Clima político tenso segue como pano de fundo para exterior misto e dados do varejo
AGU, PGR e Sergio Moro têm 48 horas para opinar sobre o sigilo do vídeo que está movimentando Brasília. Lá fora, mercados reagem de forma mista, com o temor pela segunda onda de infecções de covid-19 e o discurso do presidente do Federal Reserve no radar
O burburinho em torno do conteúdo da reunião ministerial do dia 22 de abril derrubaram a bolsa ontem e deve continuar sendo pauta hoje. Mas o vídeo ainda não deve ser de conhecimento público, já que o ministro Celso de Mello deu 48 horas para que para que Moro, a AGU e o procurador-geral Augusto Aras se manifestem sobre o sigilo do material. Na agenda econômica, destaque para os números do varejo de março.
Lá fora, as preocupações com uma reabertura econômica precipitada continuam a rondar os negócios após alguns países da Ásia apresentarem novos casos após um afrouchamento das medidas de isolamento. Nos Estados Unidos, expectativas para o discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Os investidores acreditam na chance da instituição passar a adotar juros negativos para enfrentar o coronavírus.
Azedou
O Ibovespa parecia caminhar para mais um dia de tranquilidade, mas uma virada no humor no exterior e o desenrolar do noticiário político local azedaram os negócios no decorrer da tarde.
Assim que começaram a circular as primeiras notícias sobre o conteúdo do vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril - classificado como 'bombástico', 'devastador' e 'comprometedor'por fontes -, o principal índice da bolsa brasileira aprofundou a queda e fechou nas mínimas, com recuo de 1,51%, aos 77.871,95 pontos.
Segundo as informações que circularam após a exibição, o vídeo confirma as acusações de Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro quis interferir na Polícia Federal para proteger a sua família.
O dólar também aprofundou a pressão, subindo 0,82%, a R$ 5,8686, mesmo após uma nova atuação do Banco Central no câmbio - uma oferta de US$ 500 milhões em swap cambial.
Leia Também
Sequência nas investigações
O ministro Celso de Mello deu 48 horas para que PGR, AGU e a defesa de Sergio Moro se manifestem sobre o sigilo do vídeo. Enquanto o tempo corre, a tendência é que as coisas fiquem mais tranquilas em Brasília.
Além da exibição do vídeo para investigadores, delegados e a defesa do ex-ministro Sergio Moro, ontem também foi dia de ouvir o depoimento de três ministros militares do governo - os generais Braga Netto, Augusto Heleno e Luiz Eduardo Ramos -, que negaram o objetivo de interferência do presidente na Polícia Federal.
Hoje, a deputada Carla Zambelli, Alexandre Saraiva e Carlos Henrique Oliveira prestam depoimento.
Mesmo com o clima tenso em Brasília, a possibilidade de abertura de um processo de impeachment parece distante. Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez um pedido para que o ministro Celso de Mello rejeite uma ação que pedia uma análise imediata do impeachment do presidente, dizendo que essa seria uma solução extrema.
Ainda relativo ao noticiário em Brasília, o mercado segue aguardando o veto do presidente Jair Bolsonaro ao congelamento dos salários de servidores públicos até o fim de 2021.
Tensão lá fora
No exterior, um dos focos de tensão foi a apresentação no Congresso americano de um projeto de lei que dá a Trump o poder de impor sanções à China caso o país não coopere com as investigações a respeito da Covid-19.
De outro lado, pesou a preocupação com a reabertura de regiões dos Estados Unidos, após países asiáticos e europeus apresentarem uma segunda onda de infecção por covid-19.
Em depoimento, Anthony Faud, principal consultor da força-tarefa americana contra o covid-19, disse que uma retomada precipitada da economia poderia trazer 'sofrimento desnecessário e mortes'.
Mercados hoje
Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em alta, com os investidores aguardando o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que deve dar novas dicas sobre o futuro da política monetária do Banco Central americano (10h). A expectativa é que a instituição adote juros negativos para enfrentar a pandemia. Atualmente, a taxa básica de juros americana está na faixa de 0% a 0,25%.
O temor com a reabertura precipidada das economias também assombra as bolsas europeias, que abrem o dia no vermelho.
Além disso, no velho continente os mercados também refletem os dados fracos da produção industrial da zona do euro, que caiu 11,3% em março - a maior baixa histórica para o índice. Ainda assim, a queda foi menor que a esperada pelos analistas.
Ainda falando em números, dados divulgados pelo Reino Unido no começo da manhã ajudam as bolsas a manteram o mau-humor. O país teve contração de de 2% no Produto Interno Bruto do primeiro trimestre - a maior baixa desde 2008. O indicador de produção industrial caiu 4,2% em fevereiro para março.
Em Nova York, os índices futuros amanhecem no campo positivo, com os investidores aguardando o discurso de Powell.
Petróleo
O aumento dos volumes de petróleo bruto estocado nos Estados Unidos (7,6 milhões de barris) informado pelo American Petroleum Institute (API), azeda também o mercado de petróleo, que aguarda o relatório mensal com projeções sobre oferta e demanda divulgado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo.
Por volta das 7h15, o petróleo WTI para julho recuava 0,78%, a US$ 25,58. Já o Brent recuava 1%, a US$ 29,68.
Boletim médico
A curva de infecção no Brasil também parece estar longe de atingir o seu pico. Ontem, o ministério da Saúde informou um novo recorde no número de mortos por coronavírus no país em 24 horas - 881 mortos. O Brasil tem 12,4 mil mortes no total.
O país é o segundo no mundo com o maior número de casos, totalizando 117.589 mil pessoas infectadas.
Com o sistema de saúde perto do colapso nas capitais, o presidente Jair Bolsonaro ameaçou recorrer a AGU e o Ministério da Justiça para garantir que os governadores cumpram o seu decreto de abrir salões de beleza, barbearias e academias de ginástica.
Balanços
Hoje a agenda conta com as divulgações do GPA, SulAmérica e Via Varejo.
- Sinqia reverteu prejuízo e lucrou R$ 433 milhões no 1º trimestre. A receita da companhia teve um crescimento de 26,2%, a R$ 48,6 milhões.
- A XP Investimentos lucrou R$ 415 milhões no primeiro trimestre, alta de 147%. A receita cresceu 86%, indo a R$ 1,735 bilhões.
Agenda
Ministério da Economia deve revisar a projeção de crescimento de 0,02% no PIB para queda de 4% a 5%.
Às 9h, será divulgado os números de venda do varejo em março.
Fique de olho
- Ômega Geração aumentou capital social em R$ 2,244 milhões, totalizando R$ 2,867 bilhões.
- BR Properties pagará hoje juros das primeiras 5 séries de debêntures.
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
Investidor estrangeiro minimiza riscos de manutenção do governo atual e cenários negativos estão mal precificados, diz Luis Stuhlberger
Na carta mensal do Fundo Verde, gestor afirmou que aumentou exposição às ações locais e está comprado em real
Após imbróglio, RBVA11 devolve agências à Caixa — e cotistas vão sair ganhando nessa
Com o distrato, o fundo reduziu ainda mais sua exposição ao setor financeiro, que agora representa menos de 24% do portfólio total
Efeito Flávio derruba a bolsa: Ibovespa perde mais de 2 mil pontos em minutos e dólar beira R$ 5,50 na máxima do dia
Especialistas indicam que esse pode ser o começo da real precificação do cenário eleitoral no mercado local, depois de sucessivos recordes do principal índice da bolsa brasileira
FII REC Recebíveis (RECR11) mira R$ 60 milhões com venda de sete unidades de edifício em São Paulo
Apesar de não ter informado se a operação vai cair como um dinheiro extra no bolso dos cotistas, o RECR11 voltou a aumentar os dividendos em dezembro
Ações de IA em alta, dólar em queda, ouro forte: o que esses movimentos revelam sobre o mercado dos EUA
Segundo especialistas consultados pelo Seu Dinheiro, é preciso separar os investimentos em equities de outros ativos; entenda o que acontece no maior mercado do mundo
TRX Real Estate (TRXF11) abocanha novos imóveis e avança para o setor de educação; confira os detalhes das operações
O FII fez sua primeira compra no segmento de educação ao adquirir uma unidade da Escola Eleva, na Barra da Tijuca (RJ)
