Investidores ignoram tensões e sustentam otimismo com retomada econômica pós-coronavírus
Na agenda econômica, o destaque é a divulgação dos números da produção industrial de abril. Lá fora, expectativa pelo novo acordo da Opep para estender o corte na produção de petróleo
Com a percepção de que as tensões domésticas estão se dissipando e que não trazem risco imediato ao governo de Jair Bolsonaro, os investidores deixam de lado a turbulência e onda de protestos nos Estados Unidos para focar na retomada das economias pós coronavírus.
Números que chegam da China e da Europeu e mostram que os estímulos monetários e fiscais, que devem continuar chegando, estão funcionando e que a retomada pode se dar de forma mais rápida do que o esperado.
Na agenda econômica, destaque para os números da produção industrial em abril.
Contraintuitivo
Estamos em meio ao caos no Brasil, com crises no campo político, econônimo e de saúde pública, e lá fora, os países sofrem com os efeitos do coronavírus em suas economias. Nos Estados Unidos, o governo ainda lida com um cenário de tensão social e violentos protestos que já duram mais de uma semana. Mesmo assim, as bolsas caem forte e o dólar se aproxima cada vez mais da marca dos R$ 5,20.
Ontem, o principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 2,74%, aos 91.046,38 pontos. Já o dólar à vista caiu 3,34%, indo a R$ 5,2086.
- Os reportéres Victor Aguiar e Vinícius Pinheiro investigaram a causa para o movimento que chega a parecer contraintuito.
Em resumo, a visão é que no câmbio o real havia se desvalorizado de forma muito mais forte, sendo uma das piores moedas do ano, e passa por um processo de correção. Uma série de fatores foi gatilho para o movimento. No Brasil, a visão é que o embate entre o governo e STF tem se reduzido, aliviando a tensão política em Brasília.
Leia Também
A última dança de Warren Buffett: 'Oráculo de Omaha' vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lá fora, a notícia de que a China continuará comprando soja dos Estados Unidos, mantendo o acordo comercial entre os países. O clima de tensão entre as duas maiores economias do mundo tem sido constantes nas últimas semanas, preocupando os investidores sobre o futuro do pacto comercial.
Embora o mercado pareça ignorar o cenário da pandemia no país, o coronavírus já matou mais de 31 mil pessoas no Brasil.
Desde o pedido de demissão do último titular da pasta, Nelson Teich, o ministério da Saúde segue sem um ministro e é comandada interinamente por Eduardo Pazuello.
Foco no positivo
Com a redução do temor de mais um racha na área comercial entre Estados Unidos e China, os mercados voltam a refletir mais entusiasmadamente o otimismo com a perspectiva de retomada econômica dos países. A leitura é que os estímulos fiscais e monetários por parte dos bancos central devem continuar chegam para que os países sigam se recuperando da crise causada pelo coronavírus.
Com as tensões em segundo plano, as bolsas asiáticas fecharam em alta, refletindo também números da atividade chinesa. O PMI de serviços do país voltou a mostrar expansão no mês de maio, ficando acima da marca dos 50 pontos.
As bolsas europeias também ignoram as tensões em solo norte-americano e sobem forte nesta manhã, com alguns índices superando a casa dos 2%. O Stoxx-600, índice intercontinental, subia mais de 1,5% por volta das 7h20.
No velho continente, alguns indicadores ajudam a embalar o otimismo com a reabertura. O índice de gerentes de compras (PMI) industrial e de serviços da zona do euro saiu da mínima histórica de 13,6 em abril, para 30,5 em maio. Os números da Alemanha e Reino Unido também superaram as expectativas. Boas notícias também no setor de empregos. Embora o índice de desemprego tenha subido para 7,3% em abril, o número está abaixo da previsão dos analistas.
Com o cenário de otimismo, os índices futuros em Nova York também amanhecem no azul.
Com as tensões se dissipando, por aqui a bolsa brasileira deve pegar carona mais uma vez no cenário eterno. O principal ETF brasileiro negociado nos Estados Unidos, o EWZ, sobe mais de 1% no pré-mercado americano.
Entre altos e baixos
No mercado de petróleo, os investidores estão de olho na data da próxima reunião da Opep. Ontem, a notícia de que um encontro entre os países exportadores de petróleo poderia ser adiantada para o próximo dia 4 impulsionaram a alta da commodity.
O mercado espera que a Opep+, grupo formado pelos principais países exportadores e aliados, chegue a um acordo sobre estender os cortes na produção. Notícias de que alguns dos países-membros não estão de acordo com a medida trazem volatilidade ao mercado. Rússia e Arábia Saudita aparentam insatisfação com a postura de Iraque e Nigéria no acordo.
Por volta das 7h40, o barril do petróleo WTI para julho operava perto da estabilidade, enquanto o Brent para agosto recuava US$ 39,44.
Agenda
No Brasil, o destaque são os números da produção industrial de abril, que deve indicar uma forte queda já que o mês foi o primeiro em que boa parte da população passou em quarentena.
A média das expectativas é de uma queda de 31%. O número deve renoavar as apostas em um corte de 75 pontos-base da Selic na próxima reunião, que acontece na próxima semana.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa de videoconferência com o ministro da Economia Paulo Guedes e com os presidentes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
No exterior, o relatório de emprego da ADP nos Estados Unidos, que trata do setor privado, traz uma prévia dos números que devem ser vistos no payroll. Ainda é esperado para hoje uma melhora nos índices divulgados pelo PMI Markit de maio.
Ainda nos Estados Unidos, temos os números de encomendas à indústria e o estoque de petróleo do Departamento de Energia.
Balanços
- A Braskem teve prejuízo de R$3,6 milhões no primeiro trimeste. A receita teve um recuo de 3%, a R$ 12,6 bilhões.
Fique de olho
- Casan aprovou o aumento de capital de até R$ 57,944 milhões. Serão emitidas 49.195 milhões de ações.
- Carrefour aprovou aumento de capital de até R$ 57,944 milhões.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
