Itaú vê pressão momentânea sobre o câmbio e projeta dólar a R$ 4,15 no final de 2020
Especialistas do banco dizem esperar que a aversão ao risco diminua conforme os efeitos do coronavírus se dissipem; com a economia local avançando, investidor estrangeiro deve entrar e também aliviar pressão sobre a moeda
A depender das projeções do Itaú Unibanco, a alta do dólar à vista não deve perdurar pelos próximos 10 meses. O banco estima que a moeda americana terminará 2020 em R$ 4,15 — uma queda de quase 5% em relação aos R$ 4,3656 vistos nesta quarta-feira (19).
Boa parte da pressão recente vista no mercado doméstico de câmbio se deve às preocupações referentes ao coronavírus e aos eventuais impactos que a doença poderá gerar à economia global. Os economistas do Itaú, contudo, mostram-se não tão pessimistas quanto ao surto.
Os especialistas do banco reuniram os dados de disseminação da doença fora do epicentro de propagação, a província chinesa de Hubei, para argumentar que o impacto na economia não deve se estender por todo o primeiro semestre — e, com efeitos limitados no Brasil.
Atualmente, o Itaú projeta um avanço de 2,2% no Produto Interno Bruno (PIB) do Brasil em 2020 e um crescimento econômico de 3% no mundo. Em 2021, a economia local deve se expandir 3%, segundo o banco.
De acordo com Julia Gottlieb, economista do Itaú, a expectativa é de que uma retomada gradual da economia compense os juros baixos. "A gente espera que, com a perspectiva de crescimento, haja um fluxo maior de capital para o Brasil", disse durante o Macro em Pauta — evento promovido pelo banco para apresentar as perspectivas da instituição.
Entre os fatores locais de pressão no mercado de câmbio, a Selic nas mínimas históricas, em 4,25% ao ano, é uma das razões para a alta do dólar.
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Como nos EUA os juros também estão baixos, entre 1,50% e 1,75%, investidores estrangeiros que buscam retornos fáceis — caso dos especuladores — têm pouca margem para lucrar com o diferencial nas taxas. Ou seja: menos dólar entrando, maior valorização da moeda.
Para o Itaú, a Selic deve continuar a 4,25% ao menos neste ano, mas volta para 4,50% no final de 2021. A inflação — que chegou a ser motivo de preocupação no final de novembro, quando o IPCA avançou 0,51% — deve permanecer comportada, a 3,3% em 2020.
"Vemos os núcleos sem grande mudanças de tendências"
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADECONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADEMario Mesquita, economista-chefe do Itaú
Olho na carteira de trabalho e em Brasília
A equipe do Itaú Unibanco também chama a atenção para a maior disponibilidade de crédito, um fator que deve ajudar a puxar o crescimento do país.
Segundo os economistas do banco, é preciso que haja a retomada do emprego formal para que esse indicador — cuja demanda aumentou 4% em 2019, segundo o Instituto Boa Vista — continue a avançar. São as pessoas físicas com postos de trabalho que tomam crédito, não quem tem emprego informal, disse Mesquita.
"Precisa ter aceleração da renda. O crédito está crescendo, mas vai ser difícil ser sustentado por mais quatro anos", afirmou o economista-chefe do Itaú. "É uma preocupação de médio prazo. No caso das empresas, a preocupação é menor".
Para a instituição, é natural que a retomada da geração de emprego formal aconteça de maneira lenta — o momento de saída de uma recessão é quando o trabalho informal avança para depois recuar, conforme novos postos formais são criados.
Em 2019, o Brasil gerou 644 mil postos de trabalho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) — a projeção do Itaú para este ano é de 914 mil. No trimestre encerrado em dezembro, o país ficou com uma taxa de desemprego de 11%: 11,6 milhões de pessoas, conforme o IBGE.
No âmbito fiscal, o Itaú vê a PEC Emergencial como prioridade na agenda econômica do primeiro semestre. A medida estabelece gatilhos, como a redução de salários e jornada de trabalho de servidores em 25% quando a União descumprir a regra de ouro. Para o segundo semestre, o banco prevê uma reforma tributária "pontual" — com simplificação de impostos federais, como PIS/Cofins.
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