnologia asiáticas
Na sexta edição do Tela Azul Empiricus, nosso Podcast GRATUITO sobre tecnologia e investimentos, falamos sobre as Big Techs do mundo todo, as diferenças entre suas versões americanas e asiáticas.
A terceira das três ações para ganhar com o ‘Brasil Modelo Asiático’
O alinhamento de algumas variáveis macroeconômicas abriu uma janela específica de oportunidades para o Brasil crescer como plataforma exportadora. Isso pode beneficiar especialmente três ações da bolsa.
Tudo o que você queria saber sobre o mercado de tecnologia e startups no Brasil
Na edição dessa semana do Tela Azul Empiricus, um podcast gratuito sobre investimentos e tecnologia, fizemos um bate papo de uma hora com o Victor Xavier, da Endeavor Brasil.
60 anos de idade e R$ 30 mil na poupança: o que fazer para salvar sua aposentadoria?
Nessa situação, faz sentido que o investidor saia da poupança, mas pode ser tarde demais para buscar ganhos mais altos na bolsa; veja alternativas
Como foi possível essa empresa se multiplicar por 6 vezes em 2 anos?
Na edição de hoje do Tela Azul Empiricus, nós contamos a história da DocuSign, uma daquelas sagas que você vai ficar se perguntando: “como eu deixei passar essa?”
O [mau] comportamento dos mercados: as semelhanças entre a trajetória do câmbio e de uma bola de basquete
O câmbio vai oscilar ao gosto das notícias – das guerras comerciais à falta de agenda econômica do governo federal. Mas existe um estranho – e ainda pouco compreendido – “efeito de três pontos”.
Investindo com robôs e ajuda de inteligência artificial
Te convido a ouvir no Spotify um papo animal que eu tive com o Rodrigo Terni, da Giant Steps, a maioria gestora de fundos sistemáticos da América Latina.
Se a Selic subir, o quanto os fundos imobiliários podem sofrer?
Os fundos imobiliários são umbilicalmente ligados aos juros, isso é verdade. Mas é preciso muita calma ao proclamar seu fim caso a Selic volte a subir em breve. Essa é sempre uma questão relativa; entenda.
2020 é a nova bolha das empresas de tecnologia?
O termo “bolha pontocom” faz referência ao boom de empresas de tecnologia no final da década de 90 até o início dos anos 2000, na onda do crescimento da internet. Neste ano, há nova discussão se os preços das techs fazem ou não sentido.
Podcast: Tela Azul, um bate-papo sobre tecnologia e investimentos
No primeiro episódio, você vai ser bombardeado de informações, numa discussão longa e descontraída sobre a performance das ações das empresas de tecnologia em 2020.
Uma nova oportunidade pode estar surgindo na Renda Fixa
Viemos de um ciclo de cinco anos de quedas nos juros. Os próximos meses serão fundamentais para respondermos a seguinte pergunta: existe uma nova grande tese na renda fixa?
Onde investir R$ 10 mil? Duas ações: uma barata e uma antifrágil na bolsa
Eu compraria poucas ações que, ou estivessem muito baratas olhando um horizonte de 24-36 meses, ou empresas cuja a antifragilidade é tamanha, que tenham saído mais forte dessa pandemia