Os segredos da bolsa: saiba o que vai fazer preço no mercado de ações nesta semana
A bolsa brasileira tende a enfrentar mais dias turbulentos, acompanhando as incertezas no front do coronavírus e do mercado internacional de commodities. E nem o feriado na sexta-feira serve para trazer alívio às negociações
					Em situações normais, a bolsa brasileira teria dias sonolentos pela frente. Afinal, boa parte dos mercados acionários estará fechado no dia 10, em função do feriado da sexta-feira Santa — e, em geral, semanas mais curtas costumam ser sinônimo de liquidez reduzida.
Mas, obviamente, não estamos numa situação normal. O surto de coronavírus eleva o grau de atenção dos investidores no mundo todo, trazendo enorme volatilidade às operações e aumentando o estresse entre os agentes financeiros. E, convenhamos: ninguém vai tirar uns dias de folga para ir à praia...
Sendo assim, é melhor preparar o espírito: teremos mais sessões movimentadas na bolsa. A Covid-19 continua se espalhando num ritmo preocupante pelo mundo, o que naturalmente traz apreensão aos mercados e faz com que a aversão ao risco continue nas alturas.
Segundo dados compilados pela universidade americana Johns Hopkins, mais de 1,25 milhão de pessoas já foram contaminadas no mundo, com pouco menos de 70 mil mortes por causa do coronavírus. No Brasil, são 11.130 ocorrências, com 486 óbitos.
A situação é particularmente delicada nos Estados Unidos: o país já tem mais de 330 mil infectados e, nos últimos dias, tem registrado mais de mil mortes por dia.
Guerra de preços
No entanto, o principal fator de tensão para os ativos globais neste início de semana não é o coronavírus. O foco recai sobre o petróleo, que disparou mais de 30% na semana passada, na esteira de uma potencial trégua entre Arábia Saudita e Rússia.
Leia Também
O que poucos contavam é que sauditas e russos voltariam a trocar farpas durante o fim de semana, jogando água no chopp de quem já comemorava o alívio na guerra de preços da commodity.
E, sem um clima exatamente amigável entre as partes, até mesmo a reunião emergencial da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), marcada para esta segunda (6), corre o risco de ser adiada — o encontro discutiria um potencial corte na produção por parte do cartel. A imprensa internacional fala no reagendamento para os dias 8 ou 9 de abril.
Considerando tudo isso, as atenções estarão voltadas ao comportamento da commodity neste início de semana. Caso o petróleo volte a desabar, é de se esperar um forte movimento de cautela nas bolsas globais — e o Ibovespa tende a ser especialmente afetado, considerando a importância das ações da Petrobras na composição do índice.

Em 9 de março, quando estourou a crise entre Arábia Saudita e Rússia, o petróleo desabou mais de 20%, causando um efeito dominó nos mercados acionários globais — por aqui, tivemos o primeiro dos seis circuit breakers acionados na bolsa brasileira no mês.
Na abertura das operações do mercado de petróleo, ainda na noite de domingo (5), tanto o Brent para junho quanto o WTI para maio despencaram cerca de 10% — um mau presságio para a sessão desta segunda-feira.
Dito tudo isso, fique atento ao noticiário envolvendo a guerra de preços do petróleo: caso sauditas e árabes cheguem a um consenso nos próximos dias, o mercado tende a respirar aliviado; caso contrário, prepare-se para mais uma boa dose de volatilidade.
Diagnóstico
No Brasil, é preciso acompanhar de perto o caldeirão político em Brasília: as constantes rusgas entre o presidente Jair Bolsonaro e o restante da classe política, em meio à crise do coronavírus, têm minado a confiança dos investidores e aumentado a cautela nos mercados.
Mas, em paralelo a essa questão, também há a agenda econômica. Nesta semana, três indicadores servirão para dar um diagnóstico mais preciso do estado da economia brasileira.
Os dois primeiros referem-se ao mês de fevereiro: na terça-feira (7), conheceremos o resultado das vendas no varejo; na quarta (8), teremos os números do volume de serviços.
Por mais que esses dados sejam defasados, eles são importantes para mostrar o nível de aquecimento da atividade doméstica antes da crise do coronavírus — e eventuais decepções podem aumentar a preocupação quanto aos impactos da doença, elevando o pessimismo por aqui.
Na quinta-feira (9), será reportada a inflação em março, medida pelo IPCA — um dado que já engloba parcialmente os efeitos da Covid-19 sobre a economia brasileira e que servirá como balizador para as apostas em relação à Selic.
Os investidores têm se mostrado convencidos de que o Banco Central (BC) precisará continuar reduzindo a taxa básica de juros, de modo a estimular a economia em meio à crise do coronavírus. Assim, caso o IPCA mostre uma baixa pressão inflacionária, a tendência é de aumento nas apostas por cortes na Selic.
E, com os juros mais baixos, as ações de empresas mais ligadas ao crédito e ao consumo — caso de varejistas e construtoras, como Magazine Luiza, B2W, Via Varejo, Lojas Americanas, MRV e Cyrela, entre outras — tendem a receber um impulso extra.
EUA na berlinda
Atenção também para a agenda econômica nos EUA: na quinta-feira (9), teremos indicadores referentes à confiança do consumidor em abril e novos dados de pedidos de seguro-desemprego na semana.
Os números do mercado de trabalho americano têm sido particularmente preocupantes: semana após semana, o total de novos pedidos de auxílio-desemprego tem aumentado num ritmo muito elevado, evidenciando o impacto do coronavírus na economia do país.
Historicamente, o total de novos pedidos de seguro-desemprego costumava ficar entre 200 mil e 300 mil. Mas, na semana encerrada em 21 de março, o número saltou para 3,28 milhões, um novo recorde na série histórica; na semana seguinte, essa marca foi batida: 6,64 milhões de novas solicitações do auxílio.
Desta maneira, os investidores estarão atentos para ver se a tendência é mantida ou não — e a resposta pode mexer com o humor dos investidores lá fora, respingando no comportamento da bolsa por aqui.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
