🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Julia Wiltgen

Julia Wiltgen

Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril. Hoje é editora-chefe do Seu Dinheiro.

Balanço do mês

Saltando do avião com paraquedas: confira os melhores e piores investimentos de julho

Ativos de risco têm mais um mês de recuperação, mas ouro também dispara; já o dólar tem desvalorização e fica na lanterna

Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
1 de agosto de 2020
5:30 - atualizado às 23:15
Paraquedas
Imagem: Shutterstock

Julho foi mais um mês de recuperação para os ativos de risco após o pânico visto em março. Mas, assim como no mês passado, os investidores mantiveram um pé no risco, com as apostas na recuperação da economia, e outro pé nas proteções, porque vai que dá errado?

Dessa forma, tivemos entre os melhores investimentos do mês o bitcoin - animado por notícias de maior institucionalização do mercado de criptomoedas -, os títulos públicos de longo prazo atrelados à inflação - beneficiados pela redução da percepção de risco e queda nos juros longos -, o ouro - ativo de proteção preferido de julho -, e a bolsa, com o avanço de 8,27% do Ibovespa, aos 102.912,24 pontos.

Na lanterna do ranking, tivemos uma queda surpreendente do Índice de Fundos Imobiliários, o IFIX, e uma descompressão do dólar, que apresentou a maior queda mensal ante o real no ano, fechando a R$ 5,22 na cotação à vista e R$ 5,20 na PTAX (cotação do Banco Central). Confira o ranking:

Os melhores investimentos de julho

Meio lá, meio cá

Assim como no mês passado, em julho os investidores continuaram surfando a imensa liquidez disponível no mercado, em um mundo de juros próximos a zero e repleto de medidas de estímulo por parte de governos e bancos centrais.

O Federal Reserve, o banco central americano, anunciou compra de títulos públicos e privados e manteve os juros zerados, comprometendo-se a mantê-los neste patamar por tempo prolongado, até que a economia americana mostre sinais de ter superado a crise.

O governo americano apresentou um novo pacote de estímulos no valor de US$ 1 trilhão, e na União Europeia foi aprovado um pacote de US$ 1,8 trilhão de euros.

Leia Também

Desta vez, porém, uma série de dados econômicos e resultados corporativos positivos se mesclaram a dados e resultados negativos, ora gerando uma aposta numa rápida recuperação econômica, ora deixando os investidores com o pé atrás.

Embora a economia chinesa já esteja mostrando uma certa tração, na Europa e nos Estados Unidos, os dados econômicos foram mistos. E mesmo aqueles que vieram melhores que o esperado, ainda vieram bem ruins.

É o caso do PIB americano do segundo trimestre, que caiu 33% na cifra anualizada, maior contração da série histórica iniciada em 1947; ou dos PIBs dos países europeus e da zona do euro, que também apresentaram quedas recordes.

Assim, os investidores ainda não conseguem cravar que uma recuperação econômica firme nos países desenvolvidos esteja em curso. Seja como for, parece ter se sedimentado a visão de que o pior da crise já ficou para trás, lá nos meses de abril e maio. Além disso, as notícias sobre os avanços das pesquisas de vacinas contra o coronavírus têm sido animadoras.

Velhos e novos riscos

Por outro lado, temos no horizonte velhos e novos fatores de risco. Entre os velhos riscos, você sabe, a pandemia de covid-19 ainda não deu trégua nos Estados Unidos, e durante o mês de julho ameaçou tornar a fechar o comércio e os serviços presenciais - em alguns casos, como o dos bares e restaurantes da Califórnia, fechou mesmo.

Já a Europa e alguns países da Ásia começaram a ver números recordes de casos depois de algum tempo com a doença aparentemente controlada, reacendendo os temores em relação a uma segunda onda após o relaxamento das medidas de isolamento social. Certos países europeus, como França e Espanha, parecem de fato estar passando por uma segunda onda, e barreiras a viagens voltaram a ser erguidas no Velho Continente.

Entre os "novos" fatores de risco, vimos as tensões entre EUA e China escalarem depois que os americanos ordenaram o fechamento do consulado chinês em Houston, estado do Texas, sob acusação de espionagem. Os chineses retaliaram fechando um consulado americano na cidade de Chengdu, província de Sichuan. A troca de farpas entre Washington e Pequim levou os mercados a temerem que o acordo comercial entre os dois países, assinado em janeiro, caia por terra.

O retorno das reformas?

Localmente vimos um fenômeno parecido com o que ocorreu lá fora. Dados econômicos e balanços corporativos mistos, mas no geral sugerindo que o pior da crise ficou para trás.

Um fato novo que animou bastante os investidores por aqui foi o avanço, ainda que tímido, da reforma tributária. O governo finalmente apresentou a sua proposta ao Congresso, e a postura do ministro Paulo Guedes, de ter ido ao Senado para entregá-la, foi bem recebida pelo mercado, pois demonstrou boa vontade entre o Executivo e o Legislativo.

Saltando do avião...

Nesse cenário, os fatores positivos do mês acabaram contribuindo para reduzir a percepção de risco no Brasil e no mundo, impulsionando a bolsa, enfraquecendo o dólar e aliviando os juros futuros de longo prazo, muito relacionados ao risco-país. Foi em julho que o Ibovespa retomou o patamar de 100 mil pontos, depois de ter ido à casa dos 60 mil pontos em março.

A boa percepção quanto à reforma tributária também contribuiu para a queda dos juros longos. Esse "fechamento da curva de juros" ajudou os títulos prefixados e atrelados à inflação de longo prazo, que apanharam um bocado em março, a se recuperarem e praticamente zerarem as perdas do ano. É o caso dos títulos Tesouro IPCA+ com vencimentos em 2045 e 2035, que estão entre os papéis com maior volatilidade do Tesouro Direto.

Os juros de curto prazo também caíram, com as apostas renovadas de que o Banco Central fará um novo corte na taxa Selic na próxima reunião, depois que o Fed manteve os juros nos EUA zerados e reforçou que eles devem permanecer assim ainda por um bom tempo.

Isso também contribuiu para a valorização de títulos públicos mais curtos, embora em menor intensidade.

No lado dos ativos de risco, o desempenho ruim dos fundos imobiliários surpreende, uma vez que eles tendem a ser beneficiados por juros baixos e cadentes, bem como pelo aumento do apetite a risco.

Não houve, em julho, nenhum fato relevante que abalasse os fundamentos dos FII. É possível que, como o IFIX vinha se saindo melhor que o Ibovespa e o apetite a risco aumentou em julho, parte dos recursos alocados em fundos imobiliários tenha sido migrada para o mercado de ações.

Eu conversei com o nosso colunista e analista de FII Alexandre Mastrocinque, e ele levantou ainda uma outra bola: os investidores podem ter ficado desanimados com a perspectiva de tributação de dividendos, como deseja o governo, que poderia levar à tributação dos rendimentos dos FII, hoje isentos de IR para a pessoa física na maioria das situações.

...mas sem esquecer o paraquedas

Mesmo com a menor aversão a risco vista ao longo do mês, os investidores não esqueceram o paraquedas. Mas o refúgio preferido em julho foi o ouro, e não o dólar.

A moeda americana tem visto uma desvalorização global ante outras moedas fortes, e em julho houve queda também ante moedas emergentes. A inundação de dólares com os estímulos feitos pelos Estados Unidos contribui para esse fenômeno, bem como a menor aversão a risco aliada ao fato de que a economia americana ainda não dá grandes sinais de força.

Meu colega Vinícius Pinheiro publicou, na última semana, uma matéria sobre como esse enfraquecimento do dólar faz parte de um movimento maior, e explica a tese dos gestores de fundos que estão apostando em quedas adicionais da moeda americana.

Os ativos reais e escassos, por sua vez, têm roubado a cena como proteções de carteira, como é o caso dos metais preciosos.

No fim das contas, o raciocínio dos investidores foi o de tomar mais risco animado pela recuperação econômica, mas sem descuidar de alguma proteção, já que o ambiente ainda é de muitas incertezas.

Boas notícias para o bitcoin

Um pouco alheio a toda essa movimentação dos mercados tradicionais (mas nem tanto assim), o bitcoin acumulou uma alta de 18,68% em julho, tendo retomado o patamar dos US$ 10 mil.

Além do movimento de alta esperado para depois do halving - evento que ocorre a cada quatro anos e diminui a oferta de novos bitcoins no mercado - o criptoativo passou por um rali no fim do mês, impulsionado pela notícia de que os bancos americanos poderão passar a custodiar criptomoedas.

Notícias como essa tendem a impulsionar os preços do bitcoin, pois quanto mais regulado e institucionalizado esse mercado, mais investidores institucionais podem participar dele. E esses grandes players são capazes de trazer muito dinheiro e maior profissionalização ao mercado cripto.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SD Select

Mesmo investimentos isentos de Imposto de Renda não escapam da Receita: veja por que eles precisam estar na sua declaração

29 de abril de 2025 - 8:00

Mesmo isentos de imposto, aplicações como poupança, LCI e dividendos precisam ser informadas à Receita; veja como declarar corretamente e evite cair na malha fina com a ajuda de um guia prático

conteúdo EQI

Quanto e onde investir para receber uma renda extra de R$ 2.500 por mês? Veja simulação

28 de abril de 2025 - 10:00

Simulador gratuito disponibilizado pela EQI calcula o valor necessário para investir e sugere a alocação ideal para o seu perfil investidor; veja como usar

IR 2025

Tem offshore? Veja como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa jurídica no IR 2025

28 de abril de 2025 - 7:40

Regras de tributação de empresas constituídas para investir no exterior mudaram no fim de 2023 e novidades entram totalmente em vigor no IR 2025

DUO ONIPRESENTE

A coruja do Duolingo na B3: aplicativo de idiomas terá BDRs na bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 18:48

O programa permitirá que investidores brasileiros possam investir em ações do grupo sem precisar de conta no exterior

TCHAU, B3!

OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira

25 de abril de 2025 - 13:42

Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3

RUMO AOS EUA

JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas

25 de abril de 2025 - 10:54

Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados

IR 2025

Como declarar recursos e investimentos no exterior como pessoa física no imposto de renda 2025

25 de abril de 2025 - 6:45

Tem imóvel na Flórida? Investe por meio de uma corretora gringa? Bens e rendimentos no exterior também precisam ser informados na declaração de imposto de renda; veja como

MUNDO EM SUSPENSE

Dólar fraco, desaceleração global e até recessão: cautela leva gestores de fundos brasileiros a rever estratégias — e Brasil entra nas carteiras

22 de abril de 2025 - 12:57

Para Absolute, Genoa e Kapitalo, expectativa é de que a tensão comercial entre China e EUA implique em menos comércio internacional, reforçando a ideia de um novo equilíbrio global ainda incerto

DRAGÃO À ESPREITA

É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe 

17 de abril de 2025 - 6:12

Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático

TOUROS E URSOS #219

Tarifaço de Trump pode não resultar em mais inflação, diz CIO da Empiricus Gestão; queda de preços e desaceleração global são mais prováveis

15 de abril de 2025 - 18:24

No episódio do podcast Touros e Ursos desta semana, João Piccioni, CIO da Empiricus Gestão, fala sobre política do caos de Trump e de como os mercados globais devem reagir à sua guerra tarifária

JUROS X DIVIDENDOS

Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?

15 de abril de 2025 - 12:52

Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Senta que lá vem mais tarifa: China retalia (de novo) e mercados reagem, em meio ao fogo cruzado

11 de abril de 2025 - 8:15

Por aqui, os investidores devem ficar com um olho no peixe e outro no gato, acompanhando os dados do IPCA e do IBC-Br, considerado a prévia do PIB nacional

VALE A PENA?

Não foi só o Banco Master: entre os CDBs mais rentáveis de março, prefixado do Santander paga 15,72%, e banco chinês oferece 9,4% + IPCA

9 de abril de 2025 - 18:35

Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado; no mês passado, estoque de CDBs no país chegou a R$ 2,57 trilhões, alta de 14,3% na base anual

ONDE INVESTIR

Renda fixa para abril chega a pagar acima de 9% + IPCA, sem IR; recomendações já incluem prefixados, de olho em juros mais comportados

9 de abril de 2025 - 8:12

O Seu Dinheiro compilou as carteiras do BB, Itaú BBA, BTG e XP, que recomendaram os melhores papéis para investir no mês

ROXINHO EXPRESS

110% do CDI e liquidez imediata — Nubank lança nova Caixinha Turbo para todos os clientes, mas com algumas condições; veja quais

27 de março de 2025 - 15:22

Nubank lança novo investimento acessível a todos os usuários e notificará clientes gradualmente sobre a novidade

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Dedo no gatilho

24 de março de 2025 - 20:00

Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?

17 de março de 2025 - 20:00

Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação

COM A PALAVRA, A XP

XP rebate acusações de esquema de pirâmide, venda massiva de COEs e rentabilidade dos fundos

17 de março de 2025 - 17:03

Após a repercussão no mercado, a própria XP decidiu tirar a limpo a história e esclarecer todas as dúvidas e temores dos investidores; veja o que disse a corretora

BILHÕES A MENOS

PGBL ou VGBL? Veja quanto dinheiro você ‘deixa na mesa’ ao escolher o tipo de plano de previdência errado

12 de março de 2025 - 6:14

Investir em PGBL não é para todo mundo, mas para quem tem essa oportunidade, o aporte errado em VGBL pode custar caro; confira a simulação

NOVAS FRONTEIRAS

De Minas para Buenos Aires: argentinos são a primeira frente da expansão do Inter (INBR32) na América Latina

11 de março de 2025 - 16:15

O banco digital brasileiro anunciou um novo plano de expansão e, graças a uma parceria com uma instituição financeira argentina, a entrada no mercado do país deve acontecer em breve

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar