Em busca de renda? Fundos imobiliários se mantêm como boa opção em 2020
As principais condições para a continuidade do bom momento dos fundos imobiliários seguem na mesa: juros baixos, inflação controlada e retomada da economia
Com a queda da taxa básica de juros para as mínimas históricas, ainda é possível viver de renda no Brasil? Claro que sim! Para quem investe em fundos imobiliários, isso não só é possível como os rendimentos que pingam na conta todo mês ainda são isentos da mordida do Leão do imposto de renda.
Foi justamente a queda da Selic que possibilitou o atual boom desse mercado. De janeiro a novembro de 2019, aconteceram 126 ofertas de fundos imobiliários, que movimentaram R$ 32,5 bilhões, o que já representa um recorde histórico e o dobro de todo o ano anterior, de acordo com dados da Anbima.
- Onde Investir 2020: veja a série especial completa com indicações do que esperar do mercado de ações, câmbio, renda fixa, imóveis, fundos imobiliários e criptomoedas.
Outros dois marcos foram alcançados em 2019. A quantidade de fundos negociados na B3 passou de 200 e o número de investidores acompanhou e vai encerrar o ano acima dos 500 mil.
Além de fonte de renda, os fundos imobiliários ainda se revelaram um ótimo investimento em 2019. O Ifix, índice que reúne as cotas dos principais fundos disponíveis na bolsa, registrou uma valorização de mais de 30% no ano – desempenho praticamente idêntico ao do Ibovespa, principal índice de ações da B3.
Essa combinação de renda fixa com oscilação típica de bolsa resume bem as características dos fundos de investimento imobiliário (FII). Aplicar em um deles equivale a comprar uma pequena fração de um imóvel, que pode ser uma laje corporativa de altíssimo padrão na Avenida Faria Lima, em São Paulo, ou um galpão logístico para uma varejista.
Os fundos também podem ser compostos por títulos de crédito, como certificados de recebíveis imobiliário (CRI) ou letras de crédito imobiliário (LCI). Seja como for, o rendimento obtido com esses ativos é distribuído mensalmente aos cotistas, e sem a incidência de IR.
Leia Também
Além da renda mensal vinda da cobrança de aluguéis dos imóveis ou dos juros recebidos pelos títulos de crédito, as cotas de FII podem se valorizar na bolsa conforme melhora a percepção sobre o valor dos ativos imobiliários que compõem a carteira.
A alta recente é reflexo justamente da recuperação nos preços dos imóveis depois da forte retração do mercado nos anos de crise econômica. Outra vantagem dos fundos em relação à compra direta de um imóvel é a liquidez, com a possibilidade de comprar e vender as cotas na bolsa.
Menos alta, mais renda
A pergunta que fica é: depois desse grande ano, ainda há oportunidades no mercado de fundos imobiliários? Eu conversei com gestores, analistas e advogados, e o que eles me disseram foi que sim.
As principais condições para a continuidade do bom momento desse mercado seguem na mesa: a perspectiva de juros baixos por um longo período, inflação controlada e retomada da economia.
A tendência, porém, é que os FII se tornem cada vez mais um instrumento de renda do que ganho de capital. Ainda há perspectiva de valorização, mas em níveis menores do que os observados em 2019.
Uma pesquisa feita pela XP Investimentos com gestores confirma essa tendência. Para 38% dos entrevistados, o índice de fundos imobiliários (Ifix) deve apresentar uma alta da ordem de 15% em 2020. Apenas 10% acreditam em uma valorização superior a 30%.
"Nossa visão é de que o investidor deve ter uma visão de longo prazo e com maior foco em renda do que no valor da cota", me disse Alessandro Vedrosssi, sócio-diretor da Valora Investimentos.
Maior variedade
Um sinal de que os fundos ainda têm muito espaço para crescer é que eles ainda não representam nem 10% do estoque de imóveis. Uma das apostas dos especialistas é que 2020 seja marcado não só por um maior volume de ofertas como por mais diversidade dos fundos, incluindo ativos ligados ao agronegócio e aos setores hoteleiro e comercial.
A queda dos juros torna viável uma série de negócios envolvendo os FII, assim como a recuperação da economia, que diminui a taxa de vacância dos imóveis e aumenta o valor dos aluguéis no momento da renegociação dos contratos.
Esse movimento, aliás, já começou. No fim do ano passado, o mercado recebeu o primeiro fundo de locação residencial. O FII Luggo (LUGG11) começou a ser negociado no dia 30 de dezembro na B3, após captar R$ 90 milhões em uma oferta de cotas coordenada pelo Banco Inter.
A maior variedade de fundos é bem vinda, mas é preciso tomar cuidado com teses que ainda não foram testadas, me disse Caio Conca, sócio responsável pelo segmento imobiliário da Capitânia.
A gestora, que tem um fundo que aplica em cotas de outros FII, deve se manter nas bolas boas do mercado, ou seja, os produtos mais tradicionais do mercado, como os de shopping center, lajes corporativas e galpões logísticos.
Fundos de pensão vêm aí
O mercado de fundos imobiliários hoje é concentrado em pessoas físicas, em razão da isenção fiscal. Mas esse panorama deve começar a mudar com a expectativa da entrada de investidores institucionais, como os fundos de pensão, segundo Carlos Ferrari, sócio do escritório NFA Advogados.
A chegada das fundações foi estimulada pela resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que proibiu as fundações de serem proprietárias diretas de imóveis. "Todos os investimentos na área agora precisam ser feitos via fundos", disse Ferrari.
Como escolher?
Você encontra um guia completo do que você deve analisar antes de aplicar em fundos imobiliários nesta matéria escrita pela Julia Wiltgen. Mas tenha em mente que, em tese, o investimento não difere muito da compra de um imóvel.
Por isso vale a pena conhecer os ativos que compõem a carteira do fundo no qual você pretende investir. Além de analisar de onde vem a receita para a distribuição dos resultados aos cotistas, vale acompanhar a taxa de vacância do imóvel.
Outro dado para avaliar antes de investir é o retorno mensal, também conhecido como “dividend yield”. Para chegar ao retorno, basta dividir o valor distribuído mensalmente pela cotação do FII na bolsa.
Aqui é importante considerar não só o histórico dos últimos 12 meses como a perspectiva para frente. Uma forma simples de saber se o retorno é atrativo é compará-lo com o rendimento do título público corrigido pela inflação (Tesouro IPCA).
Com a queda da Selic, a maior parte dos fundos listados na B3 oferece hoje retornos mais atraentes que os papéis do governo.
Uma carteira para investir
Como referência de onde investir, confira abaixo a carteira de fundos recomendados para dezembro elaborada pelos analistas da XP Investimentos:

Itaú (ITUB4) continua o “relógio suíço” da bolsa: lucro cresce, ROE segue firme e o mercado pergunta: é hora de comprar?
Lucro em alta, rentabilidade de 23% e gestão previsível mantêm o Itaú no topo dos grandes bancos. Veja o que dizem os analistas sobre o balanço do 3T25
Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
FII VGHF11 volta a reduzir dividendos e anuncia o menor pagamento em quase 5 anos; cotas apanham na bolsa
Desde a primeira distribuição, em abril de 2021, os dividendos anunciados neste mês estão entre os menores já pagos pelo FII
Itaú (ITUB4) perde a majestade e seis ações ganham destaque em novembro; confira o ranking das recomendações dos analistas
Após voltar ao topo do pódio da série Ação do Mês em outubro, os papéis do banco foram empurrados para o fundo do baú e, por pouco, não ficaram de fora da disputa
Petrobras (PETR4) perde o trono de empresa mais valiosa da B3. Quem é o banco que ‘roubou’ a liderança?
Pela primeira vez desde 2020, essa companhia listada na B3 assumiu a liderança do ranking de empresas com maior valor de mercado da bolsa brasileira; veja qual é
Fundo imobiliário GARE11 vende 10 imóveis, locados ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), por R$ 485 milhões
A venda envolve propriedades locadas ao Grupo Mateus (GMAT3) e ao Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), que pertenciam ao FII Artemis 2022
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
